Capítulo Sete

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Mauro pinheiros:

Quando finalmente meus sentidos voltaram ao normal, peguei alguns dos meus comprimidos e, com um copo de água, engoli— os na esperança de me sentir um pouco melhor. A dor de cabeça persistia, mas eu estava determinado a continuar.

Meus olhos se voltaram para a tela do quadro inacabado à minha frente. Faltavam apenas os últimos retoques para concluí— lo, mas eu não tinha mais vontade de continuar com aquela pintura. Coloquei os pincéis e a paleta de tinta de lado, deixando minha inspiração escapar.

Foi quando ouvi uma batida na porta, e Clarice entrou na sala, mexendo em um pote de tinta. Sua expressão inicial de concentração mudou assim que me viu.

— Você parece ter visto um fantasma. A dor de cabeça está de volta? — ela perguntou, abandonando o pote de tinta e se ajoelhando ao meu lado.

Respirei fundo e forcei um sorriso fraco.

— Sim, a dor de cabeça ainda está aqui, mas eu vou ficar bem. — respondi, tentando dissipar suas preocupações. — E, falando em nos distrair um pouco, que tal irmos à tal boate que o Douglas tanto menciona?

Clarice me encarou com incerteza, mas fiz um gesto para indicar que estava tudo bem e que ela não precisava se preocupar.

— Você tem certeza de que quer ir a esse lugar? — ela perguntou, hesitante. — Pelo jeito que o Douglas descreve, parece meio... duvidoso.

A "Luz das Estrelas", ou "Lumière des Étoiles" em sua língua original, era uma boate que operava nas sombras da cidade. Segundo Douglas, apenas os mais informados conheciam sua existência, e ela abria em algumas noites da semana em um prédio aparentemente invisível para quem não sabia de sua localização. Douglas falava sobre o lugar há anos, mas Clarice e eu nunca havíamos demonstrado interesse, pois geralmente ele exagerava em suas histórias.

— Vamos lá, preciso de uma pausa e sair para uma boate em uma sexta— feira parece ser exatamente o que eu preciso. — falei, tentando convencê— la, e Clarice soltou um suspiro e concordou.

— Você tem sorte de que eu te amo e me preocupo com você. — Ela riu, pegando o celular. — Só para dar a impressão de que a ideia foi minha, vou mandar uma mensagem para o Douglas.

Ela saiu da sala, digitando no celular, e eu ri ao perceber o quão sortudo era por ter uma amiga como ela ao meu lado. Estávamos prestes a embarcar em uma aventura que, até então, nunca havíamos considerado, e a expectativa e empolgação começavam a tomar conta de nós.

Após alguns minutos, Clarice voltou para a sala com um sorriso no rosto, segurando o celular.

— Pronto, está marcado. Douglas disse que nos encontrará lá em meia hora. — Ela anunciou, parecendo animada. — Vamos aproveitar a noite e nos divertir um pouco.

Sorri para minha amiga, grato por sua disposição em se juntar à minha ideia, mesmo que com algumas reservas.

Enquanto nos preparávamos para sair, a antecipação crescia dentro de mim. A dor de cabeça ainda estava presente, mas a perspectiva de escapar da rotina e explorar um mundo desconhecido me animava. Eu sabia que a noite na boate "Luz das Estrelas" prometia ser repleta de surpresas, e estávamos prestes a entrar em um cenário completamente novo para nós.

Com Clarice ao meu lado, sabia que teria o apoio e a companhia necessários para enfrentar o que quer que encontrássemos naquela noite. Enquanto saíamos da sala e nos dirigíamos à aventura que nos aguardava, mal podia esperar para descobrir os segredos e mistérios que a "Luz das Estrelas" tinha a oferecer.

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Depois de finalizar meu trabalho, cuidei de armazenar as obras em um local seguro antes de sair. Clarice decidiu me acompanhar até minha casa, alegando que iria se arrumar lá. Quando chegamos, rapidamente tomei um banho para aliviar o cansaço do dia, mas a sensação incômoda persistia, como se algo sombrio estivesse à espreita.

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