Capítulo 06

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O carro de Marta passou pelos portões da império e adentrou o lugar. Estacionou frente à entrada principal e saiu do automóvel dando as chaves à Briguel. Colocou os óculos escuros, ajeitou a bolsa no braço esquerdo e subiu as escadas com toda a classe que exalava dela naturalmente.

- Bom dia, dona Marta - Valquiria cumprimentou.

- Para alguém tem que ser!- Ela respondeu sem nem sequer parar.

Valquíria ergueu as sobrancelhas e continuou ajeitando uma pilha de papéis.
Marta ia entrar na sala de reuniões quando foi abordada por Maria Clara.

- Mãe? Que bom que já chegou. Preciso de você na minha sala agora, pode ser?

- Claro. Mas para que?

- Sua jóia ficou pronta, eu te falei mais cedo - Clara respondeu com entusiasmo e puxou a mãe pela mão.

Clara foi para trás de sua mesa e se sentou, esperando a mãe fazer o mesmo. Ela então virou uma caixa de veludo azul e abriu de frente para Marta, revelando uma verdadeira preciosidade, em todos os sentidos da palavra.
Era impossível não ficar impressionado com tanta riqueza de detalhes que aquela joia trazia. Era linda, muito linda. Marta passou a ponta dos dedos sobre a raridade e apreciou.

- É, dessa vez você se superou, minha filha. Lindo, fino, de bom gosto, delicadíssimo. Adorei!- disse ela avaliando a pessoa nas mãos.

- Ah, mãe. Obrigada. Gostou mesmo?

- Claro! Se não estivesse bom eu diria, você sabe disso.

- Verdade!

Não demorou muito para a inteligência aguçada de Clara, captar na mãe algo de "diferente".

- Vai me contar onde foi?

- Que isso? Está fazendo curso de fofoca alheia com o jagunço do seu pai?

- Aí, mãe. Claro que não. Só quero saber, você saiu tão estranha, só chegou agora. Lógicamente eu iria perceber não é?!

- Eu só vou contar, porque vou precisar da sua ajuda.

- Minha ajuda? Para que?

- Para dar um troco no seu pai!

- Ah, não, mãe, que tipo de troco seria esse? Por favor, não vai fazer nenhuma besteira e meter os pés pelas mãos.

- Maria Clara, olha bem para mim. Você acha que há alguma possibilidade de uma mulher como eu "meter os pés pelas mãos"?- Ela fez aspas com os dedos com uma cara de quem achou aquele comentário um insulto.

- Ok. Ok. Vai, me fala que plano é esse?

- Vê lá, hein. Não é para sair por aí contando para Deus e o mundo. Nada pode dar errado - alertou ela.

- Tá, mãe. Não vou contar nada. Pode deixar. Agora fala de uma vez.

- Eu vou desfilar a joias do Maurílio Ferreira no dia da festa de lançamento da jóia da Império!

Maria Clara ficou atônita ao ouvir aquilo.

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- Como assim ele não tá?- Zé Pedro perguntou à Valquíria.

- Não está. Ele disse que iria sair mais que voltaria antes do fim do expediente.

- E aonde ele foi?

- Eu não sei. O comendador não me deu satisfações, seu Zé Pedro.

- Claro! Já devia saber - ele saiu descontente.

Meu Diamante - MALFREDOnde histórias criam vida. Descubra agora