Capítulo 41

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O sol nascendo, trazendo um contraste vermelho ferrugem no céu, junto a neblina que cobria o monte, o helicóptero aparecia entre as nuvens. Zé olhou Marta que segurava sua mão e olhava pela janela. Aquele fim de tarde dava a paisagem uma ar de pintura feita à mão.

— Daqui de cima é tão bonito. Nem parece que lá embaixo é horroroso!— Marta comentou olhando para o monte.

— Mais já vai começar a detonar o meu monte?

— Para o seu governo, eu ainda nem comecei. O fato de eu ter aceitado passar três dias nesse ambiente hostil, não significa que eu morra de amores por esse lugar! E esse monte não é seu.

Não adiantava, estava no sangue, eles mesmo se amando muito, tinha que trocar farpas na primeira oportunidade.

— Oque que foi? Quer voltar, Marta? É só dar meia volta.

— É claro que eu não vou voltar. Eu aceitei passar três dias e são três dias que eu vou passar. Só não garanto estar viva no último dia.— Ela dramatizou recebendo um olhar semecerrado de Zé.

Poucos minutos depois, o helicóptero chegou ao monte. Josué tinha ido na frente arrumar tudo no dia anterior,  por isso, o resto dos três dias ficariam por conta dos dois.

Zé desceu primeiro e logo em seguida ajudou Marta a descer.

— Zé, diz para mim com sinceridade. Oque você viu nesse lugar?

— Você sabe muito bem, Marta. Foi aqui que minha história começou, quando achei meu diamante rosa. Você sabe de tudo! Eu não sei oque você tem contra o monte.

— Quer que eu comece por ordem alfabética ou cronológica? Aqui tem mosquito, o terreno é irregular, de dia é quente e a noite é muito frio, tudo aqui é ao extremo. Não tem shopping, loja, luxo, essas coisinhas básicas de sobrevivência e...

Ainda não inventaram um método mais eficaz que um beijo para silenciar alguém. Marta ficou até sem ação.

— Acabou?

— Me pegou desprevenida. — Ela levantou as sobrancelhas, com um sorrisinho contido nos lábios.

— Eu sei que você detesta vir para cá. Mais foi o lugar ideal para a gente ficar sozinho sem a possibilidade de qualquer pessoa chegar de surpresa. Até porque é muito difícil chegar aqui, não é qualquer um que vem. E além do mais, eu tenho uma coisa para fazer no último dia, que é muito importante.

— Oque?

— Você só vai saber no último dia.

— Nossa, tão misterioso!— Ela levantou as sobrancelhas.

— Muito!— Ele puxou o corpo dela devagar.

— Escuta aqui, se eu quebrar uma unha nesse lugar, eu juro que te largo aqui e vou embora sozinha.— Ela ameaçou recebendo os beijos dele.

— Mais eu duvido muito. Duvido você deixar seu bode velho aqui e ir embora — Ele riu.

— Isso. Vai duvidando mesmo...

Ambos riram e se beijaram. O sol batia diretamente no rosto de Marta, dando um brilho lindo aos olhos azuis dela.

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— Mais você acha mesmo que ela acreditou, Josué?— Clara perguntou enquanto analisava atenciosamente uma pedra de diamante.

— Bom, até agora ela não fez mais nenhuma pergunta. Acho que ela acreditou sim.

— É — Clara o olhou — Se não falou nada, deve ser mesmo — Ela riu — Eu queria ser uma mosquinha para estar naquele monte vendo minha mãe lá. Ela detesta aquele lugar, essa viagem vai ser no mínimo engraçada. E foi alguém com eles?

Meu Diamante - MALFREDOnde histórias criam vida. Descubra agora