Josh Beauchamp.
Eu e ela resolvemos andar até a lanchonete, já que não existia uma razão para gastarmos gasolina indo de carro até lá se tínhamos os nossos próprios pés. A observo caminhar em passos curtos e arrastados ao meu lado. De repente começo a me sentir um idiota por tê-la convidado do nada assim, além do fato de que talvez ela tenha aceitado tudo isso apenas para não ser chata. Nem sei por que me importo tanto com isso.
Chegamos ao lugar e a sinto ficar tensa ao meu lado. Procuro ao redor algum erro que possa ter feito com que ela ficasse desconfortável, mas não encontro nada além de dois velhinhos e um grupo – pequeno – sentado no canto. Sem nem mesmo pensar começamos a andar em direção a uma mesa do fundo fugindo da exposição que seria ficar logo no começo. Any continua fechada para si quando nos sentamos.
Me sento na sua frente sem consegui tirar os olhos dela com temor de ter feito alguma coisa que possa ter feito com que ela se sentisse mal ou algo do tipo. Ela brinca com as suas mãos – um sinal de que estava nervosa. Mexo no meu cabelo querendo colocar uma fita adesiva na minha boca para que a pergunta não saia, no entanto, todo mundo deve saber que eu ando meio transparente ultimamente.
- Se você quiser sair correndo – inicio me aproximando apenas um pouco – O momento é agora, antes que aquele garçom venha com aquele enorme caderninho anotar os nossos pedidos – o meu tom é de brincadeira, mas Deus sabe que o meu coração parece explodir pela boca. Ela me encara confusa e depois começa a ri sem graça.
- Eu nunca faria isso – afirma. Solto a respiração sem nem ao menos ter percebido que estava presa – Por que você falou isso? – os olhos castanhos me analisam com interesse e tenho vontade de sair correndo do seu estudo aplicado em sentimentos humanos.
- É que quando chegamos... – engulo em seco – Percebi que, talvez, você não estivesse bem – solto sem me preocupar em parecer um tolo falando aquilo logo pra ela. Diferente do que eu pensei que fosse acontecer caso falasse isso, Any apenas morde o lábio como se quisesse fugir realmente.
- Essa foi a lanchonete que comemos juntos há muito tempo – estreito os olhos confuso. Como assim? – Estava chovendo e eu passei por aqui, acabei te encontrando e comemos juntos – fala ficando extremamente vermelha. Rodeio o lugar com o meu olhar não reconhecendo imediatamente, já que a cor das paredes estava completamente diferente.
- Nossa – a encaro com curiosidade – Ótima memória.
- Sou escritora – diz como se isso explicasse tudo. A questão é que várias perguntas começaram a surgir na minha cabeça, como: Por que ela ficou desse jeito? Como ela se lembrava daquele momento? Será que ela também sentiu... Saudades?
- Ah claro – é a única coisa que consigo murmurar antes do garçom chegar e anotar os nossos pedidos. O meu é algo simples como um café sem açúcar, enquanto o dela é uma grande torta de chocolate com morangos acompanhado de um copo (de 500 ml) de qualquer suco que fosse o melhor ali. Assim que o menino se afasta, me vejo rindo ainda pensando no meio litro. Ela percebe, e como sempre, se inclina com a mão sob o queixo.
- Do que você está rindo?
- Eu? Rindo? – ela faz que sim com a cabeça – Não sei do que você está falando – sussurro tentando manter a pose de um homem sério.
- Não é legal mentir para uma convidada de honra – diz me fazendo ri dessa vez.
- No caso a convidada de honra seria você? – ela faz que sim de novo – Não sei que tipo de honra você conhece, mas não é o mesmo que a minha – solto a fazendo colocar as mãos no coração fingindo chateação.
- Está aí o homem das cavernas que existe em você – fala me fazendo tombar a cabeça para observa-la falar – Eu só estava esperando que você o revelasse – reviro os olhos e ela acaba rindo.
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My Teacher - Beauany 2Temp
Novela JuvenilÉ mais fácil fingir que nada aconteceu. Fingir que durante todo esse tempo só aconteceram coisas boas, pessoas novas e conquistas. Talvez assim, só assim, eu possa esquecer que não aconteceu um final feliz para nós dois. Possa esquecer todas as sens...