Segundos especialistas no assunto, assim que uma bala atravessa o seu corpo, imediatamente é gerada uma dor insuportável, que te priva de pensar ou agir. Oque é bem diferente do que sempre vemos em filmes, novelas etc.
A força que um projétil tem ao entrar em contato com você, é de fato insuportável. É impossível uma pessoa conseguir expressar reação, a dor é muito grande. Um dos únicos atos involuntário que ela tem, é gritar, chorar ou desmaiar e nesse caso não se pode "dormir", pois se isso acontecer pode dificultar ainda mais a situação. Dependendo, a pessoa pode dormir e não acordar mais.
A pressão sanguínea do corpo de Marta começou a cair rapidamente, impedindo respiração e raciocínio. Sem contar a quantidade de sangue que se esvaia. A mão de Zé estava sobre a dela, que estava sobre o ferimento.
— Marta...— Zé estava claramente atônito, e muito nervoso — AJUDA AQUI, ALGUÉM...— ele gritou.
Não era para menos, ele foi o único que estava ao lado dela na hora.
— Olha para mim, não durma...por favor....olha para mim — ele pedia segurando a cabeça dela.
Os olhos azuis de Marta, pareciam perder o brilho e a beleza. Sendo uma dor insuportável, uma hora a pessoa não consegue ter mais força para se manter acordada sozinha.
— ...Marta, por favor não durma...olha para mim, Marta. JOSUÉ...— Ele gritou ao ver o amigo praticamente escalar o carro alegórico e chegar até ele.
O carro alegórico onde Marta e Zé estavam, já havia passado do portão que ficava no final do sambodromo. Com isso, o pânico na família Medeiros foi estalado. Clara, os irmãos e os demais se aproximaram todos apavorados e impactados pela cena que realmente era forte.
— MÃE!!!— Clara gritou tentando se aproximar mais pelo seu estado de nervos, Lucas a segurou para não deixar ela chegar perto.
— JOSUÉ, CHAMA UMA AMBULÂNCIA AGORA, VAI, VAI JOSUÉ, AGORA....— A fala de Zé, pela primeira vez não soou como uma ordem, mais sim como uma súplica.
— Zé..eu...— Ela tentou dizer.
— Não fala nada...XIII!
Marta pôs sua mão que estava suja de sangue no rosto de Zé.
Dizem que quando você está perto da morte, um filme se passa em sua mente. Um filme da sua vida. E foi exatamente oque estava acontecendo com Marta naquele instante. Antes de desmaiar, vendo a figura turva de Zé, ela se lembrou de quando ele a salvou de ser atropelada por um ônibus em Genéve...de quando fizeram amor pela primeira vez...quando Zé Pedro nasceu...do primeiro "eu te amo" dele, do primeiro beijo...o casamento...os momentos mais íntimos e infelizmente da traição, que foi exatamente por pensar nisso que ela finalmente desmaiou.
Pela primeira vez na vida, os filhos de Zé, o viram chorar com tanta sinceridade e dor. O mesmo encostou a testa na dela, com a outra mão suja de sangue, deixando resquícios sobre a pele dela.
— Não faz isso comigo...por favor, Marta.— Ele pediu baixinho.
A pele dela estava mais pálida que o normal, consequências do sangue que estava perdendo.
— Pelo amor de Deus, de onde veio esse tiro tio? Você não viu?— Amanda perguntou.
— Não vi nada...eu não sei!
— Mãe...— Clara finalmente se ajoelhou e chorou perto de Marta — Eu ainda preciso tanto de você, não faz isso.
— Comemandador...a ambulância chegou! Vão subir para pegar ela.
— Não vou esperar...eu vou descer com ela.
Zé nem sequer olhou para o amigo, ainda estava compenetrado em Marta. Aquela cena nunca mais sairia de sua mente. Com todo o cuidado e delicadeza que geralmente Zé não tinha, ele pegou o corpo já inerte de Marta dos braços e desceu do carro alegórico, deixando aquele rastro de sangue por onde passou.
[...]
— Eu vou no carro atrás. Vão vocês três com ela. VÃO!— Ele ordenou ao filhos assim que colocaram Marta na ambulância.
