— Mãe...— João Lucas se aproximou de Marta, parando à sua frente, segurou suas duas mãos e olhou para ela com os olhos marejados — ...eu te amo. Te amo muito. Você sabe disso, não sabe?
— Eu também te amo, meu filho — Ela declarou e depois o abraçou forte, chorando em seu ombro.
Ainda abraçada ao filho mais novo, ela sentiu mais dois abraços de Clara e Zé Pedro. Uma atmosfera de emoção se instaurou entre eles. Claraide e Silvino viam a cena um pouco afastados, mais também emocionados. Afinal, a imperatriz estava deixando sua família real, seu castelo. Trazendo para a realidade, tudo estava sendo muito duro para ela, muito complicado de lhe dar. Mais ela se conhecia suficiente para saber que ia se recuperar e seguir enfrente, daria um jeito naquela dor e se tivesse sorte, esqueceria seu grande também de Zé.
Que por sinal nem ali estava. Zé estava em seu quarto remoendo também aquela dor, caminhando de um lado para o outro, tentando amenizar sua agonia e se sensação de impotência. Sabia que estava deixando ela ir. Sabia que tinha todas as chances de tê-la de volta naquele exato momento se quisesse, se contasse a verdade, mais também sabia que caso falasse algo, a verdade poderia causar grandes consequências para todos. E como já havia definido antes, preferia perdê-la e tê-la viva, do que contar a verdade e perdê-la para a morte.
Contudo, nos acréscimos do segundo tempo, no exato momento que ela ia sair pela porta da frente, ele desceu as escadas e aquele choque de realidade atingiu os dois quando seus olhares se cruzaram.
Uma conversa aconteceu dentro daqueles olhares. Mais nenhuma palavra foi dita, ao trocar um olhar com Clara, Zé conseguiu entender oque ela queria que ele fizesse.
"Vai, diga a verdade a ela. Dane-se, joga tudo para o alto, só não deixa sua mulher ir embora, pai. Faz alguma coisa, por favor...." - pensou Clara num olhar desesperado para o pai.
Mais ele não teve coragem, não conseguia dizer nada. Voltou seu olhar para a ela e a viu se virar e ir embora. E mau sabia Marta que ao passar por aquela porta, seu coração e sentimentos em relação a ele mudariam drasticamente de um jeito que mais tarde, mal se lembraria dele.
Zé abaixou o olhar e subiu as escadas, entrou em seu quarto batendo a porta e possuído de uma raiva e dor que nunca havia sentido antes. Como consequência disso, ele começou a quebrar tudo oque viu pela frente em seu quarto, nada escapou. Precisava extravasar sua raiva.
No andar de baixo todos escutaram os barulhos.
— Que isso? — João Lucas perguntou olhando para cima.
— Parece alguma cousa quebrando?
Clara logo deduziu oque poderia ser.
— Fiquem aqui. Eu resolvo isso — Ela subiu as escadas correndo.
Ao chegar no andar de cima, ela abriu a porta do quarto do pai e se assustou com oque ele tinha feito no ambiente e ainda estava fazendo.
— Pai, para com isso...por favor, para....— Ela segurou o punho dele, que estava pronto para arremessar longe mais um vaso— ...fica calmo, por favor. Calma.
Ela tirou o vazo da mão dele, e enquanto o colocava de volta no lugar, tomando cuidado para nao se cortar com inúmeros pedaços de cacos de vidro, ela o viu sentar no chão à beira da cama.
Se ajoelhou e sentou ao lado dele.
— Calma, por favor — Ela o abraçou e chorou ao vê-lo chorar também.
E nessa, ambos sofriam iguais, Marta enquanto dirigia até seu novo endereço e Zé na mansão.
A alguns dias atrás, Marta havia solicitado que uma equipe limpasse seu apartamento que ficava na avenida atlântica, lá agora seria sua nova casa. E ao chegar no local, após uma despedida um tanto difícil e agitada em sua casa, ela se sentiu bem. Sentiu que tinha feito a coisa certa.
Deixou a mala de rodinhas parada perto da estrada da porta, fechou a mesma e estudou ao redor com o olhar. Havia uma grande porta de vidro com grandes cortinas que davam para a varanda do apartamento. Ela a abriu, deixando a brisa e o vento do mar invadir o lugar. Caminhou até a borda, apoiou os braços na proteção e ficou admirando o oceano a sua frente.
Algo dentro de dela lhe disse que agora seguiria sozinha. Por muito tempo ela mendigou o amor dele, implorou, chorou, correu atrás e fez tudo oque estava e não estava ao seu alcance apenas para ouvir um simples "eu te amo". E no final das contas, oque restou? Apenas seu coração partido mais uma vez.
Mais Marta era uma mulher forte, muitas vezes deu a volta por cima, agora não seria diferente.
— Eu te amo sim, Zé. Amo mais do que deveria, mais eu vou conseguir seguir, só que agora sem você. Ponto final!— disse a si mesma na tentativa de se convencer. Sua cabeça entendeu, mais seu coração...
Seu celular tocou e ela prontamente atendeu.
— Marta?
— Maurílio?
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Meu Diamante - MALFRED
Fanfiction+18 | Uma fanfic baseada na novela Império. Nesta história, você vai poder curtir momentos do casal mais amado da novela, Zé Alfredo e Maria Marta. Momentos nos quais a novela não teve. A começar pelo triângulo amoroso entre Maria Marta, Zé Alfredo...