i still couldn't reach your ego 2: depois do fim - Jaden Hossler

Capítulo 57

Eu estava vestindo apenas uma camiseta do Jaden e estava com tanto frio por conta do ar condicionado que o meu corpo tremia por inteiro.

Na tentativa de tentar me esquentar um pouco, fico acocada na cadeira e coloco os braços e as pernas para dentro da camisa.

Fico nessa mesma posição por tanto tempo que acabo pegando no sono.

Todas as cenas passam rapidamente pela minha cabeça, eu não conseguia controlar o que queria ver. Eu conseguia ver todos os meus momentos felizes com o Jaden, mas também via todos os tristes. Era como se eu não estivesse viva mais.

Sinto o meu corpo tentando me acordar, mas nada me ajudava a sair daquela situação. Eu estava dormindo e, ainda assim, desesperada.

Eu revivi a noite do acidente e tudo que tinha acabado de acontecer como se ele estivesse no meu lugar passando por tudo aquilo e a dor foi infinitamente maior.

- Rachel?

Sinto alguém sacudindo o meu braço, mas estava quase impossível abrir os olhos.

- Rachel?

Sinto, essa mesma pessoa, levantar o meu rosto e balançar o meu corpo novamente.

- RACHEL?

Abro os olhos e Hunter foi a primeira pessoa que eu vi em minha frente.

Acordo assustada e tentando inspirar todo ar existente naquela sala, era como se eu estivesse sem respirar todo aquele tempo.

- Está se sentindo bem?

Coloco a mão direita no lado esquerdo do peito para sentir os meus batimentos.

- O que está acontecendo?

A minha frequência cardíaca estava tão alta que eu sentia que iria morrer.

- O Jaden...
- O quê?
- Eu preciso do Jaden.
- Ele não pode vir agora.

O meu coração acelerava cada vez mais e os meus pulmões pareciam negar todo ar que tentasse invadi-los.

- Por favor, Hunter.
- Eu posso tentar ajudar você, o que acha?

Ele se aproxima e tenta encostar nas minhas mãos, mas eu me afasto rapidamente.

- NÃO!

Levanto depressa e corro até a porta, mas estava fechada. Ele corre e para atrás de mim.

- ME DEIXA SAIR DAQUI!
- Você não pode sair ainda, Rachel, mas eu posso ajudar você.
- EU NÃO QUERO A SUA AJUDA, EU QUERO O JADEN!

Soco e chuto a porta incontrolavelmente.

- JADEN! - grito.

Eu gritava o seu nome tão alto que qualquer um presente naquela delegacia poderia ouvir.

- EU PRECISO DE VOCÊ, POR FAVOR...

Eu estava chorando tanto que a sensação era de que a minha voz estava instalada na minha garganta.

Eu sentia as paredes se fechando em mim e me deixando cada vez com menos oxigênio.

- Por favor... - suplico baixo.

O meu corpo estava pesando e a gravidade me puxava para baixo lentamente. Me arrasto até o canto da parede e abraço as pernas colocando o rosto entre elas.

- AMOR? BEBÊ, EU ESTOU AQUI!

Ouço Jaden gritar.

Ele estava mais perto do que eu pensava, mas ainda estava longe o suficiente para que eu não sentisse o seu toque em minha pele.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO? ME DEIXEM VER ELA. POR FAVOR, EU PRECISO SABER O QUE ESTÁ ACONTECENDO.

Olho para Hunter com os meus olhos e rosto inchados e a minha boca aberta tentando inspirar o mínimo de ar para não cair dura.

- EU JURO POR DEUS QUE SE ALGO ACONTECER COM ELA, EU... - Jaden.

Ele estava pronto para ameaçar todos eles, o que faria eles terem, pelo menos, uma prova contra nós.

Continuo olhando para Hunter e ele sai correndo porta à fora fazendo o Jaden parar de falar no mesmo instante.

- Por favor, não machuca ele. - digo.

O meu corpo voltou a tremer, mas não era mais de frio. Coloco as mãos nas orelhas na intenção de não ouvir caso fizessem algo com ele.

- Onde ela está?

Ele entra na sala desesperado e me vê agachada no canto ao lado da porta.

- O que aconteceu, meu amor? Eles fizeram algo com você?

Antes de qualquer coisa, ele passa as mãos por todo o meu corpo como se estivesse checando que estava tudo bem.

- Eu estou aqui, meu amor...

Ele senta ao meu lado e me coloca no colo dele me abraçando como se eu fosse uma criança indefesa.

Sentir o seu corpo inteiro colado no meu fazia eu me sentir protegida.

- Eu estou com você, tudo bem? Eu não vou deixar você. Vamos voltar pra casa logo, eu sei disso.

Ele repetia coisas como "O travis vai nos tirar daqui logo, eu sei disso..." o tempo inteiro, a impressão era de que ele estava tentando se convencer disso. Eu sabia que, mesmo com medo, ele não demonstraria na minha frente.

- Você quer me contar o que aconteceu? Eu estou preocupado com você.

Ele limpa as lágrimas que escorriam em meu rosto e coloca o meu cabelo para trás da orelha.

- Eu não quero morrer, Jae.
- O quê? Você não vai morrer.
- Eu não quero morrer e eu não quero mais fazer isso. Eu não quero mais adoecer desse jeito. E, principalmente, eu não quero ir pra um lugar que você não esteja.

Os seus olhos vão enchendo de lágrima, lentamente, à medida em que eu vou falando.

- Eu estou cansada de viver desse jeito. Eu estou com tanto medo de mim mesma e eu acho que essa é a pior sensação que eu já senti. Eu sinto tanto medo de não dar certo e eu acabar fazendo isso de novo. Eu sinto medo do que posso causar em vocês. Eu não quero mais estragar tudo e eu não quero mais voltar pra aquele buraco negro. Eu quero continuar com você. Eu quero viver com você de novo.

Ele sorri genuinamente enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto.

- Você aceita continuar vivo comigo?
- Aceito!

Ele beija todo o meu rosto me fazendo rir.

- Você promete pedir ajuda se notar um mísero sinal de que estou adoecendo mais uma vez?
- Aham...

O sorriso estava estampado em seu rosto e o brilho em seu olhar era capaz de cegar alguém.

- Mas eu ainda posso tentar cuidar de você?
- Você pode continuar por perto e continuar me amando?
- Sim, sempre! - afirma com a cabeça - Eu vou beijar todas as suas cicatrizes até elas pararem de doer, eu prometo.
- Eu preciso que você continue me mostrando esperança.
- Eu vou, meu amor...