My Teacher - Beauany 2Temp

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"Ela é oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio e fósforo. Os mesmos elementos que estão dentro do resto de nós, mas não posso deixar de pensar que ela é mais do que isso e tem outros elementos acontecendo dos quais ninguém nunca ouviu falar, aqueles que a fazem se destacar de todos os outros. Sinto um breve pânico ao pensar: O que aconteceria se um desses elementos funcionasse mal ou simplesmente parasse de funcionar completamente? Eu me forço a deixar isso de lado e me concentrar na sensação de sua pele até que não vejo mais moléculas, mas Violet" - Por Lugares Incríveis.

Josh Beauchamp
Eu penso em mil e uma coisas que poderiam se ditas quando abrissem aquela porta e me deixassem entrar - depois de quatro horas de espera. As flores já estão murchas, a camisa azul parece meio desbotada e as botas estão molhadas por causa da neve.

E o pior: eu pareço cansado. Tentei atuar pra que a Any não achasse que foi tudo por água abaixo e se recuperasse direitinho, como alguém deve se recuperar depois de um trauma como esse. Fecho os olhos e tento relaxar com uma massagem na têmpora. Lembro que ela fez isso antes de sumir pela manhã e isso me faz sorri, de alguma forma.

Quem me ligou avisando foi a Deinert. Eu tinha acabado de concluir uma reunião com um dos editores da nova série quando o telefone tocou e o meu estômago pulou achando que se tratava dela. Já faziam 24 horas desde a última vez que ouvi a voz dela e a saudade já estava começando a me deixar estressado.

Mas ao invés dela, quem eu ouvi foi a loira que foi a causa de parte das discussões há um tempo atrás. Não me lembrava mais da Sina, então foi engraçado ouvi-la outra vez.

No entanto, a graça sumiu quando ela me contou.

— Braço quebrado, as cordas vocais foram danificadas e um dos dedinhos do pé quebrou também. Além disso, os socos fizeram um estrago... — A partir daí eu não me lembro de mais nada. Não queria saber o que o filho da puta do namorado dela tinha feito. Foda-se. Era isso ou eu esqueceria o foco principal e quebraria a cara do desgraçado.

Liguei para que a Dytto viesse cuidar da Kim, porque a adolescente, que ficou bem nervosa depois que soube, não queria ficar sozinha. Ela entendeu e veio na mesma hora. Eu a amo por isso. Por entender que eu precisava dela, porque a mulher que eu sou apaixonado precisava de mim.

Precisa. Ela precisa.

— Josh? — Desperto quando escuto o meu nome sendo chamado e percebo que a porta do quarto dela está aberta. Sabina está na frente com uma postura meio na defensiva: braços cruzados, cabeça ereta e um olhar desconfiado.

Tudo bem. Eu entendia. Qualquer homem que chegasse perto da melhor amiga era um inimigo. Um perigo. A violência acaba com toda a família, amigos e pessoas que amamos. Essa era a prova disso.

— Ela está acordada? — Pergunto me levantando e projetando as flores para frente do meu corpo. Ela vacila e deixa escapar um sorriso acompanhado de um suspiro. Abro um sorriso também. — Preciso falar com ela, Sabina.

— Eu sei. Ela também precisa... — O seu corpo desloca-se para o lado da porta e a sua mão deixa a maçaneta. Move a cabeça em direção a entrada. — Ela está a sua espera.

Ando ansioso. Não quero correr ou parecer um maluco, mas mesmo assim quase corro para dentro do quarto. Sinalizo um agradecimento na direção da mexicana antes de finalmente sentir o frio do ar condicionado na minha nuca.