Cinquenta e Cinco: Correspondência

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Angélica DeMarco🍒

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Angélica DeMarco🍒

Assim que retornamos para casa. Lindsey se recusou a conversar comigo, dizendo que eu era a culpada de ter terminado e por ter deixado a sua mãe Alê tão triste daquele jeito. Caleb, Thalles e até a minha mãe tentaram falar com ela mas foi inútil. Ela ficou tão magoada que de certa forma eu me sentia impotente, Lind chorava e eu acompanhava, sem saber o que fazer. As palavras de Alessandra foram duras demais só que eu tinha consciência de que ela estava certa. Eu fui egoísta. Imatura. Burra. Covarde. Tudo o que há de pior, porém, foi para o bem dela. Nunca teria coragem de viver ao seu lado sabendo de um segredo tão absurdo; como eu diria que o homem que cuidou e que durante toda a sua vida ela o chamou de pai era na verdade uma mentira? Não, quem tinha que arcar com isso era a Crystal e não eu. E se a Alessandra descobrisse a verdade... Ela ainda continuaria me amando? Esses pensamentos iam e vinham frequentemente na minha cabeça, até que se passaram horas e mais horas e Lind continuou inquieta querendo voltar para a cada de Alessandra. Olhei no relógio e já passavam das três da madrugada. Fiquei amedrontada com a possibilidade da Lind ficar doente, então não restou outra alternativa á não ser levá-la até a sua segunda mãe.

— Se eu te levar agora para ver a Alessandra, você promete se comportar aqui?

Ela balançou a cabeça positivamente, jurando de dedinho e enxugando suas próprias lágrimas. Correu em direção do seu ursinho e calçou os chinelinhos me estendendo a mão e me puxando para fora do quarto.

— Aonde vocês pensam que vão? — Meu irmão questionou assim que atravessamos a sala.

— Ver a mamãe...

— Eu não podia deixar a Lind naquele estado. — Expliquei. — Pode chamar um táxi para nós? Não quero sair de moto com ela e nesse horário.

— Claro.

Dei um sorriso sem humor, pegando a criança no colo e esperando pelo táxi ao lado de fora. Se a minha mãe abrisse a boca para dizer qualquer coisa, eu não responderia por mim, pois sua inconsequência desencadeou tudo de ruim que agora vem acontecendo. Cerca de dez minutos depois a nossa carona havia chegado. Lind voou para dentro do carro, sorrindo sem parar e balançando os pesinho demostrando o quanto ela estava ansiosa. Talvez Alessandra não quisesse me ver, mas, ela nunca recusaria ver a Lind. Assim que paramos no bairro chique do App East Side, descemos do veículo após pagar a viajem e por fim fomos até a sua residência. Senti as minhas pernas bambas com medo do que ela pudesse dizer. Apenas apertamos a campainha. Acho que tentamos umas três vezes até que eu explicasse para Lind que provavelmente não daria para ver a sua segunda mãe devido ao horário. A criança fez bico. Quando demos as costas para ir embora a porta se abriu.

Senti as batidas do meu coração acelerar pensando que veria Alessandra, mas ao invés disso me deparei com uma moça morena de cabelos cacheados. Passeei com os olhos por todo seu corpo notando que ela só vestia uma camiseta social e uma calcinha.

Meraki - Chefe e SecretariaOnde histórias criam vida. Descubra agora