Confusão

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Emma Green

Abro meus olhos e fico surpresa quando acordo em uma cama maior que a que eu tenho no apartamento. Me viro na cama e sinto a maciez do lençol tocando meu corpo de forma leve, só então percebo que eu não estou com a roupa de ontem.

Levanto o lençol e vejo que estou com uma calça moletom larga e uma regata branca que tem cortes largos no braço e um movimento em falso pode mostrar um seio meu.

Sento na cama e vejo o quarto bem chique, o piso é de madeira e os móveis são todos novos. Logo sei que estou na casa nova de Jake e que algo muito ruim aconteceu para minhas costelas doerem tanto.

Coloco as pernas para fora e sinto o chão gelado, o climatizador deve estar no mínimo já que dá para ver pela janela que está fazendo um sol enorme lá fora. Então esqueci o negócio do frio e consigo me levantar.

Pareço uma criança aprendendo a andar e logo chego na porta, viro a maçaneta e me deparo com um corredor cheio de portas e muito ostensivo. Meus pés passam do piso de madeira para um tapete de veludo e começo a andar até às escadas em L.

-Você acordou.- ouço a voz de Jake e me viro.

Ele está com uma toalha passada na nuca e apenas com um short moletom, o suor na pele dele me diz que andou malhando e aquele sorriso me deixa irritada. Mas algo realmente está errado quando sinto pulsos entre minhas pernas.

-O que aconteceu?- pergunto.

-Eu esperava que me disesse.- ele cruza os braços e isso faz os músculos saltarem.- Jesse está desacordado ainda...

-Jesse?- franzo as sobrancelhas e a dor de cabeça volta.- Ah, não, ele...

-Ele está bem.- Jake mexe a cabeça.- Agora me diga o que houve.- percebo o quão próximo ele está.

-A gente estava bebendo.- explico.- Então aquele cara...- tremo quando lembro.- Ele começou a xingar o Jesse e eu perdi o controle. Comecei a briga e acabei não percebendo que estava bêbada demais para vencer.

-Primeiro, você estava drogada.- ele explica.- Segundo, isso foi muita idiotice...

-Mas...

-Terceiro, você ter defendido Jesse só prova que merece estar na equipe.- ele fala e fico calada.- Quarto, não precisa mais se preocupar com o cara, nem se dê ao trabalho de pensar nele.

-O que aconteceu com ele?- pergunto cuidadosa.

-Eu o matei.- ele fala calmo.

-Você o matou.- repito.

-É.- ele assente.

-E não sente nada?- observo seu rosto.

-Parei de sentir culpa quando coloquei na cabeça que os desgraçados merecem.- ele explica.- É melhor você colocar isso na sua também, por que vai ter que fazer isso, em breve.

-Por que?- levanto as sobrancelhas.

-Você vai participar do próximo passeio.- ele explica.- Mas sem saber de nada, vai ficar comigo, no meu carro.

-Sério?- não fico tão feliz quanto eu deveria.

Isso significa que eu estou mais perto de conquistar a confiança deles, e isso significa que eu logo vou saber um plano adiantado e falar para Steve. Então Jake vai estar na prisão e eu...

-Sim.- ele assente.- Eu preciso tomar um banho, mas depois vamos comer e eu te deixo na oficina.

-Jake.- seguro o braço dele.

Jake olha para mim e fico na ponta dos pés para pressionar minha boca contra a bochecha dele. Abaixo a cabeça e meu nariz toca o canto onde beijei e ele vira o rosto para mim fazendo nossos narizes se tocarem.

De Repente Ela - 4° Geração.04Onde histórias criam vida. Descubra agora