Capítulo Vinte e Cinco: Chalé

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— Solta do meu braço, Alessandra. — Pedi calmamente para não dar motivos de haver mais brigas e correr o risco do meu irmão ou mãe nos pegarem nessa situação. — Nós não temos nada para conversar. Ah não ser que você queira me acusar de estar dormindo com a sua mãe. — Debochei.

Seus olhar permanecia vidrado em mim fazendo com que eu me sentisse até mesmo desconfortável.

— Vamos conversar...

— Nós já estamos conversando.

— Eu tô falando sério, Angélica. — Soltou finalmente o meu braço. — Entra no meu carro e vêm comigo para que nós possamos conversar como duas adultas.

— Não vai rolar, afinal você mesmo disse que eu ajo feito uma criança.
Cruzou os braços.

— O quê você quer de mim?

— Eu não quero nada, foi você quem veio até a minha casa. Daqui a pouco meu irmão chega e eu não quero que ele te veja na minha porta, então acho melhor você pegar o caminho de volta para a sua casa.

— Não vou a lugar nenhum sem antes falar com você. Aliás eu não me importo em ter que dividir o assunto com o seu irmão se isso fazer você me escutar.

— Só pode estar de brincadeira. — Murmurei passando por ela e indo até o seu carro. — Você tem cinco minutos! — Entrei fechando a porta com força.

Eu faria qualquer coisa para a minha família não pegá-la aqui, pois da Alessandra poderia se esperar qualquer coisa.

Ela então deu a volta no veículo se sentando no banco do motorista. Ela veio para cima colocando o cinto de segurança em mim, foi possível sentir sua respiração sobre o meu rosto. Após se afastar ela se encostou no banco realizando o mesmo processo. Sua atenção se voltou até mim novamente.

— Cinco minutos não são o suficiente. — Ligou o carro dando partida sem esperar uma resposta minha. — E eu sei que esse não é o momento, mas, você ficou ainda mais atraente com esse cabelo.

Senti minhas bochechas corarem automaticamente e notei um sorriso se formando entre seus lábios.

— Você tem razão... Esse não é o momento. — Falei em um tom mais ríspido. — Aonde você está me levando? Já vou logo avisando que não quero ir para sua casa pois das últimas duas vezes a experiência foi horrível.

Sua mão repousou na minha coxa.

— Não se preocupe, querida.

Tirei sua mão de cima de mim e encostei a cabeça na janela do carro observando a paisagem que ia passando em questão de segundos. Um silêncio havia se formado no ambiente, mas não um silêncio constrangedor, e sim necessário. Sentia seu olhar repousar em mim toda vez que ela tinha chance. A cada segundo que passava eu ficava torcendo para não dar nada de errado pois sempre que estávamos juntas o resultado não era nada bom...

~•~


Alessandra parou o carro enfrente a um chalé bem afastado da cidade. Se passaram cerca de uma hora até que nós chegássemos. Confesso que estava com medo do que a minha chefe estava planejando. Tiramos nosso cinto de segurança, descemos do carro, e seguimos para dentro. Aqui era muito bonito e diferente de tudo o que eu já havia visto, na entrada havia um caminho com algumas lanternas ao lado e no final uma escada. Abracei o meu próprio corpo sentindo a brisa de vento me atingir sutilmente.

Quando chegamos na porta foi inevitável não travar.

— O quê nós estamos fazendo num lugar como esse? Por quê você me trouxe para tão longe de casa?

Meraki - Chefe e SecretariaOnde histórias criam vida. Descubra agora