Capítulo 11

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Aquele dia amanheceu lindo no Rio de Janeiro. O sol radiante e o céu totalmente azul. Zé acordou cedo como de costume, desceu para a cozinha na intenção de preparar seu café coado, bem forte e sem açúcar. Do jeito que mais gostava, sem todas aquelas frescuras de Silviano. 
O aroma subia junto com os fios de fumaça que dançavam no ar, o café parecia estar pegando fogo. Sentado na bancada da cozinha, sozinho, ele se pegou pensando em Marta, mas logo fez questão de substituir tais pensamentos por todo o trabalho que teria no dia seguinte na império. 

O problema é que seu pensamento ganhou vida, quando a própria apareceu na cozinha.
Usava uma camisola preta, nos quais os lados eram transparentes, por conta de serem costurados com rendas.

— Ah, pelo amor de Deus, Marta. Você pelo menos poderia descer mais composta, seus filhos ainda moram aqui!

— Idai? Pelo oque eu saiba, eu não estou nua.

— Graças a Deus por isso!

— Até parece que seria ruim se eu estivesse — Ela levou o copo de água à boca.

Ele se levantou, colocou seu copo de "barzinho" na pia e parou passando por ela.

— Não seria ruim não. Seria péssimo!

Completou o caminho e subiu as escadas, recebendo um olhar atravessado de Marta. De fato, o dia seria longo e o comendador mal podia imaginar oque o esperava pela frente.

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— Então, tudo certo para hoje a noite?— Maurílio perguntou do outro lado da linha.

— Mais certo que isso, impossível — Marta confirmou sorrindo.

— Ótimo, então. Nos vemos mais tarde. Até — Se despediu.

— Até  mais tarde — Ela encarou a tela do celular e deu um sorriso de quem sabia oque estava fazendo.

Silviano entrou no quarto.

— Bom dia, My lady! Como passou a noite?

— Dormindo, Silviano!— Ela riu fazendo ele rir também — Brincadeira, a noite foi ótima. Dormi como os anjos.

— Vejo que My lady acordou de bom humor! 

— Bom não, ótimo! O dia hoje vai ser inesquecível, ou melhor, a noite!

Silviano observou. Não sabia do que se tratava, mas conhecendo Marta, do jeito que ele conhecia, não foi tão difícil de entender que ela estava planejando algo.

— Daqui a pouco eu desço para o café, mas antes preciso que me faça um favor...

— Oque desejar.

— Se a Maria Clara já estiver acordado, pede para ela dar uma passada aqui no meu quarto.

— Perfeitamente. Com licença. — Ele logo saiu.

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— Com licença, senhorita Clara — Silviano parou na porta entreaberta do quarto da mulher.

— Entra Silviano — Ela respondeu enquanto ajeitava seus cabelos frente ao espelho.

— Bom dia!

— Bom dia, querido.

— My lady solicita sua presença em seus aposentos.

— Ah, tá bom. Já vou. Obrigada, Silvano. 

Ele consentiu com a cabeça, numa pequena reverência e saiu do quarto.

Clara terminou de colocar seus acessórios e saiu. Na direção do quarto da mãe, deu de cara do o pai. O Clima entre os dois nunca mais seria o mesmo, não dava, um conceito havia sido quebrado, e coisas assim, não tem concerto, perdão até tem, mas voltar a confiar como antes? Praticamente impossível!

Meu Diamante - MALFREDOnde histórias criam vida. Descubra agora