Capítulo 39: Você Merece o Mundo.

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Aaron segurou minha mão que estava com a adaga e a tirou de mim sem qualquer hesitação minha. Meus dedos se contraíram quando ele voltou a segurar minha cintura e então me empurrou em direção a uma das prateleiras de livros.

Meu corpo se chocou contra ela e alguns livros caíram do alto com o impacto. Aaron abriu um sorriso e deslizou a mão pela minha bochecha de novo. Meus olhos se fecharam com a onda de energia que passou por mim e arrepiou todos os meus pelos.

-Sabe que podemos fazer isso de um jeito diferente, não sabe? -Aaron questionou, roçando o nariz na minha bochecha. -Podemos mudar tudo isso. Eu estou aqui por você. Você merece o mundo, Holly.

Então eu senti os lábios dele tocarem meu pescoço. Minhas mãos agarram as prateleiras atrás de mim, quando senti vontade de me agarrar a ele. Então ele deixou outro beijo e depois outro e outro.

-Você pode me tocar, Holly. Sei que deseja isso. -Aaron sussurrou, trazendo os lábios até o módulo da minha orelha. Mordi o lábio para segurar o gemido e balancei a cabeça negativamente. -Me toque, amor. Você deseja isso tanto quanto eu.

Aaron deslizou a mão para baixo até segurar minha perna e a erguer contra ele, criando um contato maior entre nós e me fazendo segurar com mais força as prateleiras, como se eu estivesse me agarrando ao fim do mundo.

Senti os beijos dele voltarem ao meu pescoço e arquei a cabeça para trás involuntariamente, dando mais acesso a ele aquela região sensível. Sua mão apertou com firmeza minha coxa e eu soltei um gemido alto.

-Oh Deuses. -Aaron afastou o rosto do meu pescoço e olhou para o meu rosto. Meus olhos se abriram e eu observei a expressão de puro desejo nele, com os lábios abertos e avermelhados, chamando por mim. -Você está me enlouquecendo, minha doce Holly.

Ele segurou uma das minhas mãos e a puxou em direção ao seu peito. Meus dedos infiltraram na camisa e eu senti a pele quente entrar em contato com a minha. Ofeguei quando puder sentir o coração dele batendo tão rápido e descompensando quanto o meu.

-Vê, amor? É isso que você causa em mim. É assim que eu fico sempre que você está perto. Eu fico completamente louco quando sinto seu cheiro pelos corredores. -Ele apertou o corpo contra o meu, me fazendo sentir completamente o quanto ele me desejava. -Eu poderia fazê-la minha aqui mesmo contra esses livros se você quisesse. Poderia beija-la até você esquecer seu próprio nome.

-Aaron! -Exclamei, apertando minha mão contra seu peito, vendo seu coração acelerar mais.

-Sim, amor? Me diga o que você quer de mim. -Pediu, trazendo o rosto para perto do meu. -Me diga o que eu posso fazer por você.

Meus olhos se fecharam de novo quando a respiração dele bateu contra meu rosto. Meu corpo estava completamente arrepiado e o desejava mais do que qualquer outra coisa.

Mas lá no fundo do meu coração tinha algo gritando que aquilo era completamente errado. Algo que me fazia lembrar das terras humanas. Do dia em que os feéricos chegaram. Daquela frase que ecoava pela minha cabeça o tempo todo.

"Eu quero a mais velha."

Minha garganta se fechou e eu senti falta de ar. Halley havia ficado para trás. Meus pais estavam mortos e eu estava nos braços do culpado por tudo isso nesse exato momento.

Meu estômago embrulhou com a culpa que me atingiu e minhas unhas se fincaram na pele de Aaron, quando eu abri os olhos marejados e encarei ele.

-Não! -Grunhi e ele se afastou de mim no mesmo instante. Aaron me encarou em estado de choque, como se soubesse exatamente o que eu havia lembrado.

-Holly, por favor...

-Pare! -Falei com os lábios trêmulos. A pele formigando em cada canto que ele havia tocado, sentindo falta. Mas a culpa estava ali. O nojo e a raiva. -Eles estão mortos por sua causa... Halley está desaparecida por sua causa. Não, eu te odeio. Odeio tanto a ponto de estar com nojo de mim mesma por deixar que encostasse em mim dessa forma.

Aaron me encarou com o rosto vermelho e eu vi um relâmpago de arrependimento passar pelos olhos dele.

Eu não esperei ele falar. Eu corri em direção a saída sufocada pela própria vergonha e medo do que estava sentindo. Eu o desejava. Realmente o desejava como nunca antes.

Existe um momento na vida de uma pessoa, que o medo a atinge de forma tão assustadora que ela precisa se agarrar a primeira coisa que aparece. A primeira boia para não afundar no desespero.

E era isso que eu estava fazendo. Estava me agarrando a algo porque estava com medo do que estava sentindo por Aaron. Porque esse sentimento poderia me destruir por inteira se eu permitisse.

Então quando eu bati na porta do quarto e Kian a abriu no segundo seguinte, eu me agarrei a boia. Eu deixei o medo vencer.

-Eu aceito me casar com você!



Continua...

Reino de Fogo e Caos / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora