Capitulo 16

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UM MÊS DEPOIS...

— Eu não acredito que você está dando razão ao Zé! — Marta advertiu Maurílio com o olhar.

— Marta, já faz quase um mês que sua família está insistindo para você ter um segurança, pelo menos um. É a sua vida que está em jogo! Não morro de amores pelo seu marido, mais nessa circunstâncias eu tenho que dar razão a ele sim — A feição de Maurílio denunciava sua real preocupação.

Marta odiava ter que dar o braço a torcer, mas ela não queria mais nada que viesse de Zé.

— Não adianta, Maurílio. Já disse que dele eu não quero nada. Mais agradeço a sua preocupação.

— Ok. Meu Deus, como é difícil convencer você das coisas —  Ele reclamou quase tirando um sorriso dela — Bom, você disse que não quer nada dele, mas de mim...você não falou nada.

— Não entendi.

— Eu vou colocar os seguranças para você, e nem adianta recusar ou dizer que não quer! Sem direito de escolha, Maria Marta — Ele decretou.

Marta levantou as sobrancelhas em sinal de surpresa com a audácia dele.

— E oque te leva a pensar que eu vou aceitar? — O desafiou.

— Primeiro, nossa amizade. Segundo, sua segurança e bem estar me interessam e muito. Nada de recusar! Assunto encerrado — Ele levou a boca uma garfada da refeição que comia.

— Não é porque dessa vez que eu vou deixar, que você pode ficar pensando que manda em mim — Ela pegou a taça de vinho.

— Sim senhora — Rindo, ele levantou as mãos em rendição.

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A maquiagem dela estava tão perfeita, completamente harmonizada com sua pele lisa e suave. Seus olhos estavam se destacando por conta da  maquiagem bem feita. A roupa toda preta, e o salto alto. Marta estava quase pronta para ir ao sambodromo, era o então dia do desfile da União de Santa Tereza, escola na qual iria homenagem a história de Zé, sua família e seu glorioso Império.

Ela sabia que estaria ao lado dele,  mas aquilo não servia de acalento. Primeiro que era apenas uma fachada e que os sorrisos que ela daria, seriam falsos, e segundo, que quem ele realmente queria ao seu lado, não era ela. Isis, ela sim. Mas a mesma felizmente iria vir desfilando, só que no chão mesmo, sem carro alegórico.

A imperatriz foi acordada de seus pensamentos pelas batidas de Clara na porta.

— Uau, que linda. Mãe, você está linda— Clara parou atrás dela no espelho.

— Tão bonita, mais para fazer um papel ridículo — Marta foi em direção ao closet.

— Ah,  pelo lado positivo, você também vai ser homenageada.

— Seu pai vai ser homenageado. Eu não.

— A família Medeiros vai ser homenageada, e você está nela. Na verdade é uma parte vital dela — Clara falou completamente séria.

Em sua fala não havia humor. Clara estava séria sobre aquele assunto. Era notório que ela jamais aceitaria o fato do pai ter outra. Nunca aceitaria isso. Para ela, Marta seria sempre a única. E toda vez que a mãe se excluía da família, ela achava completamente errado. Não conseguia idealizar a família Medeiros sem sua imperatriz.

— Mãe, por favor, para com isso. Eu detesto quando você fala assim.

— Maria Clara, seu pai fez questão de me fazer de corna, sujar meu nome e consequentemente me fazer de idiota.

Meu Diamante - MALFREDOnde histórias criam vida. Descubra agora