Capítulo 15

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Continuamos a viagem até entrar em uma Universidade.

- Aqui?
- Eu moro aqui.
- Eu já estive aqui?
- Você estuda aqui.
- O que? - olho para ele - A minha mãe falou que eu não entrei em nenhuma.
- Ela mentiu pra você.

Ele olhava para mim e o tom de superioridade em sua voz me deixava confusa. Ele era tão imprevisível que eu ficava incomodada.

- Por que você fica me analisando?
- Não é o que eu deveria fazer?

Ele sorri como se soubesse o quanto era imprevisível e como isso me confundia.

- Eu queria trazer você aqui. - diz parando o carro e saindo dele.
- Uma biblioteca? - saio do carro - Achei que iríamos pra sua casa.
- Nós vamos depois daqui. O pessoal está fazendo uma festa lá.
- Vocês podem fazer festas durante as aulas?
- Estamos de férias.

Entramos e ele me deixa olhar por tudo. Ele ficava me seguindo em silêncio enquanto eu olhava as capas de todos os livros possíveis.

- Você lê?
- Não.
- Por que você me trouxe aqui?
- Porque você lê.
- O que eu gostava de ler?
- Romance.
- Só?
- Suspense também. Você gostava de tragédia.

Ando rapidamente até a prateleira de romance, enquanto ele me olha de longe sentado em uma poltrona, e olho todos na intenção de lembrar de algum deles.

- Romeu e Julieta. - leio em voz alta.

Quando eu toco no livro, é como se o meu coração tivesse parado por três longos segundos. A dor aguda na minha cabeça volta a me incomodar e eu tento não mostrar à ele, mas a dor parecia mais forte do que antes.

Olhando para ele de longe, pude ver ele correr lentamente em minha direção com a mão no peito. Ele sabia que eu não estava bem. Ou melhor, ele sentia isso.

- O que aconteceu?

Tudo parecia estar em câmera lenta naquele momento.

Eu sentia ele tocar em mim e podia ver ele falar comigo, mas não conseguia entender ao certo o que era.

Eu ainda estava parada olhando para ele quando ele puxou o livro das minhas mãos. O que, por mais estranho que pareça, me fez voltar à realidade.

- Você está bem?

Pude ouvir ele perguntar enquanto passava as mãos pelo meu rosto me fazendo olhar para ele.

- Estou. - digo ofegante.
- O que aconteceu?
- Eu acho que esse livro me fez sentir alguma coisa. Eu estava quase lembrando de algo.
- Você conseguiu desvendar alguma coisa?
- Eu só consegui ver rostos borrados. É sempre a mesma coisa.
- Acho melhor a gente sair daqui agora. - diz colocando o livro dentro da jaqueta - O que você acha?
- Você vai levar ele?
- Eu vou levar ele pra você.

Estávamos andando em direção ao carro quando dois homens param em frente a ele segurando duas câmeras.

- Quem são eles? - pergunto ao Jaden.
- Como vocês entraram aqui?
- Que bom ver vocês juntos de novo.
- De novo? - pergunto.
- Ouvi rumores de que você parou de fazer música, é verdade?
- Eu ando lidando com muita coisa agora.
- Coisas ruins?
- Você não faz ideia.
- Vocês sumiram das redes sociais e os seus fãs estão enlouquecidos. O que aconteceu com vocês durante esse tempo?
- A gente precisa ir agora. - ele diz cortando o assunto.

Ele estava praticamente empurrando os dois homens para poder me colocar dentro do carro.

- Sinto muito. - digo ao ver que eles esperavam por respostas.

Rapidamente, o Jaden sai com o carro e faz voltas por toda Universidade.

- Por que você tratou eles daquele jeito?
- Eles não respeitam ninguém.
- Ele falou que os nossos fãs queriam respostas. - olho para ele - Por que eu tenho fãs?
- Eu falei que quero que você lembre das coisas sozinha, não falei?
- Falou.
- Então, por favor, não me pergunta mais nada.

Paramos em frente à uma casa enorme e ele desce do carro para abrir para mim.

- Eu acho que conheço essa casa.
- Você lembrou dela?
- Lembrei. - sorrio - Você mora aqui?
- Moro. - sorri - Vamos entrar?

Caminhando em direção à casa, vejo um homem alto e loiro passar por nós. Ele olhou para mim e desviou o olhar, eu sabia que ele me conhecia.

Fico olhando para ele por longos segundos e pude sentir o cheiro do seu perfume que ficou pelo ar.

- O que você está olhando? - perguntou Jaden.
- Vincent?
- Você lembra dele?
- Esse é o nome dele?
- Você lembra dele. - afirma.

A expressão em seu rosto mudou rapidamente. Eu podia ver raiva em seus olhos.

- Eu só lembrei do nome.
- Você lembrou dele.
- Isso é ruim?
- Tanto faz. - diz caminhando em direção à casa.
- Espera. - seguro o braço dele - O que aconteceu?
- Eu vi o jeito que você olhou pra ele. - tira o braço - Eu ouvi como você falou o nome dele. Eu sei porque você costumava me olhar desse jeito e agora eu só sou como todos os outros. - olha para mim - Talvez, menos que os outros.

Fico olhando para ele sem entender o motivo de tudo aquilo enquanto via os olhos dele perderem o brilho.

- É melhor a gente entrar agora. - ele diz apontando para a casa.

i still couldn't reach your ego 2: depois do fim - Jaden HosslerOnde histórias criam vida. Descubra agora