Meraki - Chefe e Secretaria

Capítulo Vinte e Quatro: Precisamos Conversar

Angélica DeMarco🍒

 

— Eu não sei se devo... — Falei com o tom de voz trêmulo.

— Você vai ficar um tesão, minha vida!

Me virei na cadeira para fuzilar a Maya com o olhar.

— Só você mesmo para me convencer a fazer uma coisa como essas!

— Cê vai ficar linda, tia! — Lind falou cruzando as mãozinhas na frente do corpo.

Suspirei pesadamente.

 — Tudo bem! — Ambas bateram na mão uma da outra com euforia.

Caleb, havia saído e por esse motivo não foi possível que as meninas e eu saíssem para dar uma volta pois minha obrigação agora era cuidar da minha mãe para não correr o risco dela cometer nenhuma besteira. Como sempre ela foi se deitar para não ter que olhar na minha cara. Eu particularmente nem me entristecia mais pelo fato de estar acostumada com essas crises de raiva da minha mãe sobre mim, o gatilho do meu pai ter fugido e a deixado, ativava toda vez que ela tinha uma alucinação com ele. Agora voltando da onde paramos. Maya notou o quão deprimida eu estava e para me colocar pra cima ela resolveu que cortar o meu cabelo seria uma das melhores ideias, pois segundo ela, mudar o visual ajudaria.

Mas confesso que estou morrendo de medo.

Estávamos nós três no meu quarto. Lind estava de frente para mim e Maya logo atrás com a tesoura. As duas não viam a hora de ver o estrago.

— Eu posso começar?

— Estou com medo, Maya, calma.

— Ai Angel! Eu tive que menti para a Alê dizendo que eu iria para uma reunião mas ao invés disso eu vim te ver. — Foi ajeitando o meu cabelo. — Além disso ela tá um pé no saco esse últimos dias. — Murmurou.

Senti meu coração acelerar só de ouvir o seu nome.

— Mas você havia dito que a Alessandra estava de boa.

— É... Falei? — Balbuciou. — Na verdade ela está um pouco azeda por conta dos preparativos do baile de máscaras. Ela sempre fica assim por conta dessas besteiras.

Murmurei um “ah” meio desanimada. Lind veio até mim e pegou na minha mão.

— Eu corto o meu também, tia, se o seu ficar uma bosta.

— Lind! — Repreendeu. — O quê eu falei sobre falar palavrão? Se a mamãe ver, ela arranca o meu coro.

A garotinha deu de ombros dando risada.

Maya voltou a perguntar se eu deixava ela cortar o meu cabelo, balancei a cabeça positivamente. Que se dane, eu não tinha nada a perder... Ah não ser a minha autoestima caso o corte ficasse ruim. Então quando a morena começou a cortar eu resolvi fechar os meus olhos bem forte como se isso fosse ajudar. Lind continuava segurando a minha mão enquanto eu sentia o volume do meu cabelo diminuir a cada tesourada que a Maya dava em mim. Céus, aonde eu tô com a cabeça? Ficava me perguntando a cada segundo que se passava. Algum tempinho depois ela finalmente havia terminado o meu corte de cabelo, Lind me olhou com um sorriso largo no rosto, minha ansiedade em ver o resultado era demasiadamente grande.

— Você ficou gostosa como eu imaginei.

Sorri sem mostrar os dentes.

— Eu quero ver! Você pode pegar o meu espelho lá no banheiro, Lind?

Balançou a cabeça positivamente correndo em disparada para fazer conforme eu havia dito.

— Quando eu peço as coisas ela não faz...