Epílogo

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Narrador:

Meses depois…

Mauro se sentou cuidadosamente à beira da piscina, observando atentamente a casa do seu pai, que resplandecia com uma iluminação deslumbrante. Mesmo à distância, conseguia captar os risos animados e a música envolvente da celebração em andamento. Este evento marcava a comemoração da primeira e grandiosa exposição de Mauro, um marco em sua carreira artística.

No entanto, apesar do cenário festivo ao seu redor, não conseguia encontrar a mesma alegria em seu coração. Nos últimos meses, seu marido havia mergulhado nos recantos sombrios do submundo, dedicando-se a auxiliar outros seres submundanos. Ele aspirava não apenas a ser um bom professor, mas também a desempenhar um papel significativo na vida desses indivíduos.

Enquanto Mauro organizava meticulosamente sua primeira exposição, as complexidades e desafios da vida cotidiana tornavam-se mais evidentes. As coisas haviam se tornado tão desconcertantes depois de todo esse esforço que mal tinha tempo para refletir sobre como as coisas seriam com Castiel, seu marido, ao seu lado para ajudar a superar essas dificuldades.

No entanto, Mauro não podia se permitir culpar Castiel, afinal, fora ele mesmo quem sugerira a ideia inicial. Retirar tais palavras seria um ato contraditório e, certamente, não condizente com seus valores. Até mesmo sua irmã o encorajara a seguir adiante com a decisão, reconhecendo a importância do trabalho no submundo. No entanto, Mauro não conseguia ignorar a inquietação que pairava em sua mente, uma sensação de perigo que sua intuição de guerreiro alertava.

Ao promover essa iniciativa, ele tinha em mente crianças como Alice e Forest, habitantes do submundo que corriam o risco de perder suas famílias ou até mesmo as próprias vidas. Embora estivesse comprometido com essa nobre causa, Mauro não conseguia evitar a preocupação constante, ciente de que o submundo escondia ameaças desconhecidas e perigosas. Essa batalha era maior do que ele imaginava, e a responsabilidade pesava em seus ombros enquanto ele se esforçava para proteger aqueles que eram mais vulneráveis naquele ambiente sombrio.

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Ao envolver os braços ao redor dos joelhos, Mauro deixou escapar um sorriso pálido. Sentia-se contente pelo desejo de seu marido em contribuir para a causa de ajudar os indefesos diante do que estava por vir. A alegria preenchia seu coração ao perceber que finalmente as coisas estavam caminhando bem em sua vida. Os familiares também colhiam sucessos em várias empreitadas, e Mauro estava mais feliz do que jamais se permitira estar.

A presença constante de seu irmão mais novo, sempre visitando e oferecendo a perspectiva do cargo como ceifador de almas quando chegasse o momento de Mauro e Castiel, era uma oferta tentadora. Claro que seria uma oportunidade incrível, e ele consideraria seriamente aceitá-la quando chegasse o momento certo. Por ora, no entanto, Mauro desejava apenas aproveitar a nova vida que estava construindo. Queria saborear cada momento de tranquilidade e felicidade que a vida lhe oferecia, antes de mergulhar em novos desafios que o futuro pudesse trazer.

E Mauro tinha plena consciência da escolha que faria. No entanto, após 106 vidas repletas de tragédias, essa decisão envolvia a mortalidade como um pensamento distante para ele. Em todas as existências passadas, nunca experimentara uma felicidade tão profunda. Era um contraste notável com a pessoa que fora em cada vida, sempre subjugado pelo que lhe era imposto. Quando quebrou a maldição que o prendia, foi como se as amarras que o haviam limitado desde a primeira vida tivessem sido finalmente rompidas de uma vez por todas.

Mauro sentia-se genuinamente feliz por ter alcançado essa libertação. Era revigorante perceber que o amor tão forte que experimentava era real, e o conceito de "felizes para sempre" não era apenas uma fantasia de contos de fadas. A jornada tumultuada ao longo de suas muitas vidas o conduziu a um momento de serenidade e alegria que ele nunca pensou ser possível. Agora, ele abraçava a oportunidade de viver uma vida plena, livre das correntes do passado, e apreciava cada instante dessa nova realidade que ele mesmo forjara.

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