Capítulo Oito

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Mauro pinheiros:

Saí daquele lugar o mais rápido possível, parando do lado de fora enquanto uma luz intensa brilhava na mesma direção de onde eu havia saído. Olhei para trás e o rapaz que há poucos momentos estava confuso piscava os olhos, me encarando.

— Vamos, ele vai tentar algo. A pedra âmbar não o deixará incapacitado por muito tempo. — Ele disse, agarrando meu braço e me puxando para longe. — Me diz por que um guardião estaria tentando se livrar de você?

— Guardião? Tentando se livrar de mim? Quem diabos é você? — Perguntei de uma vez, puxando meu braço de volta e encarando-o com suspeita. — E o que você fez lá dentro com aquele cara?

Ele me olhou e, num movimento rápido, escondeu a faca que minutos atrás estava segurando, transformando-a em um pequeno chaveiro.

— Prazer, sou Anton Sharon. — Ele se apresentou, estendendo a mão, que eu apertei cautelosamente.

— Mauro Pinheiros — respondi, e ele sorriu levemente. — Agora, pode me explicar o que diabos aconteceu ali?

Anton me estudou de cima a baixo, prestes a responder, quando uma enorme confusão irrompeu na pista de dança.

— Clarice! Douglas! — gritei, correndo atrás dos meus amigos.

No meio do caminho, uma jovem esbarrou em mim, seus cílios postiços cheios de purpurina prateada cintilando.

— Não entre — ela sussurrou, seus olhos cheios de medo. — Há um monstro lá dentro.

— Não acredito em você. — respondi, mantendo a calma. — Monstros não existem.

O bar estava mergulhado na escuridão, e apesar disso, ainda havia algumas pessoas presentes. No entanto, ao contrário de uma noite comum, aquele lugar barato estava repleto de indivíduos apavorados e encolhidos. As cadeiras, que normalmente eram ocupadas por clientes fazendo as unhas, agora estavam vazias, com secadores de cabelo gigantes pendurados nelas, parecendo relíquias de salões de beleza do passado. O chão quadriculado em preto e branco, que normalmente evocava um tabuleiro de xadrez, estava desprovido de dançarinos e parecia mais um cenário macabro.

Ninguém se atrevia a dançar, e as cadeiras eram simplesmente deixadas de lado. Anton apareceu ao meu lado e franziu o cenho, olhando fixamente em uma direção. Segui o olhar dele e percebi uma mancha no chão do tabuleiro de xadrez, onde azulejos brancos e pretos estavam manchados com um vermelho brilhante que só podia ser sangue.

— Fique aqui. — Anton ordenou, e eu assenti enquanto ele avançava em direção à fonte da mancha.

As poucas pessoas que ainda permaneciam no bar estavam encurraladas contra as paredes, paralisadas pelo medo. O som soluçante de alguém chorando ecoava pelo ambiente, criando uma atmosfera de horror.

Então, de repente, um rugido baixo e ameaçador ecoou do lounge localizado no fundo do bar. Logo em seguida, uma criatura emergiu dali, saltando em direção a Anton.

A criatura tinha um corpo que lembrava vagamente o de um ser humano, mas, em vez de braços, exibia garras afiadas e uma pele deformada. Sua cabeça tinha a forma de uma lua crescente, com uma concavidade profunda no centro, criando uma aparência sinistra.

Eles caíram no chão em um tumulto caótico, a criatura atacando Anton com mãos que pareciam ser feitas de ferro, com pontas afiadas brilhando ameaçadoramente. Observava aquela cena quase sem fôlego, incapaz de desviar o olhar.

Em um momento de pura impulsividade, meu corpo pareceu agir por conta própria. Meus olhos se arregalaram enquanto eu buscava freneticamente algo afiado ao meu redor. O monstro continuava seu ataque, esticando suas garras mortais em direção a Anton, em uma dança macabra de destruição iminente.

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