Angélica DeMarco, sempre amou trabalhar para as empresas Salazar... até a morte do seu antigo patrão. Agora ela terá que lidar com o temperamento da nova dona da empresa, Alessandra Louise Salazar, o qual a detesta por simplesmente ter sido a proteg...
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Alessandra passou o resto da noite trancada no seu quarto e eu no de hóspedes. Eu queria bater na sua porta e me desculpar novamente com ela mas seria inútil e de certa forma ela não aceitaria depois do que eu fiz. Não me julguei, pois, só eu sei o quanto sofri na mão daquela mulher e mesmo ela dizendo que me amava, eu não conseguia acreditar. Quando amanheceu não sabia se teria que esperar ou ir acorda-la caso ela estivesse dormindo. Fiquei pensando no quanto meu irmão me xingaria por ter saído e voltado só no dia seguinte; minha vida estava de ponta cabeça. Se alguém chegasse em mim no ano passado e dissesse que eu passaria por tudo isso, provavelmente eu riria da sua cara.
Sai de dentro do quarto e assim que fui bater na porta, Alessandra a abriu me fazendo recuar um passo para trás com a surpresa.
— Desculpa, eu pensei que você estivesse dormindo ainda.
— E tem como dormir? — Questionou com os olhos marejados. — Você conseguiu dormir depois de tudo o que aconteceu?
Balancei a cabeça em negação. Alessandra sorriu amargamente, passando por mim já com as chaves do carro na mão, aproveitei para segui-la. Ela estava com olheiras, olhos e nariz avermelhados e rosto bem abatido. Nunca pensei que á veria dessa forma, logo ela que mantinha uma aparência intocável. Após sair do chalé nós fomos em direção do seu carro. Alessandra estreitou os olhos ao sentir o sol atingir seu rosto e foi inevitável não notar a sua ressaca.
Coloquei meu cinto de segurança enquanto ela fazia o mesmo. Havia um silêncio ensurdecedor e um clima totalmente pesado a qual eu tentei de tudo para quebrar.
— Alessandra, me desculpa?
— Você não tem que se desculpar... Fez a sua escolha.
— Não quero que você se sinta mal por isso.
— Como não, Angélica? — Notei as lágrimas descerem pelo o seu rosto. — Eu confessei que te amava e você não deu a mínima. Você me teve nas suas mãos e agiu como se isso não fosse nada.
— Eu só fiz o que achei melhor...
— Mas e quanto a mim! Você não poderia ter pensado que isso me machucaria?
— E quantas vezes você não fez o mesmo comigo?
— Você tem razão, mas, eu estava disposta a tudo para que isso desse certo e nós pudéssemos ficar juntas. — Fez uma pausa até continuar. — A Maya ou qualquer outra mulher nunca será capaz de cortar esse laço que há entre nós porque eu sei que você também me ama... Eu posso ver nos seus olhos.
— Agora já chega, Alessandra, nós precisamos voltar para casa.
— Você vai voltar para a empresa hoje? Faça pelo menos isso por mim, Angélica.
