Capítulo Dezoito

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Mauro Pinheiros:

Voltar para casa com todas aquelas coisas que descobri recentemente era uma experiência que beirava a loucura para mim. A mochila pesava como se estivesse repleta de segredos do universo, e cada passo que eu dava parecia ser mais um na jornada rumo ao desconhecido. O mais estranho de tudo foi o momento em que Sofia voltou para casa e pousou seu olhar sobre mim. Seus olhos brilhavam intensamente, como se finalmente estivesse vivenciando o reencontro que tanto ansiara nos últimos tempos.

Enquanto eu e Diana nos preparávamos para partir, percebi que ela parecia querer dizer algo mais, mas optou por manter o silêncio. Fiquei curioso com o que poderia ser, mas respeitei sua decisão de não compartilhar. Talvez houvesse algo em seu coração que ela preferisse guardar para si mesma naquele momento.

Diana tinha decidido passar a noite na minha casa, e assim que chegamos, ela se entregou à tarefa de preparar um balde de pipoca, escolhendo um filme para assistirmos juntos. Cada detalhe do ambiente contribuía para a atmosfera aconchegante da noite: a iluminação suave, a pipoca quente e a seleção do filme que ela cuidadosamente fez.

Quando finalmente nos acomodamos para assistir, Diana logo caiu no sono, seu rosto relaxado denunciando a tranquilidade que sentia ao meu lado. Enquanto ela dormia, eu fiquei ali, pensando nas reviravoltas recentes da vida e nas descobertas que havia feito. A noite avançava, e eu percebia que o sono não vinha tão facilmente para mim naquele momento.

Virei-me na cama, olhando para o teto, enquanto as horas passavam lentamente. Os pensamentos dançavam em minha mente, relembrando tudo o que havia acontecido. Era como se meu cérebro se recusasse a descansar, processando cada experiência e emoção que haviam se acumulado ao longo do dia. Fiquei acordado até as três da manhã, perdido em meus pensamentos, antes de finalmente sucumbir ao cansaço e mergulhar em um sono inquieto.

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Na escuridão do sono, minha mente se tornou um labirinto de imagens indistintas, uma teia de pensamentos desconexos que se recusava a se materializar em algo concreto. Era como se eu estivesse vagando por um mundo de sombras, tentando desesperadamente alcançar alguma clareza, mas as imagens pareciam se desvanecer antes que eu pudesse apreendê-las.

Vislumbres de cenas passageiras dançavam diante dos meus olhos mentais, mas tudo estava distorcido e turvo, como se estivesse olhando através de uma névoa densa. O que quer que estivesse tentando se formar em minha mente se esquivava, escapando a cada vez que eu tentava me concentrar nele.

Fragmentos de rostos familiares, locais familiares e objetos enigmáticos se entrelaçavam, criando uma paisagem onírica caótica. Sons distantes pareciam ecoar, mas suas fontes permaneciam invisíveis. Era como se tudo estivesse escondido nas sombras da minha própria consciência, como se minha mente estivesse brincando comigo, mostrando-me vislumbres de algo que eu desejava compreender, mas nunca permitindo que eu visse claramente.

Eu tentava desesperadamente alcançar essas imagens evasivas, tentando dar-lhes forma e significado, mas elas continuavam a se desfazer e se transformar em algo diferente. Era uma experiência frustrante, como tentar agarrar fumaça com as mãos nuas.

À medida que o tempo passava no interior desse labirinto onírico, a sensação de confusão e impotência crescia. Era como se minha própria mente estivesse brincando comigo, revelando apenas o suficiente para manter minha curiosidade acesa, mas nunca o suficiente para me satisfazer.

E assim, nesse estado de sonho fragmentado e desorientador, passei a noite sem conseguir entender as imagens ou o que estava acontecendo com minha própria mente.

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Despertei abruptamente, interrompendo o cantarolar estridente que reverberava nos meus ouvidos, lembrando o som de um papagaio sendo estrangulado. A porta do meu quarto se abriu com uma força surpreendente, revelando Diana, que trazia uma bandeja repleta de café da manhã que parecia digno de um banquete. Um monte generoso de panquecas estava ao lado de um pequeno copinho com uma tentadora calda de chocolate.

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