☀️ 4 » Encontro duplo

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│🍓DULCE

Essa foi uma das sextas-feiras mais conturbadas que já tive. Não acontece nada de interessante na minha vida automática e monótona de professora de educação básica.

Geralmente minha rotina é sair de casa para ir ao trabalho e do trabalho voltar pra casa.

Vez ou outra, eu também vou ao cinema com minha amiga Anahí para assistir um filme que me interessa.

Um mês atrás acabei perdendo o inquilino que estava pagando o aluguel do meu apartamento. E lá se foi a renda extra que eu tinha. Esse dinheiro é essencial pra mim.

Já faz mais de dois anos que voltei a morar na casa da minha mãe.

Ela ainda não conseguiu emprego com carteira assinada e está um pouco longe de se aposentar. Então se vira como pode para pagar as contas. Dona Blanca faz alguns doces e bolos caseiros para vender.

Eu a ajudo com as vendas das guloseimas. Levo ao trabalho e os funcionários da escola, que gostam de fazer uma boquinha nos intervalos, sempre compram.

Saí da secretaria após vender um dos últimos doces para a inspetora. Enquanto caminhava pelo corredor, notei que o novo professor estava vindo até mim.

Ele se chama Felipe e está conosco no corpo docente há pouco mais de um mês.

Felipe ─ Oi, Dulce. Como vai? (Sorriu, mostrando seus dentes perfeitos. Ele é meio loiro e tem os olhos quase verdes. É realmente um homem capaz de fazer qualquer mulher suspirar)

Dulce ─ Boa tarde, Felipe. Precisa de ajuda? (Retribuí o sorriso simpático e apoiei a caixa térmica na minha barriga, segurando-a com as duas mãos)

F ─ Ah, não exatamente. (Coçou a nuca) ─ Eu só queria comprar um desses doces que você vende. Eu vi a professora Marta se deliciando com um pedaço de bolo lá na sala dos professores e me disse que eu poderia comprar com você.

D ─ Sim. A minha mãe que faz e eu apenas a ajudo. O pessoal aqui gosta bastante. Muitos fazem até encomenda de bolo de aniversário.

F ─ Do que você tem aí? Ou já vendeu tudo?

D ─ Ainda tem um pedaço do de brigadeiro e do de nozes.

F ─ Me vê o de nozes então.

D ─ Tá.

Abri a caixa e tirei dali a embalagem de plástico descartável com o doce dentro. Ele me perguntou o preço e lhe respondi. Felipe tirou o dinheiro da sua carteira pra me pagar.

F ─ Nossa, vem até com uma colherzinha e uma frase motivacional! (Desgrudou a fita que prendia o objeto plástico ao potinho) ─ "Todo novo dia é um novo recomeço." (Leu a frase no pedacinho de papel colado na tampa do potinho, junto com a colher)

Ele provou o primeiro pedaço e fez uma expressão positiva.

F ─ Uau! É gostoso mesmo!

D ─ Que bom que gostou! (Sorri)

F ─ E olha que prefiro coisas salgadas. Já ganhou mais um cliente. E já que nós estamos aqui, Dulce, eu gostaria de perguntar se você está livre amanhã.

D ─ Livre? (Perguntei só para ter certeza se era o que estava pensando)

F ─ Sim. Tem algum compromisso? Eu gostaria de dar um passeio no shopping com você. Pra comermos alguma coisa e nos conhecermos melhor.

Nossa! Que direto! (Pensei comigo mesma)

F ─ Se você não tiver namorado, é claro. Eu devia ter te perguntado isso primeiro. (Franziu a testa e contraiu os lábios)

Paixão Tropical│VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora