☀️ 43 » DNA

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CHRI$TOPHER

Dona Alexandra ficou calada durante todo o caminho de volta a sua casa. Ela não estava em condições de dirigir, então meu pai mandou o motorista nos levar e ele foi com o carro dela. Assim que entramos na sala, minha mãe começa a chorar com mais intensidade e é abraçada pelo meu pai.

Victor ― Não chora, meu amor. (Beija o topo da cabeça dela) ― Não chora.

Alê ― P-por um instante e-eu p-pensei que ele não fosse estar lá.

Ucker ― E eu tenho certeza que não é o meu irmão, mãe. Faça um teste de DNA...

V ― Christopher, já chega! (Esbraveja me interrompendo) ― Veja só como a sua mãe está! Não piore as coisas!

U ― Por que você nunca me escuta? Hein? (Também me irrito e aumento o tom de voz) -― Não acreditou nem que o Renan transou com a Sheyla. Acha que ele é incapaz de fazer uma coisa assim.

A ― Por que você protege tanto o Renan, Victor? (Ela enxuga o rosto)

U ― Porque ele é o filho preferido, todo certinho, que não dá trabalho e nunca foi parar na cadeia.

V ― Desde que ele nasceu, nunca lhe dei a atenção que merecia. Eu via a Íris nele e como eu a odiava, também o odiei. (Confessa)

U ― Como? Você o rejeitou?

V ― Muito. Eu o assumi como filho, dei meu sobrenome, mas não era um pai presente. Sempre fugi da responsabilidade de ter que lhe dar atenção.

U ― Eu me lembro que nós dois brincávamos juntos quando éramos crianças. Ele frequentava a nossa casa. (Tô confuso)

V ― Renan tinha um irmão, mas não tinha um pai. Só depois que me casei com Íris que parei de culpá-lo pelos erros da mãe. Até hoje ele deve sentir mágoa de mim e tudo o que faz é pra tentar me agradar.

U ― E você para agradá-lo. Recompensá-lo, na verdade.

V ― Lamento por ele ter te traído junto com a sua ex-namorada. No fundo eu acreditei sim em você, mas...

U ― Quer mostrar que agora ele tem a preferência e atenção que nunca teve.

A ― As coisas não podem ser assim, Victor. Entendo que se sinta culpado, mas você não deve agir errado com um filho só pra mostrar que se arrepende do que fez ao outro.

U ― O meu pai achou que eu tinha inventado tudo só por implicância com meu irmãozinho. Mas no fim Renan até me fez um favor. (Dou de ombros)

V ― Eu sinto muito, Chris. Me perdoa. Eu sou uma lástima como pai. Estou tentando reparar meus erros com vocês dois e só pioro tudo. Ainda bem que você tem Alexandra. Ela é uma mãe maravilhosa.

Os dois trocam olhares e sorrisos acanhados.

U ― Tem uma boa chance de você consertar: acreditando em mim agora. Eu juro pela integridade dos meus carros tunados que ouvi a Íris e a mãe dela falando que fizeram alguma coisa com Emanuel.

A ― Eu faço o exame. Eu faço. (Se dá por convencida) ― Não duvido que aquelas desgraçadas tenham tido coragem de fazer mal ao meu filho. Preciso acabar com essa dúvida de uma vez por todas.

U ― Assim que se fala, mãe! (Dou-lhe um abraço e meu pai se junta a nós)

V ― Vou encaminhar as amostras para um laboratório de confiança. Vamos pôr um fim nessa história.

U ― Acredite em mim, pai, isso é só o começo. E já que tô aqui, vou tomar um banho.

V ― Alê, será que posso jantar com vocês? Sinto falta do tempero da sua comida.

Paixão Tropical│VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora