Capítulo 49: Minha Doce Assassina.

3.7K 580 151
                                    

Amaris, líder da Corte Alada estava bem na minha frente. Com uma roupa pronta para o combate e as asas de fada reluzindo atrás dela. E logo atrás, haviam mais fadas. Todas com as asas a mostra.

-Você está bem? -Ela questionou e eu neguei com a cabeça.

-Eu estava no meio de uma fuga. -Comentei, tentando ficar de pé e sentindo meu corpo mole. -Mas não estava dando muito certo. -Amaris me segurou assim que eu cambaleei para cair. Encarei ela vendo seu sorriso leve. -Porque está aqui?

-Meu rei imaginou que isso talvez aconteceria e me mandou até aqui. -Ela fez um sinal para o homem ao lado dela, que tinha asas negras cintilantes. -Pegue-a. Quero que a leve direto até o rei, entendeu?

-Sim, senhora. -Ele respondeu e logo ele me ergueu entre seus braços. Olhei para Amaris querendo agradecer, mas com minhas forças já extintas.

-Feche os olhos, Holly. Não vai querer ficar cega. -Falou e então estalou os dedos. Eu fechei os olhos bem a tempo de ver uma onda de luz. E então eu apaguei por completo.

[...]

Abri os olhos sentindo minha cabeça doer. Encarei o quarto em que eu estava, vendo que era o mesmo quarto que eu havia ficado em Andalor. Eu estava lá de novo, no castelo.

Me sentei na cama e analisei minhas roupas. Eu estava com uma camisola negra de tecido fino, coisa que me fez franzir a testa. Encarei minha perna vendo que não havia mais nenhum sinal de ferimento.

Me coloquei de pé e vi que todas as minhas coisas estavam ali. Incluindo a agenda de Ingram. Fiz uma anotação mental de perguntar a ele se estava tudo bem, mais tarde. Agora eu precisava de algo forte para acordar por completo.

Dei alguns passos e peguei o robe que estava em cima da poltrona e o vesti. Abri a porta do quarto e andei com os pés descalços, sem fazer qualquer barulho pelos corredores do castelo silencioso.

Eu não imaginava que voltaria ali tão rápido. Andei procurando pelo fantasma de Alfie ou qualquer um que pudesse me dizer onde ficava a cozinha. Parei subitamente, quando ouvi a voz de Amaris.

-O que acha que elas vão fazer agora? -Amaris questionou. -Elas não vão desistir tão facilmente, vossa majestade. Já tivemos provas o suficiente disso.

-Eu sei. -Aaron concordou e eu dei mais alguns passo para frente, até onde eu podia ver Aaron de pé no meio da sala principal, olhando para a varanda e Amaris sentada no sofá. Agora com as asas recolhidas e um vestido digno de rainha. -Preciso conversar com todos vocês. Já enviei uma carta a Nico e Erza. Vamos resolver a questão com as bruxas antes que isso fuja do controle...

Aaron parou e seu corpo ficou tenso. Observei ele aspirar o ar lentamente e então seus ombros relaxarem.

-Você deveria estar descansando, Holly. -Ele disse e eu engoli em seco. Dei mais alguns passo até ficar na visão dele e da fada.

-Boa noite, Holly. -Amaris disse, abrindo um sorriso largo. -Se sente bem? Você dormiu quase o dia todo.

-Estou com dor de cabeça. Estava procurando a cozinha. -Falei e olhei para Aaron, vendo ele analisar minhas pernas parcialmente nuas.

-Deixe comigo. Eu vou até lá e peço um chá e alguma coisa para você comer. -Amaris disse, já se colocando de pé e passando por mim. -Nos vemos em breve, Holly.

Abri um sorriso fraco e me apoiei na porta, sentindo meu corpo um pouco sonolento ainda. Analisei Aaron, vendo que ele estava completamente bem. Se meu ferimento estava curado, então o dele com certeza também já estava.

-Chamei um dos meus curandeiros para cuidar de você. Seu ferimento já está curado. -Falou, como se estivesse lendo os meus pensamentos.

Fiquei em silêncio vendo ele se aproximar de mim lentamente, como um gavião. Ergui a cabeça para encara-lo quando ele parou a centímetros de mim.

-Vejam se minha doce assassina não está de volta. -Zombou e eu apenas o encarei.

-Obrigada. -Consegui dizer. -Eu provavelmente seria presa pelo rei.

-O que você fez? -Ele questionou e eu dei de ombros.

-Além de não ter matado você? Eu ataquei Kian com uma adaga. -Falei e Aaron soltou uma risada.

-Você pelo menos fingiu que tentou me matar no início? -Assenti com a cabeça e Aaron curvou a dele. -E porque não deu certo? Você deve ser uma péssima mentirosa.

Revirei os olhos e passei por Aaron indo em direção ao sofá. Me sentei nele e ergui as pernas para cima, vendo ele me analisar com um sorriso.

-Teria dado certo se você não tivesse mordido meu pescoço e o deixado marcado. -Falei e ele olhou para um ponto abaixo do meu pescoço. Seu sorriso aumentou como se ele estivesse feliz pelo trabalho feito.

-Você pareceu gostar bastante na hora. -Comentou, com uma provocação leve no fim.

-Você continua não prestando, Aaron. Não importa se o que fez teve motivos por trás. -Afirmei e ele andou até parar na minha frente no sofá.

-Você é corajosa, sabia? Entrou no meu castelo para me matar. Enfiou uma adaga na minha coxa. -Dei de ombros. -Agora está aqui de novo depois de eu te-lá ajudado e ainda tem a coragem de dizer que eu não presto.

-Se serve de consolo, eu também não presto. -Afirmei. -Então somos iguais.

Aaron riu e se sentou ao meu lado no sofá, me encarando com a cabeça curvada. Meus pés tocaram o tecido de sua calça e ele aspirou o ar de novo. Engoli em seco e lentamente deslizei minhas pernas para cima das suas.

Aaron analisou as duas, até que eu estava completamente no seu colo. Nós encaramos por alguns segundos até eu levar minha mão a camisa e desabotoar os botões de cima, o suficiente para que eu colocasse minha mão no peito nu e sentisse seu coração. Tão acelerado quanto o meu. Por um segundo, achei que eles batiam juntos.

Aaron deslizou a mão pelas minhas pernas nuas, erguendo um pouco do robe e da camisola.

-O que você quer, amor? -Ele questionou, aproximando o rosto do meu. -Você vai me matar dessa vez?

Meu corpo se arrepiou e eu neguei com a cabeça, sem conseguir falar. Então ele trouxe a mão até minha bochecha e deslizou até minha nuca, jogando meus cabelos para trás do meu ombro. Subi minha mão e toquei a curva da orelha pontuda, fazendo o contorno com os dedos.

Aaron ofegou e fechou os olhos. Encarei seus lábios abertos e sua respiração pesada. Segurei sei queixo e juntei meus lábios com os dele. Sua mão circulou minha cintura e ele me puxou para perto, enquanto a outra se enrolava nos meus cabelos.

Beijei seus lábios como da primeira vez, deixando que ele sentisse o quão entregue eu estava. Ele se afastou sem ar, mordendo meu lábio inferior e então deixando um selinho.

-O que você quer, amor? -Ele repetiu a pergunta e eu levei meus lábios para perto de sua orelha.

-Eu quero você. E quero agora. -Afirmei e Aaron puxou meu rosto, grudando os lábios nos meus de novo. Ele se colocou de pé, com minhas pernas em volta de seu quadril e então me levou em direção aos seus aposentos.



Continua...

Reino de Fogo e Caos / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora