Planos

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Jake Ballard-Hunt

Estaciono o carro e Izzy arruma os cabelos escuros e soltos, James ajeita o retrovisor e vemos que ela está ajeitando a blusa decotada e tem um colar que dá atenção direto para seus seios.

-Precisava dessa blusa?- pergunto.

-De nada, Jake.- ela bufa.

-Ok.- suspiro.- Você vai até lá, distrai ele e eu e James entramos.

-E depois?- pergunta.

-Quando entrarmos, você entra no carro e dá a volta até os fundos.- checo a arma e ela está cheia.- Então espera a gente sair.

-Legal.- ela respira fundo e começa a ir até a porta.

-Izzy.- seguro o braço dela.- Onde Andrew acha que você está?

-Na casa do Chris para ajudar a montar o berço.- explica.

-Como saiu?- James sorri.

-Eu usei os túneis lá de baixo, dão para fora do condomínio.- continua.- Sei usar a cabeça também.

-Claro.- solto o braço dela.- Vai lá.

Izzy sai do carro e começa a ir até o posto de vigia, James revira os olhos quando ela coloca os cabelos para trás e apoia os braços na janela. O segurança ergue os olhos e ele abre a boca lentamente como se fosse a primeira mulher que ele visse na vida.

Sinto um pouco de raiva por Izzy ser a mais nova de nós e ele ter o triplo da idade dela, mas saio do carro com o Jake e Izzy ri alto enquanto faz ele olhar para ela e não para as câmeras bem onde vamos entrar.

James encosta no muro e eu apoio o pé na coxa dele para pular, uns segundos depois ele pula ao meu lado e começamos a andar normalmente até o escritório principal onde ficam todas as informações que podemos precisar.

-O que vamos fazer quando soubermos o local?- pergunta.

-Vamos fazer o que a mamãe quer.- falo ajeitando a blusa.

-Não é possível que você ainda não queira pegar ela.- ele ri baixo e irônico.- Ela é sua esposa apesar de tudo, Jake.

-Sinto que nem conheço ela.- falo olhando envolta enquanto James tira as coisas do bolso e começa a arrombar a porta.

-Você deve saber alguma coisa que seja verdade.- ele incentiva.

-Eu sei que ela é do exército.- murmuro.- Sei que o pai dela morreu. Sei que ela é uma traíra....

-Ok, isso não foi para o lado bom.- ele abre a porta e entramos em silêncio.

Vou até a mesa e sento na cadeira para abrir o computador, pego o aparelho no meu bolso e conecto, em segundos o computador é totalmente meu e consigo acessar qualquer arquivo que eu queira sem nem fazer eles desconfiarem.

Coloco o nome de Emma e apenas uma aparece. Fico surpreso quando o lugar onde estão com ela, está com um marca-texto preto que esconde, consigo tirar isso em mais alguns segundos e James faz um som impaciente atrás de mim.

-Ela ainda está lá?- pergunto.

-Sim, está quase esfregando os peitos na cara dele.- James fala com nojo.

-Quando ela ficou com tanto peito?- pergunto distraído e começo a imprimir a folha.

-Sei lá, para mim, ela ainda tem catorze anos e vai correndo para todo lugar que nós vamos.- explica.

-Ok.- levanto e dobro o papel para colocar dentro do bolso.

James assovia igual um pássaro e Izzy reconhece, então dá alguma desculpa e começa a se distanciar. O porteiro não entende nada e pisca quando ela entra no carro para dar a volta.

Andamos rapidamente até onde marcamos e subo em cima de um carro para pular o muro, James faz a mesma coisa e logo estamos caminhando até o carro na maior tranquilidade.

-E então?- Izzy aperta a direção.

-Aqui.- toco na jaqueta.

-Qual é o próximo passo?- fala animada.

-Não, você só ajuda até aqui.- estendo a mão para ela me dar as chaves.

-Qual é, Jake.- faz bico.

-Se eu colocar você em perigo, seu pai vai me matar e vai brigar com a minha mãe.- explico.- Então...as chaves.

-Que bosta.- ela dá e todos trocamos de lugar.

Eu e James vamos na frente e ela vai atrás com uma cara emburrada, mas não posso fazer nada, tudo tem limites. E mexer com a caçula do Andrew não é algo inteligente a se fazer, então vamos deixar ela quieta.

𑁍

Emma Ballard-Hunt

Meus dedos doem e o som do metal raspando no cimento e algo irritante, mais continuo afiando o prego o máximo possível para que possa realmente ter uma chance aqui. Sei que um prego não é uma arma mortal, mas posso tentar.

Se eu pegar o cara certo, posso pegar a arma dele e então me livrar disso tudo. Eles vem deixar minha comida quando estou com muita fome, talvez venham hoje já que eu não como há....quatro dias?

A porta começa a abrir e escondo o prego no travesseiro duro, engulo em seco quando eu vejo o mesmo homem de sempre. Ele nunca me falou o nome dele, mas sei que é o chefe de tudo isso, e sei que ele está me rondando, me fazendo querer abri a boca por algo mais confortável.

-Eu acho que estamos num impasse.- explica calmo.

-Eu tenho certeza.- murmuro.

-Bom.- ele respira fundo.- Estou deixando você muito confortável aqui. Fico aqui pensando que talvez a fome e as horas de barulhos de tiro não sejam o suficiente.

-O que mais você poderia fazer?- rio.- Você não tem imaginação para tortura, idiota.

-Ah, então eu imaginei você gritando ao queimar seu ombro.- ele olha para meu ombro enfaixado.- Ainda está em carne viva, Emma?

-Vai se foder.- não deixo ele ver que quero chorar.

-Estou deixando você muito confortável.- fala de novo.- Então, vou piorar a situação.- ele pega a arma e minha boca seca.- Tire as roupas.

-Isso, não.- balanço a cabeça.

-É exatamente por isso.- sorri.- Tire a porra da roupa.

-Você não pode me obrigar...

O barulho é tão rápido que nem sinto, tenho que olhar para baixo para ver o ferimento a bala no meu braço, logo começo sentir a dor e o sangue escorrendo e pingando no chão para formar uma poça enorme.

-Tira. A. Roupa.- insiste.

Me levanto e ele sorri lentamente, então mexo o braço tentando controlar um gemido de dor e começo a tirar minha camisa. Jogo nos seus pés e ele se agacha para pegar e cheirar a camisa.

Engulo em seco e desço as calças, quando finalmente acho que ele vai embora, o cara continua me olhando e querendo mais. Então eu começo a tirar o sutiã e a calcinha para jogar nele também.

Seu olhar desce pelo meu corpo e me abraço ignorando a dor, apenas para tentar esconder algo. Ele sorri lentamente e pega minhas roupas para logo depois fechar a porta, não ouço mais nada e me sento na cama para me encolher.

Aperto meu braço com força e ele começa a sangrar mais rápido, se eu perder sangue o suficiente, posso ir para a enfermaria ou ele não vai deixar e vou morrer de hemorragia, tenho que arriscar se eu quiser ter uma chance.

Só preciso ter uma chance.

De Repente Ela - 4° Geração.04Onde histórias criam vida. Descubra agora