☀️ 9 » Novo inquilino

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│🍓 DULCE

Eu não esperava que Christopher fosse me beijar. Muito menos aqui dentro do ônibus. Por sorte não tem ninguém atrás de nós. Se tivéssemos plateia, eu ia ficar morrendo de vergonha mais do que já estou.

Mesmo com as sacudidas do veículo, nós conseguimos manter firmeza nos lábios. A boca desse cara tem um gosto ótimo e ele beija perfeitamente bem!

Creio que nunca senti lábios tão macios e habilidosos como os dele. Ou será que acho isso por que faz um bom tempo que não beijo alguém?

Percebo que ele está pedindo passagem para adentrar a sua língua e dou permissão. Um arrepio percorre meu corpo inteiro e agora que nossas línguas estão se encontrando, meu coração dispara ainda mais, o sangue ferve, fico ofegante e posso dizer que até sinto uma onda de calor que se concentra bem no meio das minhas pernas. O que uns anos sem beijar não fazem, ãn?

E sem contar o aroma delicioso de seu perfume que está contribuindo pra minha excitação. Acho que por onde ele passa as mulheres devem gozar só de sentir seu cheiro masculino maravilhoso e certamente afrodisíaco.

Ucker ─ Uau! (Exclama após cessar os beijos. Sua respiração bate em meu rosto) ─ Que beijo bom! Incrível!

Eu fico morrendo de vergonha de dizer algo. Na verdade eu não sei exatamente o que dizer porque não esperava por isso. Christopher afasta meus cabelos da testa e passa a língua pelos seus próprios lábios. Se aproxima de mim na intenção de buscar por contato labial novamente, porém eu me esquivo.

Reparo que ele fica surpreso por eu virar o rosto. Tiro meu óculos e limpo rapidamente as lentes embaçadas usando a barra da minha blusa.

Dulce ─ Já estamos chegando. (Tento disfarçar meu constrangimento fingindo demência)

Ele apenas afirma com a cabeça e parece que não está entendendo nada. Nem eu mesma estou, porque a essa altura eu já teria lhe dado uns bons tapas por ter me roubado um beijo. Sinto-me confusa e talvez ele não esteja tão diferente de mim.

Assim que descemos do ônibus, caminhamos um pouquinho a pé. Durante o percurso, permanecemos calados, mas senti que o olhar de Christopher sobre mim não se desviou em nenhum momento.

Tive a impressão de que ele queria falar algo e por algum motivo preferiu ficar calado. Pra quem costuma falar bastante, o silêncio dele estava até esquisito.

D ─ Pronto! Já está entregue! (Paramos embaixo de uma árvore em frente à floricultura)

U ─ Obrigado por me acompanhar.

D ─ De nada. Pelo menos um ônibus você já sabe pegar. (Tento não soar irônica e grossa)

U ─ Sim. É desconfortável, mas econômico. (Sorri de canto) ─ E não foi tão ruim quanto pensei que fosse. (Ele diz em tom sugestivo e sedutor, ao mesmo tempo em que vai se aproximando de mim)

D ─ Ãmm.. Agora eu preciso ir! (Dou passos recuados pra me afastar) ─ Já me atrasei para o meu almoço e perdi muito tempo aqui com você.

U ─ Acha que foi uma perda de tempo passar essa meia hora comigo? (Se mostra ofendido)

D ─ Você entendeu. Não posso chegar tarde no meu trabalho. Mande um abraço pra sua mãe.

U ─ Espera! Você... não vai nem dizer se gostou.. do beijo? (É claro que ele ia perguntar. Os homens sempre precisam saber se mandaram bem)

D ─ E-eu... (Mordo o lábio inferior)

XX ─ Christopher! (Escuto a voz de Alexandra. Ela vem até nós)

Paixão Tropical│VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora