Paixão Tropical│Vondy

☀️ 31 » Desaparecido

│CHRI$TOPHER│

Ucker ― Mãe, pai, que história é essa de outro filho? (Intercalo meu olhar para os dois)

Quer dizer que eu tive outro irmão e nem sabia? Mais velho ou mais novo? Tô curioso. Dona Alexandra se senta na cama e percebo que se entristece. Acho que será difícil pra ela falar sobre o assunto.

Victor ― Amor, me desculpa. Eu não quis relembrar tudo assim. (Diz, em tom mais calmo)

Ele parece estar arrependido do que acabou de falar.

V ― Não vi outra maneira de te convencer de que faço qualquer coisa pra não perder o Chris. Mesmo que isso implique em continuar mimando ele.

U ― Será que alguém pode me explicar? Eu tive um irmão que morreu? Mais velho, né? Porque não me lembro de outro irmão além do Renan.

Meu pai abaixa a cabeça e noto que tá tirando o dele da reta. Demonstra não estar seguro se deve ou não responder os meus questionamentos.

Alexandra ― Bem, eu... Engravidei novamente quando você já tinha três anos. Você era muito pequeno. Não vai se lembrar.

U ― Espera! Então você e a buldogue engravidaram praticamente juntas?

A ― Sim. Eu a peguei na cama com o seu pai algumas semanas depois que descobri que teria outro filho.

U ― Nossa. (Fico perplexo)

V ― E sempre reforço que não me lembro de ter estado com ela. (Esclarece) ― Mesmo o exame de DNA confirmando a minha paternidade.

U ― O que houve com o meu irmão?

A ― Ele se foi logo depois que nasceu. Foi horrível quando a enfermeira me avisou que tentaram reanimá-lo, mas... (Ela não consegue terminar e chora em silêncio)

V ― Seu irmão Emanuel acabou não resistindo. (Completa enquanto senta na cama também, porém mantendo certa distância da minha mãe)

U ― Foi uma gravidez de risco?

V ― Não. Aparentemente estava tudo bem com o bebê. Por uma incrível coincidência, os dois nasceram no mesmo dia e também prematuros. Apenas Renan sobreviveu.

A ― Isso fez com que eu odiasse ainda mais aquela lambisgoia da Íris. (Se altera um pouco e limpa as lágrimas do rosto com raiva) ― Por que o meu filho tinha que morrer e o dela não? Depois de tudo o que fez pra tirar o meu marido de mim?! Não foi justo! (Rende-se ao choro)

U ― Mãe, eu entendo a sua dor, só que... o Renan não tem culpa. Ele é um idiota, mas é uma vítima tanto quanto você. (Encaro meu pai e acaricio os ombros da dona Alê)

Tenho minhas diferenças com o Renan, entretanto devo reconhecer que ele não pediu para nascer e muito menos que fosse fruto de uma traição {ou estupro}. Isso se a história do meu pai em não se lembrar de nada daquele dia realmente proceder.

V ― Meu amor, eu sinto muito mesmo por tocar nesse assunto depois de tanto tempo. Juro que não quis te magoar.

A ― Tudo bem. Você tem razão em querer manter o nosso filho seguro. Mas não volte a passar a mão na cabeça dele toda vez que cometer erros. Christopher tem que aprender a lidar com as consequências de seus atos.

V ― Concordo. Só vou arranjar um lugar mais sossegado pra ele ficar e levá-lo pra trabalhar comigo na empresa.

U ― O que? Vai me dar um emprego, é?

V ― Na área de Recursos Humanos. Receberá o mesmo salário que ia ganhar no escritório de contabilidade.

U ― Agradeço! (Dou um sorriso satisfeito)