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Emma Ballard-Hunt

Abro a porta da casa sem nem um contratempo e vou na ponta do pé até às escadas, subo rapidamente sem ter tempo para pensar muito e reconheço os quartos até no escuro. Acho que passei muito tempo aqui, mais tempo do que em qualquer outro lugar depois dos dezoito.

Abro a porta dos computadores e ligo as luzes, vou até a cadeira e me sento com calma para ligar tudo. Leva um tempo, mas logo os computadores dele estão funcionando para mim, porém, não sei a senha de nenhum deles.

A desanimação me toma até que...

-Emma.- Jake fala atrás de mim.- A senha é "Emma".

Viro na cadeira e fico surpresa com o que vejo, Jake está coberto de sangue, tem em seu rosto, em suas roupas, não consigo nem ser seis olhos direito de tanto sangue que tem. Então me levanto e ele dá um passo para trás, como se fosse me machucar.

-Jake...

-Por que está aqui?- pergunta.- Achei que não quisesse ficar perto de mim.

-Não é isso.- engulo em seco.- Eu só precisava de um tempo sozinha.

-E você....está melhor agora?- ele olha para mim procurando algo errado.

-Sim.- assinto.- O que aconteceu com você?

-Eu...- ele olha para si mesmo.- Eu estava resolvendo algumas coisas.

-Você está machucado?- começo a me aproximar.

-Não, não é meu sangue.- ele fica surpreso quando seguro seu braço e passo o dedo pelo sangue.- Não precisa se preocupar.

-De quem é?- pergunto.

-De quem fez isso com você.- sussurra.

-Jake...- perco minha voz.

-Entendo ficar com raiva, mas não vou me desculpar. Ele morreu antes de eu fazer mais coisa com ele, mas eu juro, Emma, eu teria feito pior. Eu fiz pior.- ele está com os olhos brilhando.

-Não estou com raiva.- falo baixo.- Eu estou...estou até feliz. Devo ser horrível por me sentir assim por que alguém morreu...

-Não.- balança a cabeça.- Você não é horrível, você é....você é a coisa mais incrível que aconteceu na minha vida.- ele se aproxima e acho que vou parar de respirar.- Emma, parecia que eu estava só existindo antes de conhecer você.

-Jake...

-Eu sei que me odeia.- ele tenta sorrir.- Eu sei que o que eu fiz para você nunca vai ser perdoado.- ele começa a se ajoelhar.- Mas eu vou fazer de tudo para você voltar para mim.- suas mãos pousam nos meus quadris.- Eu vou fazer tudo, Emma, tudo mesmo.

E, por algum motivo, eu não duvidava disso, se eu dissesse a ele que queria que ele matasse qualquer pessoa, ele mataria, se eu dissesse para ele ir viver do outro lado do mundo, ele iria. Por algum motivo, eu sabia que ele faria tudo que estivesse ao seu alcance.

-Levanta, Jake.- seguro seus braços.

-Não, vou ficar ajoelhado até você mandar eu fazer o que você quer.- ele fala agarrado aos meus quadris.

-Jake...- levo minhas mãos até seu rosto sem me importar com o sangue.- Levanta.

-Não.- ele balança a cabeça.- Você precisa me mandar fazer algo. Qualquer coisa.

-O que eu quero é que você levante.- faço ele me encarar.- E tome um banho comigo.

-O que?- ele parece surpreso.

-Vamos.- puxo ele para cima.- Venha.

-Você...- ele começa a levantar.- Você tem certeza?

-Sim.- assinto e puxo ele.

Olho para frente e sinto o olhar de Jake na minha nuca, não sei o que estou fazendo, mas a expressão no rosto dele me diz que ele precisa de alguma coisa que lembro ele de que está no mundo real.

Hoje de manhã, enquanto eu estava com Izzy e Summer no shopping, as duas falaram que Jake as vezes se desconectava de tudo e dava para perceber quando ele estava no piloto automático.

E estava parecendo que ele estava nesse exato momento. Então entramos no banheiro e tranco a porta, ele me observa e fica parado enquanto começo a desabotoar a camisa que ele está usando.

Jake parece parar de respirar quando tiro a camisa dele e vejo seu corpo mais limpo naquele canto. Passo os dedos pela tatuagem de bússola e então começo a desenhar a tatuagem no braço dele, aquela de cobra que parece se enroscar em seu braço.

Ele segura minha mão e leva até os lábios, então beija a palma da minha mão e vai beijando meu pulso até chegar no meu cotovelo. Nos aproximamos mais e ele passa o nariz pelo meu pescoço, sorrio quando parece estar sentindo meu cheiro, como se estivesse com saudades.

Mexo minhas mãos lentamente e vou até o cinto dele, suas calças caem no chão e desço a cueca dele também. As mãos dele descem até a barra da minha camisa e começam a subir, levanto os braços e ele tira com cuidado para não me machucar.

Ele segura minha cintura e começa a nos levar até o box, passo meus braços pelos ombros dele e Jake me levanta do chão para tirar minha calça e jogar fora do box. Então liga a água e aproximo meu corpo do dele em um abraço.

Suas mãos acariciam minhas costas e fecho meus olhos me sentindo segura nos braços dele, Jake afunda o rosto nos meus cabelos já molhados e apenas sinto nossos corpos tocando um ao outro.

-Isso é bom.- sussurra e eu sorrio.

-Só consigo fazer isso até agora.- explico.

-Isso é muito bom.- ele repete e minhas bochechas doem por sorrir demais.

Me afasto e começo a limpar o sangue de seu rosto, Jake vai me deixando esfregar ele e seus olhos parecem estar fixados em mim enquanto faço tudo isso. Parece que ele não acredita que eu estou ali, na frente dele e dando banho.

Quando o sangue está limpo e posso ver o rosto de Jake de novo, eu me aproximo mais e deixo ele segurar meu rosto. Então nossos narizes se tocam e eu levo minhas mãos até o peito dele ao sentir seus lábios tocarem os meus.

-Dorme aqui.- pede.

-Jake...

-Só quero dormir abraçado com você.- explica.- Não consigo mais dormir direito, sempre tenho que abraçar um travesseiro.

Sorrio lentamente e ele ri baixinho, então mexo minha cabeça em concordância e ele segura minha nuca e me aproxima dele de novo para beijar minha cabeça. Abraço seu corpo e deito minha cabeça em seu peito para fechar meus olhos de novo.

-Sinto muito.- Jake passa os dedos pela minha cicatriz.- Eu vou fazer tudo que você me mandar por quinze anos.

-Quinze anos?- mordo o lábio.

-Uma estimativa.- explica mais bem humorado.

-Entendo.- afasto o rosto e o encaro.- Jake, vai demorar um pouco para eu realmente me sentir bem para...

-Eu sei.- ele sorri fraco.- E eu espero, Emma, esperaria você por toda a eternidade.

-Pediu para alguém fazer esse discurso?- sorrio.

-Não, eu mesmo fiz.- ele ajeita meus cabelos.- Impressionante, não?

-Muito.- murmuro e ele desliga a água.

-O que quer fazer agora?- ele pergunta.

-Que você me seque.- aproveito.

-Sim, senhora.- ele pega a toalha com um sorriso mais feliz do que os que estava dando antes.

-Vai fazer tudo que eu mandar mesmo?- fico surpresa quando ele começa a me secar.

-Sim.- assente.

-E se eu pedir para subir na roda gigante e pular lá de cima?- franzo as sobrancelhas.

-Então eu vou perguntar: quer que eu pule de cabeça ou pule em pé?

De Repente Ela - 4° Geração.04Onde histórias criam vida. Descubra agora