Lembranças

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Emma Ballard-Hunt

Ouço o som dos passos no corredor e me levanto rapidamente, minha cela está totalmente desarrumada. Eu joguei o casaco cinza claro na cama de cimento e meu colchão está no chão, onde eu posso ficar desconfortável e não dormir muito.

A porta abre e vejo um deles entrar, sei que não vim para uma prisão comum, sei que eles estão me mantendo aqui para tirarem informação de mim sem que me matem, então apenas preciso de uma solução para sair.

-Srta.Green.- ele sorri.- Está pronta para nossa conversa?

-Não temos o que conversar.- falo séria.

-Ah, temos sim.- ele mexe a cabeça e dois caras começam a vir na minha direção.- Sabe o que é legal sobre ser de alto cargo na CIA?

-Ter uma vaga no estacionamento?- sorrio com raiva quando eles agarram meus braços.

-Que o que eu vou fazer com você...- ele sorri quando passo por ele.- Não vai ser registrado.

-Você está com a pessoa errada.- explico enquanto eles me fazem ir pelo corredor.

-Ah, então você não passou uns dois meses com a família Ballard-Hunt?- pergunta.- Sei que foi vista com eles em muitas ocasiões.

-Bom, eu não sei nada.- entramos em uma sala com apenas uma cadeira.

-Não fale isso.- ele sorri enquanto me colocam na cadeira.

Tento controlar minha respiração quando a porta fecha e vejo a mesa de instrumentos. Mas minha respiração começa a acelerar assim como os meus olhos começam a arder, sei o que eles vão fazer e não quero parecer fraca.

-Então...- ele olha para o pano seco em suas mãos.- Vamos começar com...qual é a função de cada um ali?

-Como assim?- pergunto fingindo ignorância.

-Ok, vamos jogar assim, então.- ele sorri.

Um deles agarra meus cabelos e puxa minha cabeça para trás, o pano é colocado no meu rosto e começo a engasgar quando ele começa a colocar água no meu rosto. Me remexo tentando sair e sinto a água entrando pela minha boca, pelo meu nariz, me sufocando.

Agarro os braços da cadeira e me mexo de forma nervosa, então ele tira o pano e aproxima o rosto do meu. Recupero minha respiração e franzo as sobrancelhas quando vejo ele bem próximo de mim.

-Qual é a função de cada um deles?- pergunta de novo.

-Eu nem sei seu nome, deveríamos começar por aí...

Ele joga o pano no meu rosto e começa a derramar água de novo, vou engolindo tanta água que fico imaginando que vou me afogar enquanto isso. Mas logo penso que não vão me matar, eles vão me machucar muito, mas não vão me matar.

-Qual a função de cada um.- ele segura meu queixo.

-Ok, ok.- falo e ele sorri.- Um deles faz crochê. Acho que Gabriel, ele é o costureiro da família...

Sinto meu rosto ir para trás e então o sangue escorrendo pelo meu nariz e boca, fico encarando o chão enquanto ele fala algo e sentindo o sangue pingar na minha blusa enquanto tento recuperar minha atenção.

Mas parece impossível, o soco que ele me deu me fez ir para meu lugar longe. Eu o usava na guerra, era um tipo de defesa que eu tinha, se eu estava nesse lugar, ninguém podia me atingir mesmo que me machucasse para valer.

Espero que tenha o mesmo efeito aqui.

𑁍

Jake Ballard-Hunt

De Repente Ela - 4° Geração.04Onde histórias criam vida. Descubra agora