☀️ 26 » Blackout

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CHRI$TOPHER

Quando voltei do centro comunitário, almocei e fui iniciar mais um dia de trabalho na floricultura. Chegando lá, minha mãe me deu uma ótima notícia: ligaram pra ela do escritório de contabilidade e querem que eu comece a trabalhar na sexta-feira! Estou muito empolgado e contente, pois vou receber um salário maior. Nunca pensei que fosse ficar feliz por conseguir um emprego. 

Assim que terminei de atender um cliente, meus olhos se esbugalham ao ver a pessoa que acaba de entrar na floricultura: Oscar. Fodeu! O bom é que já tenho uma desculpa ensaiada pra dar, porque pensei na possibilidade de isso acontecer.  

Oscar — Ucker! E aí? 

Ucker — E aí, cara?! (Saio de trás do balcão para cumprimentá-lo) 

O — Tá fazendo o que? Trabalhando? (Ele ri. Isso mesmo! Tô trabalhando)

U — Minha mãe tá ocupada e só me pediu pra cuidar do caixa e avisá-la quando um cliente chegar. (Tento parecer o mais sincero possível) — Veio comprar flores? 

O ─ Não. (Ele ri) — Eu vim falar contigo. Estive aqui ontem e a tia Alexandra disse que você tinha saído. (Ele se encosta no balcão e cruza os braços) 

U — Ah, é. Sim. Foi isso mesmo. Saí pra dar uma volta por aí. (Coço atrás da minha cabeça) 

O — E esqueceu de levar o seu novo celular, né? Sua mãe até tentou te ligar, mas… (Interrompo) 

U — Na verdade eu que deixei aqui. Preferi não levar comigo porque esse bairro fica próximo a um subúrbio e sempre acontece assaltos por essa região. 

O — Aahhh! Entendi. Esperto, hein! Por que não volta logo pra sua casa? 

U — Prometi que ficaria um tempo aqui com a minha coroa. 

O — Esqueceu também de me passar o seu novo número. Eu ia te mandar uma mensagem. 

U — Só decorei o telefone do meu pai. Todos os meus contatos ficaram no celular antigo. (O que é verdade)

Pego uma caneta e um papel de cima do balcão pra anotar meu novo número. Isso vai fazer com que Oscar não venha mais aqui. 

O — Não julgo. Mal sei o meu próprio número também. (Ele guarda o papel dentro do bolso da bermuda) — Mas sou um ótimo fisionomista. Principalmente em se tratando de mulheres. (Ri, malicioso) 

U — E então, o que você tem pra falar comigo?  

O — Vim te convidar pra um rolê. Meu tio Marcos vai inaugurar um barzinho na sexta-feira e aos fins de semana o local funcionará como balada. Vai ter show ao vivo e algumas bebidas grátis. Pode levar uma gatinha e se divertir. (Cutuca meu braço com o cotovelo) 

U — Bom, talvez eu vá sim, mas não é certeza. (Coço a minha barba no queixo. Eu tinha planos para sair com Dulce, mas posso transferir para o sábado) 

O — Talvez? Tá recusando um rolê? O que diabos fizeram contigo naquela cadeia, Uckermann? (Fica surpreso) 

Agradeço aos céus por uma cliente ter entrado. 

O — Uau! Que gostosa! Você deve tá no lucro aqui. Enquanto sua mãe trabalha, tenho certeza que você deve pegar o telefone de todas as clientes mais sexys quando elas saem, não? 

U — Realmente eu não deixo as mais gostosas escaparem. Vou chamar a dona Alexandra. Já volto. Fica de olho nela. (Aponto pra cliente) 

O — Pode deixar! (Observa todo babão) 

Paixão Tropical│VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora