Capítulo Vinte e Cinco

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Castiel starys:

Alicia surgiu ao meu lado, seu rosto iluminado por aquele doce sorriso infantil que sempre me fazia sentir melhor. Agradeci, estendendo a mão para bagunçar gentilmente seus cabelos dourados, que reluziam à luz do sol da tarde.

Eu sabia que não deveria ter vindo até o trabalho de Mauro naquele momento, mas quando Janet me contou sobre o que Clarice havia dito a respeito das crises dele, meu raciocínio ficou turvo de preocupação. Saí da casa de Isis às pressas, e Alicia insistiu em me acompanhar, trazendo consigo o Delfos, seu fiel companheiro de quatro patas.

— Você conseguiu colocar isso na frente da porta dele? — perguntei ansioso, me referindo ao pacote que trazíamos. — Ninguém notou a sua presença?

Alicia olhou para mim com seus grandes olhos inocentes, e sua voz infantil soou suave quando ela respondeu:

— Não se preocupe, ninguém me viu, eu sou uma ninja!

Nós trocamos um sorriso cúmplice antes de continuarmos nossa missão de apoiar Mauro em seu momento difícil.

— Você é uma boa garota — Falei bagunçando seus cabelos.

Enquanto voltávamos para casa, senti um alívio momentâneo. Sabia que Mauro logo encontraria a pelúcia. E mesmo que a situação fosse difícil, nossa pequena intervenção era uma prova de que a amizade e o carinho estavam sempre ao seu redor.

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Enquanto caminhávamos de volta para a casa de Isis, notei que Alicia subitamente parou de andar. Seu olhar, que normalmente irradiava alegria, estava fixado em um grupo de crianças que brincavam com seus pais nas proximidades. Ela observava com um brilho nos olhos, e seu rosto estava repleto de nostalgia e um toque de melancolia.

As risadas inocentes das crianças enchiam o ar enquanto elas corriam e brincavam, e um sorriso triste se formou nos lábios de Alicia. Era como se aquele momento tivesse tocado profundamente em seu coração, despertando lembranças de tempos mais simples e felizes, quando a vida era cheia de brincadeiras e risos.

Meu coração se apertou de compaixão por ela naquele instante. Eu sabia que Alicia tinha uma história complicada, repleta de desafios e perdas. Aquelas crianças, tão cheias de vida e alegria, a lembravam de algo que perdeu.

Com carinho, coloquei minha mão no ombro dela e disse suavemente:

— Alicia, você está bem?

Ela desviou o olhar das crianças e olhou para mim com um sorriso triste, assentindo levemente. Era como se ela estivesse se esforçando para esconder suas emoções profundas.

— Estou bem, só me lembrou de algumas coisas, sabe?

Eu compreendi o que Alicia estava passando, mesmo que ela não tivesse aberto totalmente o coração naquele momento. Aos seus nove anos de idade, ela já havia enfrentado perdas significativas, perdendo sua mãe e a vila que conhecia desde o nascimento. O caos que agora reinava em sua mente era compreensível, considerando as circunstâncias.

Os silfos, criaturas conhecidas por sua neutralidade em relação a quase tudo, geralmente demonstravam bondade para aqueles que a mereciam. Imaginava o quão desafiador devia ser para Alicia manter sua natureza neutra em meio a tudo o que estava acontecendo à sua volta.

Seguimos em frente, nosso silêncio preenchido pelo peso das nossas reflexões individuais. Cada um de nós estava imerso em pensamentos sobre as complexidades da vida, sobre as lembranças que nos acompanhavam e como elas podiam ser, ao mesmo tempo, doces e amargas. Nossa caminhada continuou, e a compreensão mútua entre nós fortaleceu nosso vínculo, reafirmando que, mesmo diante das adversidades, estávamos ali um para o outro.

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