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Josh Beauchamp.

Não sei bem que horas eu acordei. Na verdade, tenho a leve sensação de não ter dormido. De não ter fechado os olhos nem por um segundo, enquanto sinto a respiração pesada da Any sobre o meu peito ao lado do seu corpo nu que se encaixou perfeitamente em cima do meu e isso me dá uma leve sensação de pertencimento que não sentia há anos.

Mas mesmo assim, não consigo dormir.

Olho pro relógio e não me assusto ao ver que já são quase seis horas. O Sol ainda não nasceu e preciso enrolar o lençol da melhor forma possível no corpo da morena que dorme profundamente sem nem ao menos se preocupar em alguém tocando na sua pele quente, mesmo que eu tenha visto um vislumbre de um sorriso. 

Seguro a caneca do café nas mãos e existe uma leve probabilidade de que eu acabe queimando a língua caso o tome naquele instante, mas mesmo assim o faço sem hesitar. Não sinto dor e se sentir nem ao menos percebi. Tentei não pensar nisso, entretanto, consigo ouvir a respiração dela do outro lado. Consigo ouvir os seus dedos se contraindo a cada movimento e preso a eles o anel com o nome dele cravado ao lado dela.

O nome dele. Charlie e Any.

Noivos. Casamento marcado daqui a um mes. Algo que ele e ela jamais chegaram a ser. Nunca namorados de verdade, nunca amigos de verdade, nunca professor e aluna de verdade. Tudo era um segredo. Não existiam perguntas além daquelas que eram feitas silenciosamente quando os nossos lábios se encontravam.

Naquela época, eu podia viver cada segundo por segundo, mas hoje não. Não com ela tão entregue, não depois de tanto tempo separados, não sabendo que no fim ela entraria na porra daquele carro e iria embora. Voltaria pra ele.

- Merda - acendo um cigarro encostando a minha cabeça na parede da varanda. Fecho os olhos e sei que estou exausto, mas não posso dormir. Preciso estar desperto quando ela acordar. Quando ela for embora.

- Que cheiro é esse? - a voz dela me desperta e preciso de alguns segundos pra consegui controlar o susto - Josh? - os nossos olhos se encontram quando saio do esconderijo e vejo alívio neles. Por que? - Bom dia.

- Bom dia - murmuro de volta e sei que ela sabe exatamente no que eu estava pensando, porque a vejo encarando o carpete e depois o lençol ao seu redor. O pano cai apenas alguns centímetros a ponto de que eu consiga ver a curva dos seus seios. Os mesmo que foram marcados por mim, tocados e domados.

Eu poderia me aproximar sorrindo. Tocar os cachos bagunçados, demorar os lábios pela sua testa antes de começa-los a descer pelo rosto perfeito fazendo com que ela se perdesse em mim outra vez para que eu pudesse me inclinar e afundar nela. Me perder. Ganhar.

Mas pra que? Ela acordaria outra vez.

- Isso é café? - pergunta e pisco umas cinco vezes ao notar que ela está de pé passando a minha camisa pela cabeça. Olho pro copo como quem precisa comprovar e afirmo com a cabeça. Ela se aproxima hesitante e isso me faz ficar tenso. Eu que deveria estar assim. 

Eu sou o outro.

- Gosto de café - diz tocando no vidro nas minhas mãos, mas não o tira de mim. Ela me olha e preciso de um esforço máximo pra sorri - Você também gostava. Sempre ia pra cantina pegar um antes da aula - se lembra e isso me faz sorri. Sorri de verdade agora. Ela percebe isso, porque também sorri - Aí está o meu Josh - garante e eu dou de ombros entregando a caneca nas mãos dela antes de me afastar apenas alguns passos antes de sentir uma mão no meu pulso.

- Any? - me viro apenas um pouco para poder olha-la realmente curioso. 

- O que houve? Por que voce está distante? - pergunta de uma forma tão cuidadosa que me relembra a Any de anos atrás e isso quebra o meu coração. Ela continua ali. Está mais forte, segura e real. Está completa - Eu sei que posso ter feito alguma coisa que talvez...

Coloco o dedo nos seus lábios a silenciando. Ela me encara e eu a encaro de volta.

- Eu te amo - sussurro mordiscando o lóbulo da sua orelha - Te amo desde o primeiro dia que entrou naquela sala... - subo a barra da sua camiseta invadindo a mesma com as mãos para tocar na sua barriga - Te amo com cada batida do meu coração - toco nos seus lábios e ela estremece.

- Ah Josh! - ela me agarra e pelo amor de deus onde aquela xícara foi parar? - Eu te amo. Eu te amo tanto. Faria qualquer coisa por voce - promete e sinto as suas mãos pelas minhas costas.

- Apenas fique - murmuro e nem tenho certeza se ela escutou - Apenas volte pra mim. Seja minha - toco em um dos seus seios e gemo - Seja minha.

Por um momento penso que ela realmente não escutou. Penso que talvez ela não tenha prestado atenção com os pensamentos atordoados e acelerados, no entanto, quando estou prestes a entrar nela de novo sinto as suas mãos no meu rosto forçando-me a encara-la.

- Eu prometo.

My Teacher  - Beauany 2TempOnde histórias criam vida. Descubra agora