Castiel starys:
A sensação de atravessar aquele portal nunca vai mudar, era como se eu sentisse vários cortes profundos em minha pele, seguidos pela agulha invisível que costurava cada ferida. Senti uma onda de náusea, mas acabei engolindo o desconforto, uma decisão que logo lamentaria.
Quando finalmente tudo passou, minha visão voltou ao normal, e eu me vi ajoelhado no chão de pedras ásperas, soltando resmungos de desconforto em todas as direções.
Demitre, com toda a calma do mundo, me puxou delicadamente para ficar de pé ao seu lado, passando a mão suavemente nas minhas costas.
— Odeio essa sensação. — Resmunguei para ele, recebendo um pequeno riso em resposta.
— Ninguém gosta dessa sensação ao usar o portal. — Ele disse, franzindo a testa enquanto olhava em volta. — Isso não é possível.
— O que aconteceu? — Perguntei, e pude ouvir o suspiro de Scarlett, que estava à nossa frente.
— Acontece que acabamos de aparecer no local onde o lixo é enviado para reciclagem na base do rebate-dor, no estádio de beisebol Fenway. — Ela explicou, e eu franzi a testa, tentando entender suas palavras. — O portal nos enviou para um lugar muito distante de onde deveríamos estar.
— O que é o estádio de beisebol Fenway? — Sussurrei, mas antes que Demitre pudesse explicar, Scarlett a cortou.
— Isso não importa agora; precisamos apenas sair do parque Fenway. — Ela disse, começando a marchar para longe.
— Scarlett, espere! — Janet chamou, seguindo atrás dela.
Olhei ao nosso redor e vi fileiras de arquibancadas vermelhas vazias e silenciosas, que pareciam incrivelmente desconfortáveis. O chão do campo estava coberto por pedaços de lona congelados que estalavam sob meus pés.
Se eu pudesse fazer uma estimativa, deviam ser umas seis da manhã. O céu ao leste estava começando a clarear, e minha respiração soltava fumaça à minha frente. Me afastei de Demitre, ajeitando minha roupa, e segui as meninas.
Estava me sentindo completamente perdido nesse novo tempo. Tudo ao meu redor era estranho e desconhecido, um mundo que ele nunca imaginou que veria. As tecnologias avançadas, as pessoas apressadas em seus dispositivos eletrônicos, os prédios altos e modernos contrastavam drasticamente com a época que ele conhecia.
Me sentia como um estranho em uma terra estrangeira, incapaz de entender completamente as nuances da vida naquele período. Cada novo avanço tecnológico, cada mudança na cultura e na sociedade o deixava perplexo. Ansiava pelos tempos que conhecia, onde as coisas eram mais simples, mais familiares.
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Saímos daquele lugar e, ao deixá-lo para trás, pude finalmente apreciar a paisagem ao nosso redor. Era um mundo mágico e encantador, cheio de criaturas fantásticas em atividade. Enquanto caminhávamos, meus olhos se fixaram em uma cena peculiar: uma criança fada correndo atrás de um cachorro gigante ou talvez um vampiro usando o anel do Sol, e ambos estavam sorrindo, como se compartilhassem uma piada interna.
Continuando nossa jornada, nos deparamos com um elfo que parecia se divertir com uma história contada por uma ninfa encantadora. O elfo não pôde conter seu riso enquanto ela terminava sua narrativa.
— O novo rei das fadas é realmente incrível, o reino nunca esteve tão pacífico desde que ele assumiu o trono. — O elfo comentou, sorrindo de maneira galanteadora. — Todos o adoram, é incrível pensar que um humano se tornou o rei das fadas.
Eu senti vontade de perguntar mais sobre o assunto, mas hesitei. Lembrei-me de que Scarlett preferia não conversar enquanto caminhava, Janet raramente saía da estação para interagir com outros seres sobrenaturais, e Demitre nunca demonstrou interesse em coletar informações dos seres sobrenaturais em nossas missões.
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Amor Do Destino
FantasyNum universo cósmico, um guardião tem a solene tarefa de manter o equilíbrio do poder entre os cosmos. Castiel, um desses guardiões, perde sua chave Yin e Yang, forçando-o a vagar pelo mundo mortal em busca dela. Em sua jornada, ele cruza caminho co...