☀️ 37 » Acerto de contas

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│🍓 DULCE

Agacho para pegar o envelope e em seguida o abro. Tiro um papel dali de dentro enquanto Christopher me observa. Ele fica do meu lado para que possa ver o conteúdo também.

Dulce — Aqui diz: "Dulce María" e não Christopher Uckermann. Deixe de ser curioso! (Afasto minha mão para o lado)

Ucker — Eu também quase fui atropelado e te salvei. Tenho direito de saber o que tem nisso aí. (Aponta com o dedo)

D ― Tem direito é de não se meter no que não é da sua conta.

U ― Que estresse!

Reviro os olhos e desdobro o papel. Vejo que é uma carta. Ao invés de ler, guardo dentro do meu decote.

U ― Dulce! Não seja má! (Ele umedece os lábios, mira meus seios e mantém seus olhos fixos ali. Não sei dizer se é a curiosidade lhe corroendo, ou outra sensação que está tendo)

D ― Da última vez que se meteu na minha vida, acabou sequestrado. Lembre-se!

U ― Aahhh, meu Deus! (Solta o ar pelo nariz, expressando impaciência e irritabilidade) ― Não foi sua culpa! (Passa as mãos pelo rosto)

D ― Obrigada por ter me salvado. Era isso que queria ouvir?

U ― Por que continua sendo tão dura comigo? (Ele parece chateado) ― Não pode baixar a guarda nem um pouco? (Demonstra usando o polegar e o dedo indicador)

D ― É sério, Christopher. Estou muito grata por você ter me salvado de um atropelamento. (Olho fixamente em seus olhos castanhos hipnotizantes) ― Obrigada! De verdade. (Balanço a cabeça positivamente e toco seus ombros)

U ― Não é disso que tô falando. Nunca vai esquecer o meu erro e parar de jogá-lo na minha cara? Você não é assim, Dulce. (Me encara com semblante fechado)

D ― Você não me conhece. Não pode dizer como eu sou. (Faço uma breve pausa) ― Depois que der sua carona pra minha mãe, quero que se afaste de nós. (Digo em tom quase de ordem)

U ― O que? (Ele retrai o pescoço)

D ― Sei que não posso te impedir de vir realizar os serviços comunitários, mas não quero que fique perto da minha família.

U ― Sou amigo da dona Blanca e você não pode exigir isso. Além do mais, vou aonde eu quiser e quando eu quiser. (Rebate em tom aborrecido, apontando o dedo para seu peito)

Me aproximo dele e puxo a gola de sua camisa. Contraio meus lábios e continuo:

D ― Desde que nos envolvemos só tem acontecido coisas ruins. Minha vida era monótona, mas bem tranquila antes de você aparecer. Tudo virou de cabeça pra baixo e quase fui pra cadeia. Por sua causa.

U ― Está me culpando mesmo?

D ― Você me culpou também e mesmo sem ter provas maiores. Sabe o que é perder um trabalho, ter o seu pai no hospital e precisar assumir o lugar dele pra cuidar da família? (Enumero com os dedos) ― Não, não sabe. Você sempre teve tudo, Christopher. Sofreu um sequestro e seu papai tratou de colocar seguranças e um carro blindado pra te proteger.

Meus olhos lacrimejam e engulo o choro para continuar:

D ― Se eu fosse presa, o que seria do meu pai que depende de mim pra garantir que ele tenha o melhor atendimento hospitalar?

Agora ele está vendo que a minha preocupação maior não era comigo.

U ― Sinto muito. Eu não pensei nisso. (Pisca rápido)

Paixão Tropical│VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora