Capítulo 30

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Depois daquela conversa com Helena, Clara não conseguiu ir para a Império. Aquela frase "Agatha Christie sabe onde ela esta" ficou martelando em sua mente, dizendo que ela teria de ir atrás da resposta. No caminho de volta para casa, ela ainda tentava entender oque essa tal escritora tinha haver com isso.

Parada num sinal vermelho, ela pensava.

— Já sei...os livros da minha mãe. A maioria são da Agatha. Claro!— Ela teve um insite.

Ao dar partida no carro, Clara passaria no meio de uma transversal, ela dirigia corretamente e, não foi culpada pela imprudência de um outro carro que veio em alta velocidade, cruzou o sinal vermelho e acabou batendo contra o seu. O impacto foi tão forte, que não deu tempo dela ver de onde veio, apenas sentiu seu corpo ser levado junto as ferragens, e logo depois, tudo ficar escuro.

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Aquele lugar guardava tantas lembranças. Naquela época do ano, Genebra, na Suíça, estava começando a dar indícios da chegada do inverno. A neve caia cada vez com mais frequência. O vento frio soprando, era tudo oque Marta queria, paz e tranquilidade para sua mente e corpo. As vezes na vida é necessário que se tire um tempo apenas para você, e foi exatamente isso que Marta decidiu fazer quando se viu em meio a um caos que nem sua mente tão brilhante para saídas rápidas de problemas, conseguiria resolver.

Ela não fugiu dos problemas, assim como Zé fez ao forjar a própria morte, não, ela apenas deu um descanso para sua cabeça, não mentiu para ninguém, não enganou ninguém.

Sobre um macacão preto fino, um pouco acima do calcanhar, ela vestia um sobretudo bege, combinado com suas botas cano baixo. Com as mãos dentro dos bolsos laterais do casaco, ela observava a vida passar do lado de fora pela janela de seu quarto. Aquele hotel onde estava, foi o qual ela passou sua lua de mel com Zé. Ao olhar lá para baixo, na rua, ela se recordou que foi ali que viu Zé pela primeira vez, e ao fechar os olhos, ela se recordou brevemente:

 Ao olhar lá para baixo, na rua, ela se recordou que foi ali que viu Zé pela primeira vez, e ao fechar os olhos, ela se recordou brevemente:

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Ainda de olhos fechados, sua cabeça balançou em negatividade. Queria afastar as lembranças, ele não merecia. Seu coração estava partido pela segunda vez, e agora parecia doer muito mais do que da primeira. Ela havia se entregado de novo, acreditado de novo, amado de novo para no final...ser traída de novo! Como era difícil.

Enquanto no Brasil ainda era por volta de meio dia, na Suíça já eram três da tarde. Por isso, já tinha umas horas do acidente de Clara. Marta então se virou, e ao olhar para cama, viu seu celular, que estava no mudo, sinalizando uma chamada que infelizmente não deu tempo de atender. Mais ao checar o histórico de ligações, viu que a chamada perdida era de Helena. A mulher ficou encarregada de dar informações da família à Marta enquanto ela tivesse fora. Mas como havia pouco tempo da ausência dela fora da família, pensou que poderia ser algo corriqueiro e por isso não retornou a ligação. E além disso, ela havia planejado sair para rever lugares em Genebra, então, dando apoio a sua ideia, ela pegou sua bolsa e saiu, deixando o celular no quarto.

Meu Diamante - MALFREDOnde histórias criam vida. Descubra agora