Three

3.3K 207 2
                                    

HAVIAM SE passado uma semana desde aquele dia, e como nos dias anteriores, eu iria me encontrar com o Fabrizio novamente hoje, desde aquele dia não tinha um só momento em que não estávamos juntos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

HAVIAM SE passado uma semana desde aquele dia, e como nos dias anteriores, eu iria me encontrar com o Fabrizio novamente hoje, desde aquele dia não tinha um só momento em que não estávamos juntos.

Bom, menos na hora de dormir, nós ainda não havíamos passado para esse nível, não que eu não queira, mas fico pensando no tipo de impressão que eu o passaria caso dormíssemos juntos na primeira semana.

Estaria mentindo caso dissesse que não ligava para tal coisa, eu ligava sim para o que os outros pensavam de mim, mais precisamente para o que o Fabrizio pensaria de mim.

Saio de meus devaneios ao escutar batidas em minha porta de hotel, na verdade, não era bem um hotel, e sim uma pousada, foi o que o dinheiro conseguiu arranjar, quem sabe na minha próxima reencarnação eu não seja rica ou esteja casada com algum velho empresário?

Me apresso para abrir, mas antes que eu alcançasse a maçaneta da porta, eu paro um segundo no espelho que ficava na parede em frente ao local que ficava a cama, checando se estava ao menos apresentável.

Ao me certificar de que estava "bonitinha" eu volto a fazer o caminho para porta, a abrindo apenas um pouco e olho pela brecha para ver quem era encontrando a dona da pousada, a Sra. Antonia, que esperava pacientemente ao lado de fora do quarto e abro a porta totalmente, ficando escorada sobre ela.

Salve signora Antonia, c'è qualche problema? ─ "Oi senhora Antonia, algum problema?"

Eu estava expondo até demais o meu italiano horrível, e pela cara que ela fez ao me ouvir falar só comprovou que ela concordava comigo, talvez eu peça aulas de italiano ao Fabrizio, ou talvez não, como sempre dizem, "a prática leva à perfeição" ao menos esperava que fosse esse o meu caso.

Mas parando para pensar, eu nunca o perguntei sobre como ele sabia tanto francês como outras línguas tão bem, será que ele é professor ou algo do tipo?

Ele sempre foi tão vago sobre a sua vida que tenho até medo de estar me envolvendo com um cafetão ou mafioso, posso estar viajando, mas o ambiente italiano contribuiu para que isso acontecesse.

Non c'è problema cara, è solo un ragazzo giovane che è lì alla recepcion che ti aspetta ─ "Não há nenhum problema querida, é apenas um jovem rapaz que está lá na recepção te esperando" ela explica enquanto apontava para o final do vasto corredor e eu me inclino na porta mesmo para ver a onde ela estava apontando.

Porém, como o corredor era enorme, não dava para ver quem estava no final dele e volto minha atenção a senhora a minha frente.

Solo per chiedere, non è pazzo vero? ─ "Só por perguntar, não é nenhum maluco não né?" ─ a pergunto rindo, talvez de nervoso, sei lá, afinal não havia marcado com ninguém a exatamente essa hora, e só iria me encontrar com Fabrizio daqui a meia hora, ele não teria chegado tão cedo, certo?

Se è pazzo non lo so, ma sicuramente è molto affascinante ─ "Se é maluco eu não sei, mas certamente é muito charmoso" a olho incrédula, que pouca vergonha, e suas próximas palavras me deixam chocada.

As velhinhas não deveriam ser tipo... Mais fofas? Pois essa aqui está completamente ao contrário

E ti sta aspettando se non ci vai tu fammi sapere così posso andarci io al tuo posto ─ "e ele está te esperando, caso não for avise, assim posso ir em seu lugar" ela parece não ligar comigo à encarando totalmente sem acreditar.

Ti ha almeno detto il suo nome? ─ "ele ao menos lhe falou seu nome?" ignoro totalmente suas palavras anteriores, e ela pondera sobre a minha pergunta.

Oh sì sì ha detto il suo nome fammi ricordare ─ "Ah sim, sim, ele disse seu nome, deixe-me lembrar" ela parece pensar mais um pouco e ao aparentemente lembrar, ela dá um sobressalto

─ Ricordato! era qualcosa come Fabrizio, sì! Era Fabrizio Castellani ─ "Lembrei! era algo como Fabrizio, sim! Era Fabrizio Castellani" fala com convicção, e sorri, aparentemente orgulhosa de si própria por ter lembrado do nome de um cara "charmoso" como disse ela.

Lo conosco, grazie per essere venuta ad avvisarmi ─ "Eu o conheço, obrigado por ter vindo me avisar" a agradeço, mesmo sentindo no fundo do meu coraçãozinho que ela queria ter lhe dito que eu não estava e aproveitar para conversar com ele a vontade.

─ Sinto muito! Mas aquele italiano é meu! Velha safada ─ falo em francês, dando um sorriso vitorioso quando ela me encara sem entender e antes que ela pudesse me questionar sobre minhas palavras, eu fecho a porta em sua cara.

Como uma boa curiosa que sou, encosto minha orelha na porta para escuta-la caso ela ainda estivesse ali, e após alguns segundos, escuto seus passos, provavelmente voltando para a recepção, onde o meu belo italiano se encontrava neste exato momento.

Com esse pensamento eu logo adentro mais no quarto, para dar uns últimos retoques em minha aparência, pelo espelho vejo se não há nada preso aos meus dentes, e coloco a mão em frente a minha boca, apenas garantindo que eu não estava com mau hálito.

Volto ao espelho para conferir a minha roupa de hoje, um vestido floral, no tom de azul marinho, tão escuro que chegava a parecer um preto, de tão intenso que a cor era, suas mangas eram longas e um pouco bufantes e ele era longo, ao ponto de arrastar ao chão.

Em meus pés, decidi usar um calçado mais aberto, um que não sufocasse tanto meus pobres pés, então coloquei uma sandália na tonalidade bege, com tiras, que iam até meu tornozelo e tinha o salto baixo, o que também facilitava a caminhada.

Após terminar a minha sessão de averiguação, pego uma pequena bolsa, onde estava uma quantidade exata de dinheiro, meus documentos necessários, como minha carteira de identidade, meu celular e um carregador para o mesmo, caso fosse necessário.

Saio do quarto, e fecho a porta, e antes de sair me certifico de que realmente a tranquei e após comprovar tal ato, vou caminhando pelo corredor até a recepção, encontrando não somente o Fabrizio, como a velha safa... Digo, senhora adorável ao seu lado, o encarando como a última bolacha do pacote, a cereja suculenta de um bolo de chocolate, ou o único Doritos do país, dentre outros.

Ao me ver chegar, Fabrizio abre um sorriso, já a senhora ao seu lado disfarça seu desapontamento com um sorriso.

E eu como uma boa sínica, abro um sorrisão e em um ato de ciúmes, o que eu afirmo ter sido idiota da minha parte, afinal eu estava com ciúmes de uma senhora que apenas não via que estava me deixando desconfortável.

Eu abraço o Fabrizio, e na frente da dona Antonia, tasco um beijão na boca dele, o vendo arregalar os olhos, antes que eu pudesse fechar os meus totalmente.

Ele logo cede ao meu beijo tomando o controle da situação, e enquanto pedia passagem de língua sinto suas mãos me abraçarem cada vez mais forte, me puxando para si, e logo depois sua mão esquerda vai descendo cada vez para as minhas nádegas.

Porém, antes que ela chegassem no local desejado, escutamos uma tosse, como se dissesse "eu também estou aqui" , o que acabou cortando totalmente o clima.

Nos separamos mesmo sem querer, e eu sinto meu rosto corar de vergonha ao ver a dona da pousada nos encarar, praticamente horrorizada, acho que no tempo dela não existia beijos do tipo.

E mais envergonhada ao me dar conta do papelão que passei em um ato de imprudência. Eu não era assim.



    








Una storia d'amore in Italia- EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora