Conversa

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Jake Ballard-Hunt

"-É só pegar a bolsa.- minha mãe fala.

-O que tem dentro dessa bolsa?- faço careta.

-Não importa, só preciso da bolsa.- explica.

-Tá, mas agora eu tô curioso.- me aproximo da oficina.- O que tem dentro dessa bolsa?

-Jake, só pega a bolsa e trás aqui pra casa.- ela pede.- Não precisa vir na pressa, é só deixar hoje.

-Tá.- suspiro.- Passo aí em uma hora, no máximo."

Vejo que ainda tem gente, como H. Ele ainda está na recepção e tem alguém nos fundos, ele me vê e lanço um sorriso para ele enquanto me aproximo. Então chego na mesa de recepção e apoio meus braços.

-A novata?- aponto.

-Terceiro dia dela e parece bem.- ele fala jogando um joguinho.- Sabe sobre carros.

-Ainda bem.- tamborilo os dedos no balcão.- Minha mãe deixou uma bolsa aqui.

-Eu não vi nenhuma bolsa.- ele mexe os ombros.- Deve estar no escritório do seu pai.

-Tá, vou lá ver.- começo a ir na direção das escadas.

O escritório do meu pai é lá em cima e dá para ver toda a oficina, onde Jesse mora é bem mais em cima. Vejo a novata embaixo de um carro e fico curioso para saber o que ela está fazendo ali.

Desvio do caminho e me aproximo do carro de corrida do H, ele deve ter pedido para ela dar uma olhada já que não tinha mais carros para ela olhar. Passo a mão pelos cabelos e encosto meu corpo no carro.

-Tudo bem aí embaixo?- pergunto.

-Ainda tô vendo.- ela fala seca.

-Então não deve estar vendo direito.- explico.- Por que é fácil ver um problema quando seu olho é treinado.

-Não estou vendo direito por que tem um cara me distraindo do meu trabalho.- ela rebate e sorrio lentamente.

-Você sabe quem eu sou?- franzo as sobrancelhas.

-O cara que está me distraindo.- cantarola.

-Isso é ruim, você se distrai fácil.- me agacho e vejo a blusa dela subindo e mostrando uma cicatriz no canto do seu abdômen.- Deveria me preocupar?

-Precisa que alguém diga quando se preocupar?- ela mexe o pé e sai debaixo do carro.

Emma senta e observo os olhos dela, eles são meio duros e sombrios. A boca dela é quase uma linha fina e percebo que isso é de raiva, então não consigo deixar de sorrir ainda mais.

-Isso é preocupante.- ela mexe a cabeça.

-Qual é o problema do carro?- aponto com o queixo mais sério.

-O carro não tem nenhum problema.- ela semicerra os olhos.- Eu ajeitei.

-Ah, é?- finjo surpresa.- Sabe como concertar?

-Está tentando me deixar com raiva?- ela franze as sobrancelhas.

-Seria um teste bem interessante.- pisco.

-Você precisa de alguma coisa ou vai só ficar me distraindo?- pergunta controlando a raiva.

-Não, não preciso de nada.- me levanto.- Continue com o bom trabalho.

Vou na direção das escadas do escritório e abro a porta, vejo os papéis da oficina e logo noto a bolsa da minha mãe. Pego pela alça e volto para sair do escritório com uma rapidez maior que eu entrei, quero chegar logo na recepção onde H está.

De Repente Ela - 4° Geração.04Onde histórias criam vida. Descubra agora