Capítulo 2: Emissária.

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-Kian... -Murmurei me virando e encarando o dono dos olhos verdes mais escuros que eu já conhecia. -Não tem um reino para cuidar?

Ele soltou uma risada e passou as mãos pelos cabelos loiros.

-Eu não sou o rei, Holly. Meu pai é quem deve cuidar do reino. -Afirmou e caminhou para dentro do quarto. -Me diga, terminou o trabalho por hoje?

-Sim. Terminei. -Sorri e me recostei na porta da varanda. -Juan já não está mais entre nós.

-Aquele traidor idiota. -Resmungou e se jogou na minha cama. -Não acredito que ele ousou trair meu pai. Depois de todos esses anos...

-Ele não está mais aqui, Kian. -O cortei. -Apenas relaxe e o esqueça.

Ele soltou uma risada e ergueu a cabeça até mim.

-Porque não vem aqui me fazer relaxar? -Pendi a cabeça para o lado com um sorriso.

-Talvez mais tarde. Eu quero ficar sozinha agora. -Kian parou de sorrir na mesma hora.

-Porque sempre faz isso comigo? -Balancei a cabeça sem entender. -Parece que não aprecia a minha companhia.

-Só quero ler um pouco. -Expliquei e ele balançou a cabeça irritado.

Kian se levantou da cama e foi em direção a porta.

-Daqui a pouco vou começar a achar que você prefere mais os seus livros do que eu. -Exclamou se virando para mim.

-Você é sempre tão dramático.

Ele soltou uma risada amarga e apontou para mim.

-Você, minha assassina, irá me pagar caro por esse comentário. -Afirmou com um sorriso.

Balancei a cabeça negativamente e me virei para a vista da varanda.

-Você sempre me chama assim, de "minha assassina". -Comentei.

-Porque você é minha assassina favorita. A mais linda e cruel de todas. -Garantiu com a voz calma.

-Sim. Mas as vezes faz parecer que sou apenas isso. -Encarei o seu noturno. -Apenas uma assassina.

-Você não é apenas uma assassina, querida. Você é tudo para mim, sabe disso. -Afirmou e me abraçou por trás, escorando o queixo no meu ombro. -Um dia nós dois iremos nos casar e você será oficialmente rainha do Reino Superior.

-Eu não tenho interesse em ser rainha. -Kian beijou meu ombro.

-Mas você será. A maior de todas.

[...]

Entrei na pequena biblioteca ouvindo o pequeno sino que havia pendurado na porta, avisando sobre a minha presença.

-Holly, querida, é você? -Ouvi a voz do senhor Vinci no meio das várias estantes de livros.

-Sim, sou eu. -Afirmei.

A biblioteca era pequena. Tinha uma quantidade média de livros nas estantes espalhadas pelo local. Havia algumas mesinhas velhas. Um sofá antigo. E o balcão onde normalmente o senhor Vince está.

Reino de Fogo e Caos / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora