☀️ 2 » Fichado

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CHRI$TOPHER

XX1 ─ Sinais vitais ainda estão ok! (Escuto uma voz masculina desconhecida)

XX2 ─ Ao que parece não foi nada de grave, só um susto mesmo. (Ouço outra voz diferente e dessa vez é de mulher)

Meus olhos vão se abrindo pouco a pouco e percebo que estou deitado em uma maca dentro de uma ambulância em movimento. Dois enfermeiros estão ao meu lado me observando como se eu fosse um alien.

XX1 ─ Ele tá acordando.

XX2 ─ Vamos ver se consegue recobrar a consciência também.

XX1 ─ Qual é o seu nome?

Ucker ─ Christopher Uckermann. (Respondo e sinto minha cabeça latejar)

XX1 ─ Idade?

U ─ Vinte e oito. Para onde estão me levando? (Murmuro com voz sonolenta. As luzes brancas atingem meus olhos e sinto certo desconforto)

XX1 ─ Para uma unidade de pronto socorro.

Ucker ─ Público? (Pergunto rapidamente)

XX1 ─ Sim. Poderá ser transferido para um hospital particular se precisar. Mas creio que não será necessário. Quantos dedos têm aqui? (Levanta uma das mãos)

U ─ Quatro. Por que me prenderam? (Tento me sentar, mas vejo que estou preso com cintos de segurança nos braços, na cintura e nas pernas. Isso me faz parecer um louco de hospício)

XX1 ─ Porque a ambulância tá em movimento e você tava desacordado.

XX2 ─ Vamos te soltar pra poder medir sua pressão arterial. Aparentemente você não sofreu lesão externa, mas precisará fazer alguns exames para verificar se não sofreu alguma interna.

U ─ Eu estou ótimo, portanto não preciso ir a lugar algum. Quem não deve tá bem é o meu carro. Chamaram o resgate pra ele também?

XX1 ─ Você é engraçado. (O enfermeiro ri)

U ─ Meu pobre Porsche tá em uma situação pior que a minha. Deve ter amassado e arranhado tudo! Aah! A pintura estava novinha! (Exclamo aflito)

XX2─ Mais preocupado com o carro do que com o fato de ter sofrido um acidente. Não quer nem saber se feriu alguém? (Noto a ironia em sua voz)

U ─ Eu estando bem é o que importa. (Respondo seco)

Penso duas vezes antes de mandar a enfermeira ir se foder, porque fico com medo de ela me dopar e abusar do meu corpo sexy invejável e irresistível.

Minutos depois a ambulância estaciona no pronto socorro e sou encaminhado para dentro. Até o cheiro do lugar é de gente pobre. As roupas feinhas, chinelo nos pés, as caras de desânimo explicitando quarenta e quatro horas semanais trabalhadas. Nada disso deixa mentir que é tudo povo da ralé.

Por que parece que os pobres ficam mais doentes do que os ricos? Dificilmente em uma emergência particular se vê tanta gente assim esperando pra se atendida.

Não duvido que alguns estejam aqui pra pegar atestado médico na intenção de faltar ao trabalho. Ainda bem que não vivo uma vida tediosa e cansativa.

Sou encaminhado para uma salinha e lá tiram meu sangue. Outra enfermeira me faz mais algumas perguntas e depois sai. Isso tudo é pra confirmar se estou enxergando, ouvindo, respirando, falando...

Não vejo a hora de ser liberado porque estou ótimo. Fico sozinho esperando por longos minutos. Finalmente um médico aparece com uma prancheta em mãos.

Paixão Tropical│VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora