Capítulo 43

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Distraída com o barulho da correnteza da agua que corria para debaixo das pedras, Marta sentiu algo estranho, um pressentimento ruim.

— Oque foi?— Zé perguntou ao olhar para o rosto dela.

— Não sei. Senti uma coisa estranha— Ela passou a mão sobre o peito.

— Coisa estranha?

— É! — Ela se afastou um pouco — Um sentimento estranho, um aperto.

Ele a olhou com recusa. Acabou por ficar preocupado também, mesmo sem ainda saber do que se tratava aquele prenúncio de Marta.

— Mas tarde você liga para Josué, tá?! Só para saber se as coisas estão normais em casa?

— Tudo bem, eu ligo. Mais você sentiu essa coisa estranha em relação a alguém da família?

— Não sei explicar. Sabe que não sou de dar muita atenção a essas coisas. Mais dessa vez foi esquisito, Zé.

— Tudo bem, eu entendi. Fica calma. Mais tarde eu ligo pro Josué e pergunto como estão as coisas por lá. Tá bom?— Ele olhou nos olhos dela passando confiança e tranquilidade, deu um beijo em sua testa e a abraçou em seguida.

Ela se afastou um pouquinho e foi beijada por ele.
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— Dona Isis, obrigada por...— a babá parou no meio do quarto ao ver que a mulher não estava mais ali.

Foi até os dois berços, onde Alfredinho dormia tranquilamente, porém, Martinha não estava no berço ao lado.

— Ué, mais...Dona Isis? — Ela olhou no banheiro, closet, corredor frente a porta e nada.

Entre risadas, Du e Lucas surgiram no final do corredor.

— Oi Zezé — Disse Du com os cabelos molhados.

Ambos haviam ido a praia naquela manhã. Ainda usavam as roupas úmidas, e estavam sujos de areia.

— Vocês só chegaram agora?— Zezé perguntou.

— Sim, acabamos de chegar. Porque?— Lucas perguntou.

— Eu estava no quarto tentando colocar a Martinha para dormir, aí a dona Isis apareceu, eu disse que precisava ir ao banheiro, ela se ofereceu para cuidar da bebê eu fui, quando voltei ela não estava mais no quarto, nem a Martinha — A mulher disse com uma aparência aflita.

Lucas e Du se olharam.

— Pelo amor de Deus, Zezé. Ela não disse para onde ia? Não falou nada?— Du arregalou os olhos.

Ninguém poderia imaginar nada ainda, mais um coração de mãe já conseguia sentir coisas muito a frente. Du e Lucas se olharam com expressões pesadas e confusas.

— Será que ela nao esta lá embaixo? — Cogitou a babá — perguntou Zezé ao casal, os vendo entrar no quarto.

— Não. Acabamos de chegar, Zezé. Passamos pela sala e não tem ninguém lá embaixo. Eu não estou entendendo nada — Lucas se aproximou do berço de Alfredinho que dormia tranquilo.

— Amor, isso está muito estranho — A preocupação saltava aos olhos de Du.

— Calma, ela deve ter descido para dar um passeio com a Martinha, devem estar aqui perto, eu vou procurar. Fica aqui. — Ele disse tentando passar tranquilidade.

Tudo ainda estava muito recente para parecer qualquer coisa, mais o coração de Du batia tão forte e desesperado que ela teve que se conter para não ter pensamentos ruins.

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Duas matidas na porta não foram suficientes para tirar atenção de Clara dos desenhos que fazia no papel. Josué, que estava com ela na sala, olhou em direção a porta.

Meu Diamante - MALFREDOnde histórias criam vida. Descubra agora