☀️ 47 » Segredo

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CHRI$TOPHER

Minha mãe continua estapeando a buldogue e arranca tufos de cabelo dela. Reparo também que o nariz e o canto de sua boca estão sangrando. A dona Alexandra tem a mão pesada. Eu que o diga! Quando era criança levava umas palmadas ardidas dela. Cecília tenta intervir, mas é impedida por meu pai, que se aproxima da minha mãe e a segura pela cintura, puxando-a para longe de Íris. Renan fica incrédulo e ajuda a bandida a se sentar no sofá. 

Alexandra — ME SOLTA! (Berra, raivosa e esperneia) — Victor, me solta!! Eu quero arrancar os dentes dessa vagabunda e fazer ela engolir todos!! 

Renan — Não se atreva a tocar na minha mãe de novo! (Exclama nervoso) 

Victor — Alê, já chega! Já chega! (Tenta acalmá-la) 

Alê — Você vai me pagar, sua ladra vadia! Vai me pagar! Onde tá o meu filho? Onde ele tá? (A última pergunta sai em tom de choro e minha mãe desaba)

Íris está completamente atordoada e é consolada por Cecília que também se senta ao lado dela. Os três ali estão com semblantes furiosos e indignados; a buldogue está descabelada, a face com vermelhidão e com um pouco de sangue; parte de sua blusa também está rasgada. 

Alê — Até quando ia esconder a verdade de mim, Victor? Hein? (Sua testa está suada e os olhos exalam fúria. Nunca a vi assim tão abalada e nervosa) 

V — Eu ia te contar amanhã, juro por Deus! Se acalma, meu amor. (Acaricia seu rosto)

A — Não me chama assim! (Dá um tabefe na mão dele, abraça seu próprio corpo e vem até mim) 

Ucker — Mãe. (Dou-lhe um abraço apertado e ela continua chorando)

Cecília — Já chamaram a polícia pra essa mulherzinha de quinta? 

U — Pois podem chamar mesmo! Porque você e a sua filha é quem vão sair daqui algemadas! (Esbravejo)

Laura — Mas o que tá acontecendo aqui, Victor? Qual o motivo dessa confusão toda? (Minha tia curiosa pergunta e está perplexa com o barraco) 

V — Foi feito um teste de DNA com a ossada no túmulo de Emanuel. Como sabem, ele não resistiu logo depois que nasceu. O teste deu negativo. Aquela criança enterrada lá não é o nosso filho. (Olha pra minha mãe) 

L — Mas como assim? (Arregala os olhos) 

V — Explico tudo com mais calma depois. 

U — E fui eu que descobri! (Me gabo)  

V — Cecília, o que diabos você e Íris fizeram com Emanuel? 

Cecília — Nós? Como assim ‘nós’? (Se faz de desentendida. Sua voz sai em tom de indignação e ofensa) — Não podem nos acusar de absolutamente nada! Vocês têm alguma prova de que fizemos qualquer coisa com seu filho? 

Íris — Exatamente! 

U — Não sejam cínicas!! (Minha vez de gritar) — Escutei vocês duas conversando na casa do meu pai! Disseram que deram outro destino pra ele e que inclusive minha mãe pensava que ele tava no cemitério! (Exclamo impaciente e narro rápido)

Í — Pelo que sabemos, você estava bêbado nesse dia, não? (Ordinária!) — Seja lá o que escutou, escutou errado. 

U — E quanto à conversa da sua mãe com um detetive no telefone? 

Cecília arregala os olhos e aposto que seu coração tá acelerado. 

U — Acabei de ouvir tudo! Ele disse claramente que essa.. senhora estava procurando por uma criança de um lar adotivo. 

Paixão Tropical│VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora