Trinta e Nove: Atrás Da Porta

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Chegamos em casa e foi inevitável não sentir um cheiro bom de comida caseira, fazia tempo que eu não tinha essa sensação pois a minha vida se resumia em almoços e jantares pedidos pelo Ifood

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Chegamos em casa e foi inevitável não sentir um cheiro bom de comida caseira, fazia tempo que eu não tinha essa sensação pois a minha vida se resumia em almoços e jantares pedidos pelo Ifood. Eu deveria ter prestado mais atenção nas aulas de culinária que a minha mãe, quer dizer, que a Crystal me dava. Se eu tivesse tempo e paciência provavelmente começaria um cursinho disso, se é que existe. Após atravessar a sala nós fomos diretamente para a cozinha, encontrando a Angélica sentada na cadeira com os pés pra cima, segurando uma caneca nas mãos, ela parecia um tanto pensativa e longe. Sua atenção só se voltou para a gente quando a Lindsey deu um “oi, tia” exagerado. A mesma sorriu abertamente se levantando, deixando a caneca na mesa e correndo em direção da menina que não hesitou em subir no seu colo. Ambas se abraçaram como se fizesse anos que elas não se viam, após descer no chão, Lindsey proferiu:

— Agora é a vez da tia Alê ganhar um abraço! — Segurou a minha mão e a da Angélica, nos arrastando uma perto da outra, a garotinha nos olhava fixamente esperando por uma reação nossa.

As bochechas de Angélica como sempre coraram.

Ela se aproximou mais de mim, envolvendo seus braços envolta do meu pescoço. Senti seu cheiro suave, seu corpo tão próximo ao meu, era demasiadamente bom. Se eu pudesse ficaria abraçada com ela o dia inteiro. Nos afastamos com muito custo, Angélica roçou as pontas do seu dedo no meu rosto o acariciando enquanto olhava fixamente para os meus olhos e para minha boca, revezando um com o outro. Não dava para negar a química que há entre nós. Eu sentia tanta falta dela mesmo estando na sua frente... Era tudo tão complicado de explicar, talvez seja o fato da gente não estar juntas ainda como um casal. Isso era tudo o que eu mais queria, porém, era cedo e ela nunca me aceitaria levando em conta que não faziam nem quarenta e oito horas que a Maya se foi.

— Vocês não acham que já tá bom? — Lindsey questionou. — Eu tô com fome!

Sorrimos uma para outra antes de cada uma ir pro seu lado.

— Pensei que vocês tivessem saído para comer...

— Nós fomos só que a Re...

— Só que a refeição que ela comeu não foi o suficiente! — Entrei no meio antes que ela desse com a língua nos dentes.

Lindsey colocou a mão na boca ao notar o que ela quase falou para a Angélica que agora nos olhava com total desconfiança. Tentei mudar de assunto o mais rápido possível, levantando a criança e colocando sentada sobre a cadeira. Peguei um prato para servi-la.

— Hum... A comida está com um cheirinho ótimo!

Angélica estreitou os olhos.

— Aonde foi que vocês tomaram café?

— Lá naquela cafeteria perto do...

— Eu estou perguntando pra Lind. — Se sentou ao lado dela. — Aonde vocês tomaram café, Anjinho? E o que você comeu de bom?

Meraki - Chefe e SecretariaOnde histórias criam vida. Descubra agora