Capitulo 23

1.5K 103 107
                                    

— Pai — Clara bateu na porta do quarto.

— Clara!— Ele respondeu do lado de dentro.

Zé procurou a chave que tinha jogado para qualquer lugar na noite anterior. Embaixo de seu palito estava ela. Pegou e correu para abrir a porta.

Apenas Clara estava em pé do lado de fora.

Ao ver a cena da mãe com a cabeça baixa, segurando onde estava a recém cirurgia, ela correu até ela, ajoelhou em sua frente e pondo a mão em seu rosto.

— Mãe? — Ela olhou para a mancha de sangue.— Oque aconteceu, pai?

— A cirurgia dela...os pontos abriram.

— Isso eu estou vendo! Quero saber como aconteceu e oque ela está fazendo aqui no seu quarto...

— Não é hora para tanta pergunta, Maria Clara — Marta advertiu desviando o assunto.

— Josué!!! Deixe o carro pronto que vou descer com Marta — Num telefonema rápido, Zé notificou Josué.

— Mãe...

— Vem, Marta...— Zé ajudou ela a levantar.

Na hora de levantar e tentar andar, a dor era "rasgante", dificultava tanto que ela teve que para.

— Espera...não dá — Ela parou.

Os olhos azuis dela escorriam lágrimas.

Geralmente quando se passa por uma cirurgia desse porte no qual Marta se submeteu, o repouso teria de ser absoluto, mais é o tempo necessário para que os pontos externos e internos sequem e se fechem naturalmente. E então, só então a pessoa pode voltar a vida normal. Contudo, Marta e  Zé fizeram oque não  podia antes do tempo e deu no que deu.

— Vem...— Zé pegou ela no colo e saiu do quarto com Clara atrás.

Ao passar pela sala todos se assustaram com a cena e revivendo oque houve da primeira vez, foram todos para o hospital.

________________________

—...com a gravidade da cirurgia na qual dona Marta se submeteu, eu avisei que ela só poderia recomeçar a vida normal, após vinte cinco dias. Antes disso não. Teriam que ter esperado os pontos internos e externos secarem — O medico deu um bronca na família inteira.

— Pois é, não é pai?— Clara advertiu Zé com o olhar.

— Bom, não importa de quem foi a culpa. Oque vim avisar é que ela terá que passar por uma outra cirurgia. E sinceramente, peço que dessa vez cumpram as minhas ordens. Com licença!

— Espera doutor — Zé Pedro o chamou — Quanto tempo vai durar essa cirurgia? É muito complicada?

— Não. Não é tão complicada, e vai durar o tempo necessário para que ela fique bem...de novo!

E enfim ele saiu.

— Shit— Zé praguejou enquanto rodava seu anel no dedo.

— Pai, preciso falar com você, sozinha — Ela o intimou com o olhar.

Induzido por ela, eles foram para um corredor.

— Oque foi que você fez para os pontos da minha mãe abrir assim?— Ela apertou os olhos e cruzou os braços.

—  Não entendi.

— Ah, entendeu sim. Primeiro que ela estava no seu quarto, segundo, com a porta trancada. Vocês brigaram de novo? Ou foi outra coisa?

— Maria Clara, você já está querendo saber demais.

— Pai, não "querer saber demais", é preocupação. Eu amo a minha mãe, e essa situação de vocês já está insustentável. Eu vejo um sofrimento nela que você faz questão de não enxergar e sab....

Meu Diamante - MALFREDOnde histórias criam vida. Descubra agora