Capítulo Quarenta e Quatro

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Castiel starys:

O funeral de Franklin estava marcado para acontecer ao anoitecer, mas, pelo que observei, Forest ficava andando de um lado para o outro enquanto tentávamos encontrar uma maneira de vesti-lo para que ele se acalmasse. Seus olhos estavam ressecados e inquietos, e as mãos tremiam quando ele permitia que Mauro o ajudasse a calçar os sapatos.

Eu ajudei Alica e quando o sol de pôs, um portal surgiu e atravessamos para um campo que se estendia pelas planícies muito além do que conseguia ver. Havia uma brisa suave e única, e pude perceber a magia ao redor, criando uma espécie de redoma sobre o campo. Em certos aspectos, o vento parecia ser excessivamente ameno para um dia de funeral, o que me deixou inquieto quanto à tranquilidade da situação. Era como se os ceifeiros estivessem fazendo todo o possível para tornar o ambiente completamente sereno. Bandeiras brancas tremulavam dos dois lados das piras, dançando como fitas no céu.

O terreno inclinava-se em direção à floresta, e à medida que nos aproximávamos das piras funerárias, Mauro segurou a mão de Forest. Esta retribuiu o gesto, agradecida, à medida que se aproximavam o suficiente para avistar o caixão e o corpo do pai de Forest, serenamente descansando ali.
Mesmo que o espírito dele já estivesse do outro lado, em alguma das instalações dos ceifeiros, parecia que ele estava simplesmente dormindo. Alica segurou minha mão e a de Forest, e saímos caminhando até onde nos sentamos calmamente. Isis e a família dela estavam ao nosso lado E a irmã de Mauro, Clarice, olhou para Forest com serenidade.Mesmo que fosse algo destinado a ser uma homenagem a poucas pessoas, fizeram uma enorme celebração para tudo isso.

Eleyna e Dewei Tsui estavam à nossa frente, vestindo roupas brancas, as mesmas que costumavam usar quando vinham nos visitar e passar a tarde inteira. A única diferença era a expressão de pesar em seus rostos. Parecia que o peso da ocasião havia transformado o sorriso caloroso que costumavam carregar em rostos sérios e compungidos. Ainda assim, sua presença ali era reconfortante, e sabíamos que compartilhavam nossa tristeza naquele momento difícil.

Naquela reunião silenciosa, cercados pela natureza serena e a homenagem sincera a seu pai, sentíamos a união e o apoio de todos os presentes. Era um lembrete de como a comunidade estava ali para cuidar uns dos outros nos momentos de alegria e, principalmente, nas horas de tristeza. À medida que o vento suave continuava a soprar, parecia que a própria natureza estava se despedindo, enviando seus sussurros tranquilos e reconfortantes para aqueles que ficaram.

O sol começou a se pôr no horizonte, tingindo o céu com tons dourados e laranjas. Era como se a própria natureza estivesse fazendo uma última homenagem ao ente querido que havíamos perdido. Enquanto as cores do céu se transformavam, compartilhamos histórias e lembranças de seu pai, relembrando os momentos felizes que havíamos compartilhado com ele.

O ritual continuou com respeito e devoção, e à medida que as palavras finais foram ditas e o silêncio retornou, sabíamos que a memória de seu pai viveria em nossos corações. Mesmo diante da tristeza da despedida, havia um sentimento de união e amor que nos fortalecia, lembrando-nos de que, embora as vidas terminem, as lembranças e o apoio da comunidade perduram.

À medida que a cerimônia se aproximava do fim, um silêncio solene envolveu todos nós. Os raios de sol diminuíram, e a lua começou a surgir no céu, como um farol de esperança em meio à escuridão da perda. Os sentimentos de tristeza eram tangíveis, mas também a sensação de que estávamos todos juntos, apoiando uns aos outros em nossa jornada de luto.

Depois de um momento, começamos a nos levantar e, um a um, nos aproximamos do caixão. Cada um de nós prestou suas últimas homenagens, tocando o caixão com carinho e despedindo-se com palavras silenciosas no coração.

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