— Meu amor...que sangue é esse? Oque aconteceu? Você está machucado?— perguntou fingida.
Os olhos de Zé estavam quase transbordando as lágrimas que ele insistia em segurar.
— Agora não, Isis. Vá pra casa.
O carro de Josué freou de uma forma bruta, parando para o comendador entrar, o mesmo sem nem sequer pensar, entrou e partiu. Deixando Isis morrendo de raiva por ficar sem a atenção dele.
— Inferno!! Inferno!— esbravejou ela.
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— Eu juro que se ninguém aparecer aqui para dar uma notícia, eu vou colocar esse hospital abaixo com as minhas mãos — Zé já tinha estourado sua cota de paciência fazia tempo.
— Pai, pai...por favor! Não é hora para isso. Minha mãe levou um tiro, deve estar sendo complicado lá dentro — disse Clara com uma expressão apagada, a cabeça apoiada no âmbito de João Lucas e um lenço nas mãos, servindo para enxugar as lágrimas.
Toda a família Medeiros estava na sala de espera do hospital.
— Eu não consigo ter a calma de vocês.
— Ficar nervoso também não ajuda! Eu sinceramente não consigo entender que tanta preocupação é essa vinda de você — Ela provocou.
— Clara, por favor. Não é hora para isso — Zé Pedro advertiu a irmã.
— Não, tem que jogar na cara!
— Eu estou até agora aguentando calado todas as suas grosserias e falta de respeito por consideração ao momento e a sua mãe...
— Consideração? Ah, por favor, pai...de que consideração você se refere? Aquela que você embrulhou e jogou no lixo?
— Chega!!— Lucas interrompeu — Caramba, que saco. Minha mãe está lá dentro podendo nem sair viva e vocês aí discutindo quem tá certo e quem tá errado. Não é hora para isso, pelo amor de Deus. Tá começando a ficar chato essa briga de vocês dois! — O mais novo teve que dar uma lição de moral nos dois.
Zé e Clara se olharam e cessaram a discussão.
E para completar o clima que já estava mais pesado que outra coisa, Maurilio chegou ao hospital. Foi até a recepção, se identificar e pedir informações quando foi avisado por Clara.
— Maurílio...— Ela foi até ele e o abraçou.
Todos da família olharam, inclusive Zé.
— Cadê a Marta?— Ele perguntou olhando para ela.
— Ainda está lá dentro. Ninguém vem dar uma notícia sequer. Eu...eu tô desesperada, Maurílio — Ela começou a chorar novamente.
— Calma. Não vai acontecer nada com ela. Certeza que daqui a pouco um médico vai aparecer e dizer que tá tudo bem — Ele também não estava nada bem emocionalmente, mais não deixou se abalar por conta de Clara que já estava desesperada.
Zé não ia conseguir se segurar vendo sua filha ali sendo consolada por outro homem que não era ele. E ainda mais sendo Maurílio. Comendador não era idiota, muito pelo contrário, ele conseguia ver como Marta ficava perto dele, ou até mesmo quando falava dele. E Zé, obviamente não estava gostando nada nada dessa situação. Incluindo Clara, que era o seu maior xodó dos três filhos.
A verdade era que o homem de preto, o inabalável, o intocável, estava com muitos ciúmes de Marta e Clara.
— E eu posso saber oque você está fazendo aqui se não é da família?— Zé se aproximou dos dois, ajeitando o bigode.
— Eu vim saber o estado da Marta, sou amigo dela. Por que, algum problema?— Maurilio nunca deixava por menos.
— Se eu disser que tem problema, você vai fazer oque mesmo?— Zé estreitou os olhos.
— Olha só, para. Vocês não vão brigar aqui dentro. E você pai, não vai encostar no Maurílio — Ela olhou para Maurílio — preciso falar com você, Maurílio. Vem!
E os dois saíram.
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Meu Diamante - MALFRED
Fanfiction+18 | Uma fanfic baseada na novela Império. Nesta história, você vai poder curtir momentos do casal mais amado da novela, Zé Alfredo e Maria Marta. Momentos nos quais a novela não teve. A começar pelo triângulo amoroso entre Maria Marta, Zé Alfredo...