i still couldn't reach your ego 2: depois do fim - Jaden Hossler

Capítulo 56

Ao chegar na delegacia, Hunter tira as algemas de todos nós e chama uma mulher para me acompanhar no banheiro enquanto os outros aguardavam no corredor.

- Você tem que entrar comigo mesmo?
- Sim.
- Eles acham que eu vou fugir? Eu não vou.
- É melhor prevenir.

Reviro os olhos e abaixo a calcinha lentamente.

- Eu posso fechar a porta?
- Não.
- Será que você poderia...

Faço sinal com as mãos para que ela virasse de costas.

- Tudo bem, mas faz isso rápido.

Me apoio na parade com uma das mãos, fazendo de tudo para não encostar naquele vaso, enquanto seguro a calcinha e cuido a camiseta com a outra.

- Pronto.

Pude me olhar no espelho no momento em que lavei as mãos. Eu não me reconheci, eu estava acabada. Eu realmente parecia estar morta por dentro.

- Tudo bem? - ela pergunta.
- Aham...

Ela me guia até o corredor em que os outros estavam e nos levam para uma sala de espera separada de todo resto, que, inclusive, era trancada.

- O que eles vão fazer agora? Nos deixar aqui? - Blake.
- Eles vão prender a gente. - Bryce.
- Claro que não, Bryce. - Cooper.
- Acho que eles vão chamar um por um pra tentar descobrir algo. - Addison.
- Um por um? - Blake.
- Sim, assim eles conseguem nos pegar em alguma mentira. - respondo.
- O que vamos falar pra eles? Precisamos combinar alguma coisa. - Bryce.
- É só negar. - Blake.
- Negar? - Addison.
- Negar tudo. - Cooper.
- Vocês não pensaram na possibilidade de ter câmeras aqui? - Jaden.
- Merda! - Addison.
- Por que você não falou isso antes? - Bryce.
- Porque eu só pensei nisso agora. - Jaden.
- Não deve ter. - Cooper.
- Mas e se tiver? - Blake.
- E se tiver? - Bryce.

Em uma conversa paralela, Jaden sussurra em meu ouvido enquanto eles discutiam sobre o que iria acontecer com todos nós.

- Você está bem?

Olho para ele e mantenho o silêncio. Eu não sabia o que estava sentindo, na verdade.

- Bebê?
- Hum? - solto o som pelo nariz.
- Eu perguntei se você está bem. Estou preocupado com você.

Olho no fundo dos olhos dele e, mais uma vez, minto.

- Eu estou bem...

Ficamos esperando por horas até alguém aparecer e separar todos nós, colocando um em cada sala.

Eu estava sentada olhando para mesa e entra uma mulher, aparentemente com mais de 50 anos, de cabelos ruivos e olhos escuros.

- Rachel Foley?
- Hossler.
- Que?
- Rachel Hossler. Eu sou casada.
- Desculpa.
- Onde o Jaden está?
- Você precisa preencher esta folha pra mim.

Preencho os dados com toda velocidade existente no meu corpo.

- Podemos fazer isso logo?

Pergunto enquanto minhas pernas balançavam incontrolavelmente de baixo da mesa.

- Isso?
- Eu sei que você vai me fazer algumas perguntas.
- Quais perguntas você acha que eu faria pra você?
- Você tem que fazer elas pra eu saber, não acha?

Ela solta um riso pelo nariz e franze os olhos enquanto me olha fixamente.

- O que? - pergunto confusa.

Ela anota algumas coisas em uma folha e volta a me olhar.

- Eu já saquei vocês.
- Vocês, quem?
- Você e o seu grupo.
- O que tem a gente?
- Vocês são espertos.
- Você também acha?
- Mas nós somos mais.
- É importante ter confiança.

Ela morde os lábios tentando manter o foco no que precisava ser feito.

- Tenho uma proposta pra te fazer.
- Qual?
- Você quer acabar com isso logo e eu também quero. Então, eu vou fazer a pergunta e você responde com a primeira palavra ou frase que pensar.
- Você acha que vai descobrir algo assim?
- Provavelmente.
- Tem como descobrir algo que nunca aconteceu?

Ela bate com as duas mãos na mesa e levanta depressa, fazendo eu dar um pulo na cadeira.

- Onde você estava na noite do ocorrido?
- Dormindo.
- Onde Jaden Hossler estava na noite do ocorrido.
- Dormindo comigo.
- Vocês são casados há quanto tempo?
- Pouco.
- Vocês se dão bem?
- Não era pra você perguntar sobre o que aconteceu?
- O que aconteceu?
- Você sabe o que aconteceu.
- Você acha que ele mereceu?
- O karma é uma vadia.
- Karma?
- Quando você faz algo pra alguém, isso pode voltar pra você.
- Então, você acha que ele mereceu?
- Eu acho que as pessoas pagam pelo que elas fazem.
- Você e os seus amigos parecem fazer de tudo um pelos outros.
- Sim.
- Você acha que os seus amigos podem ter feito isso com ele na intenção de defender você?
- Posso fazer uma pergunta?
- Pode.
- Quando vocês vão nos liberar?
- Quando vocês admitirem o que fizeram.
- O que faz você ter tanta certeza de que estamos envolvido nisso?
- Tem algumas coisas que ligam o caso até vocês.
- Mas você não tem certeza. Se tivesse certeza, não estaria tentando me manipular pra me fazer falar o que você deseja ouvir.
- Manipular você?
- Quer saber? Eu não me importo em ficar dias aqui, mas vocês não vão tirar nada de nenhum de nós porque não fizemos nada com aquele homem.

Ainda em pé, ela apoia as mãos na mesa e inclina o corpo para frente chegando bem perto do meu rosto.

- Você realmente se acha muito esperta, não é? Mas eu sei que vocês fizeram isso e eu vou conseguir provar.

Encosto o corpo na parte de trás de cadeira e cruzo os braços enquanto olho fixamente no fundo dos seus olhos.

- Eu vou falar com os seus amigos agora. É bom você torcer pra eles falarem exatamente o que você falou.

Caminha até a porta com os seus sapatos barulhentos.

- E eu vou ficar trancada aqui?
- Sim, você vai.

Bate a porta me deixando sozinha naquela sala gelada.