☀️ 53 » Golpe

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│🍓 DULCE

Ucker ― Então o Renan não é meu irmão e sim da Dulce?! (Nós trocamos olhares e semblantes pasmos)

Blanca ― Quando foi isso, Fernando? Você... Você me traiu? (Pergunta com voz chorosa)

Fernando ― Juro pelas nossas filhas que nunca te traí, amor. (Ele segura as mãos dela e ela expressa alívio)

B ― Aquela mulher que você me confessou que se envolveu no passado, era a sua ex-patroa?

F ― Sim.

Dul ― O Renan é mais novo do que eu. E nessa época você já estava casado com a minha mãe. Como pode ser o pai dele?

F ― Quando a família de Blanca soube que eu... a desvirtuei, meu pai me obrigou a casar com ela. Seus dois avôs eram grandes amigos e homens honrados.

B ― Fernando era um rapaz muito bonito e namorador. (Continua) ― Eu sempre fui apaixonada por ele. Me entreguei, mas não imaginava que ele não queria algo sério.

F ― Já fiz sua mãe sofrer muito, Dul. No fundo eu até gostava dela, mas não queria assumir compromisso. Queria apenas...

U ― Sexo. (Completa)

F ― Isso. (Fica envergonhado) ― Não fiquei nada contente com o casamento e queria continuar vivendo uma vida sem responsabilidades nas costas.

Eu sabia que meus pais tiveram uma relação complicada no início, mas não sabia que tinham se casado por obrigação. Isso nem me passou pela cabeça.

B ― A minha gravidez foi o suficiente pra que Fernando não tivesse como fugir do casamento.

F ― Passei muitas noites na casa de Maurício só pra ficar longe de Blanca e do bebê recém nascido. Eu... eu culpava você por tudo, filha. A gravidez foi o que mais me prendeu e me revoltou. (Seu semblante se entristece)

D ― M-me culpava? (Fico ainda mais abismada)

B ― Um filho é responsabilidade pra vida toda. Seu pai não queria isso. Quando descobri a gravidez ele... (Os dois trocam olhares. Como estivessem decidindo se falam sobre isso ou não)

D ― O que? (Pergunto com voz embargada. Já imagino o que vem por aí)

F ― Pedi pra que Blanca... tirasse você.

Cubro a boca com a mão e sinto como se o chão estivesse se dissolvendo. Meus olhos transbordam lágrimas até elas rolarem pelo meu rosto. Christopher me abraça e me dá um beijo na lateral da cabeça.

Maitê ― Você rejeitou a Dulce, pai? (Ele afirma com a cabeça e Maitê me olha abismada)

B ― Ele q-queria que eu interrompesse a gravidez, m-mas não pude fazer isso. (Conta entre soluços de choro) ― Não tive coragem. Eu já te amava mesmo sem antes te ver, minha filha.

F ― Eu não tinha planos de me casar e muito menos de ser pai. Nem sequer estive presente quando você nasceu, Dulce. (Sua voz falha) ― E me arrependo tanto. Jamais me perdoei por tudo o que fiz. (Uma lágrima escorre por seu rosto) ― E hoje estou pagando. Sei que estou pagando.

Choro silenciosamente e Christopher me mantém em seu abraço.

B ― A culpa consome Fernando até hoje. Ele diz que jamais vai se perdoar por não ter te visto nascer.

F ― Me perdoe, pequena. (Ele também chora e faz uma pausa) ― Me perdoe.

Eu nem sei o que dizer e o que pensar. Fico abalada com as revelações.

Paixão Tropical│VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora