Cinquenta: Como Em Um Cativeiro

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Pedi para que a minha família me esperasse pois iria ao banheiro

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Pedi para que a minha família me esperasse pois iria ao banheiro. Menti. Na verdade eu precisava ir atrás da Alessandra, eu havia me sentindo muito mal por ter concordado com a minha mãe sobre nutrir um sentimento materno pela minha chefe. Caleb, pediu para que eu fosse depressa pois ele estava ansioso em ouvir a famosa “novidade,” revirei os olhos me afastando e ignorando o seu comentário, por culpa dele isso foi acontecer.

Eu ainda não estava preparada para falar com a minha mãe.

Sai apressadamente do restaurante, encontrando Alessandra na escadaria, ela estava parada mas assim que chamei pelo seu nome, apressou-se a descer. Corri em sua direção.

— Por favor, Alessandra, fala comigo! — Segurei seu braço.

Fiquei alguns degraus acima fazendo com que eu ficasse mais alta, visualizando bem o quanto ela havia se chateado.

— Não! Tenho que ir, rolou essa reunião de emergência e eu tive que deixar a Lindsey com a Rebecca. — Assim que ela proferiu, torci o nariz. — Dessa vez você não pode me falar nada! Afinal, eu sou a mãe aqui... Mas agora não só da Lindsey como de você também. — Falou ironicamente.

Abaixei a cabeça.

— Sobre isso que eu gostaria de falar... — Mordi o lábio inferior. — Me desculpa? Eu juro que queria ter dito a eles sobre nós duas mas fiquei com medo. Na verdade, eu não estou preparada. É tudo tão surreal que eles não entenderiam.

Um sorriso de lado se formou nos seus lábios, sem deixar a ironia de lado.

— Como eles poderiam entender se você nem tentou!

— Eu sinto muito, tenha só mais um pouco de paciência. Afinal, nós temos todo tempo do mundo. — Tentei sorrir.

— Angélica, é isso que você não entende! — Me encarou com os olhos marejados. — Conversando com a sua mãe, eu notei que não há mais tempo para mim. Eu já estou velha. Não tenho todo o tempo do mundo como você, eu não quero continuar vivendo dessa maneira, como se estivéssemos cometendo um crime! — Balançou a cabeça para os lados, permitindo que a lágrimas descessem.

Tentei me aproximar porém ela recuou.

— Eu te amo, eu amo você, Alessandra! — Falei o mais sincera possível. — E eu não quero correr o risco de te perder, mas você precisa entender o meu lado.

— Entender o seu lado? E quem entende o meu?

— Você ouviu lá dentro, minha mãe está se recuperando agora e não posso dar motivos para ela ter uma recaída.

— Mas o quê nós estamos fazendo de errado?

Ponderei sua pergunta por um tempo.

Suspirei pesadamente sentindo as lágrimas me invadirem. Me aproximei dela novamente e dessa vez não permite que ela se afastasse. Segurei seu rosto entre minhas mãos e após fixar meu olhar sobre ela, beijei seus lábios com sofreguidão. Eu não sabia o que dizer mas precisava deixar claro meus sentimentos por ela, através desse simples contato. Alessandra tentou se afastar no começo, mas depois acabou aceitando, intensificando cada vez mais o beijo.

Meraki - Chefe e SecretariaOnde histórias criam vida. Descubra agora