LIVRO1 (TRILOGIA REINO DAS SOMBRAS)
Nenhuma lâmina é mais afiada que as adagas de Holly Orion, a assassina cruel do rei dos superiores.
Quando criança, ela foi vendida pelo próprio pai e viu sua família ser escravizada pelo grande rei de Andalor. O...
Encarei o rapaz por alguns segundos, vendo ele deixar uma moeda de ouro em cima do balcão.
-Foi um prazer, Declan. -Ele murmurou e então se virou para mim.
-Ícaro... -Cantarolei o nome e ele sorriu.
-As pessoas costumam me chamar pelo meu sobrenome. -Comentou e eu assenti.
-E de onde você é, Mackenzie? -Questionei curiosa.
-Dimensão dupla. E você?
-Dimensão alada. -Ele sorriu e passou a mão pelos cabelos.
-Eris vai gostar de saber disso. Não se surpreenda se um dia ele aparecer na sua porta. -Afirmou e eu soltei uma risada.
-Contanto que ele não tente me matar. -Dei de ombros. -Ele pode me visita quando quiser.
-Vou dizer isso a ele. -Mackenzie se levantou e olhou para a porta rapidamente.
Foi o tempo suficiente para notar uma tatuagem em formato de chamas na sua nuca.
-Foi um prazer, Holly Orion. -Ele acenou com a cabeça. -Se um dia precisar, é só chamar.
-Só se você goste de correr risco de morte.
-Não, mas aprecio uma boa aventura. -Garantiu e então se dirigiu a saída.
Mackenzie passou pela porta no mesmo momento que Lork e Callum entravam. Respirei fundo sabendo que era hora de ir.
[...]
-Então você sai para beber e ainda comete um assassinato? -Freya soltou uma risada alta. -É a sua cara, Holly.
-Ele ia tentar me matar com uma faca. Eu só estava me defendendo. -Dei de ombros. -Não tenho culpa.
-Não tem culpa de ter muitos inimigos? -Freya questionou e eu curvei a cabeça.
Tudo bem, eu tenho total culpa.
Encarei o horizonte, vendo as terras de Andalor se aproximarem. O castelo ficava no meio da água. Erguido entre pilastras e pontes de concreto. A água circulava em volta das grandes torres do castelo e dos belíssimos jardins.
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-É lindo. -Freya abriu um sorriso genuíno.
-Pena que o rei não é flor que se cheire. -Comentei e Freya concordou.
-Holly, meu pai pediu calma.
-Eu terei muita calma, pode acreditar. -Afirmei e Freya sorriu sem acreditar.
-Guarde essas adagas. -Ela apontou para minha coxa.
As tirei e escondi entre minhas roupas. Eu iria tirá-las, mas não guardá-las longe de mim.
O barco atracou no porto de Andalor e vários férricos apareceram para nós receber. Mas nenhum deles era o rei.
-Você deveria ter colocado um vestido. -Freya sussurrou para mim, enquanto descíamos pela plataforma do navio.
-É você quem tem que conquistar o rei. Eu só preciso matá-lo. -Rebati. -Não vou usar vestidos para agradar ninguém. Muito menos alguém como ele.
-Ah certo. Você quem sabe. -Freya deu de ombros.
Levei um susto quando senti a mão de Lorck tocar a minha e ele revirou os olhos. Olhei para a mão dele vendo o saquinho que ele trazia.
Estendi a mão e escondi ele entre minhas vestes. Aquilo era preciso demais para se deixar a vista.
-Senhoritas, senhores. -Um dos feéricos se aproximou de nós com um sorriso forçado. -Sejam bem vindos as terras de Andalor. O rei Aaron os felicita e lhes convida até o castelo.
Freya abriu seu sorriso simpático e deu um passo à frente.
-É uma honra, senhor. Ficamos felizes em aceitar o convite. -Freya falou como uma verdadeira princesa.
-Me acompanhem por favor. -Pediu e nos assentimos.
Saímos do porto e chegamos até uma das imensas pontes de concreto que davam para o castelo. A água fluía por baixo dos nossos pés.
Não era assim que eu me lembrava de Andalor. Não quando eu só tinha 7 anos e jamais conheci outra terra senão as humanas.
Seguimos por ela, encontrando mais feéricos por toda parte.
-Meu nome é Alfie, a propósito. -Comentou, quando ficamos em silêncio por tempo demais.
Alfie tinha o porte de um feérico da elite. Sua pele era morena e os olhos tão verdes como uma floresta. E os cabelos eram longos e muito bem cuidados.
-Metidos. -Pensei alto e Freya se virou para mim de olhos arregalados, antes de soltar uma risada.
Sim, ela concordava. Alfie era bonito. Assim como todos da espécie deles eram. Mas isso não mudava o fato de não serem nem um pouco bacanas com humanos. E a forma como ele nos olhava, deixava isso claro.
Chegamos a grande e magnífica entrada do castelo. Rodeado por jardins muito bem cuidados.
Respirei fundo quando Alfie nos guiou até as grandes portas, até chegar a um corredor. Agora eram apenas nos cinco naquele local. Andando em direção aonde o rei nos esperava.
Alfie parou na frente de duas portas de madeira antiga e se virou para nós.
-Ele está os aguardando. Devem fazer uma reverência, caso não saibam. -Comentou com certo com de ironia.
-Ah sim. Reverência também são parte do costume do reino Superior. -Comentei secamente.
Freya me lançou um olhar sério e eu revirei os olhos. Alfie se virou e abriu as portas. Freya foi a primeira a entrar. Como princesa, ela seria a primeira a se apresentar ao rei.
Ficamos para trás, vendo Freya sendo levada até à frente do trono. Não ergui os olhos. Não olhei para ele.
-Vossa majestade. -Freya parou em frente ao trono e fez uma reverência. -Freya Dirksen, princesa do reino Superior. É um prazer conhecê-lo.
-O prazer é meu, alteza. -Ouvi a voz mais suave e afiada como uma lâmina.
Meu corpo vibrou e as adagas escondidas na minha roupa pareceram ficar pesadas.
-É uma honra para nós estarmos aqui hoje. -Freya prosseguiu. -Agradecemos.
-É uma honra para mim também. -Ouvi um suspiro e senti seus olhos sobre nós. -E esses seriam?
-Ah sim. -Freya se colocou ao lado.
Ergui a cabeça sem dirigir os olhos a ninguém em particular. Caminhei até à frente do trono e fiz uma reverência.
Meus olhos se encontraram com ele pela primeira vez. Aaron Carter, rei de Andalor. A criatura que mais desejo matar.
Eu nunca havia o visto. Ele tinha cabelos negros e olhos avelã, quase como o céu amarelo da manhã. O rosto era tão bem desenhado como uma estátua feita meticulosamente.
Ofeguei com a visão, antes de abrir meu maior sorriso.
-Holly Orion, majestade. -Me pus de pé e encarei seus olhos que estavam fixos em mim. -É um prazer conhecê-lo.