Capítulo 7

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Cinco anos antes.

Eu jogo minha cabeça nas minhas mãos e penso sinceramente em ignorar a existência de Íris atrás de mim e começar a chorar.
Tenho que entregar um trabalho totalmente complexo sobre a moda de Nova York e a de Londres através de três décadas diferentes. Pode parecer simples, porque são só três décadas, mas é horrível e exaustivo e esse trabalho fez minha vida já quase inexistente ficar totalmente extinta.



- O que foi aspirante a estilista? Está finalmente percebendo que sua vida é uma total perda de tempo?


Íris, minha colega de quarto insuportável e cuja existência é voltada pura e simplesmente para me inrritar, diz, mas eu não sinto vontade de retrucar como sempre fasso, não, eu estou totalmente exausta e a única coisa que quero nesse instante é chorar sem poder mais.
Merda, Merda, Merda, Merda, Merda...


Meus pensamentos depreciativos são subitamente interrompidos por duas batidas fortes na minha porta.
Eu levanto a cabeça perante ao som inesperado, mas Íris já está correndo através do cômodo minúsculo e indo abrir a porta, provavelmente para suas amigas igualmente insuportáveis.
Eu volto minha cabeça para minhas mãos, enquanto a tela do meu computador brilha sem parar, um lembrete constante desse inferno que meu professor chamou de trabalho.
Eu amo moda, e amo ler sobre mas não amo fazer um trabalho cujo prazo de entrega é amanhã a noite e eu ainda não estou nem perto do fim.
Novamente a vontade de chorar me perturba, como um muro que dá sinais que vai desabar, mas minha atenção volta para Íris e a porta aberta.
Mais precisamente para Íris, sua cara de surpresa e o homem alto, grande, de olhos verdes, cabelos pretos e covinhas sensuais. Hero.


- Íris. Pode deixar ele entrar.


Eu digo, e a atenção das duas pessoas paradas perto da porta volta-se para mim, sentada na minha cadeira velha e minha mesinha de estudo branca e meio desgastada.
Minha colega de quarto me olha em um choque absoluto, e eu poderia abrir um sorriso enorme e presunçoso para ela se também não estivesse surpresa pela aparição de Hero.
Ele adentra o quarto, sem se importar muito com Íris, e eu meio que sorrio com isso porque a cara dela é impagável.
Nosso quarto é pequeno, e observar Hero Fiennes Tiffin, jogador de hóquei de 1,88 com toda a sua glória, beleza e corpo forte e escultural, não é uma visão que se vê todo dia.



- Então, esse é o seu quarto?


Hero pergunta, enquanto olha ao redor embora não tenha muito o que ver.
O espaço é divido em dois, o meu fica perto da parede esquerda, minha cama é abaixo da mine janela e está arrumada por uma coberta xadrez vermelha e azul, enquanto os travesseiros são coberto pela fronha branca.
Encostada no final da cama fica a minha mesinha onde tem alguns livros empilhados, um computador mais ou menos velho, meu celular e alguns cadernos cheios de desenhos de figurinos.
Na parede atrás de Hero está o meu guarda roupa, que é um armário velho e já usado com duas portas e duas gavetas logo abaixo. Nada demais, mas o suficiente para mim.
Do outro lado, com a cama virada na horizontal está o espaço de Íris, que tem a cama toda bagunçada, uma penteadeira coberta de maquiagem e um armário um pouco maior do que o meu.
Hero observa tudo atentamente e eu me lembro que ele me fez uma pergunta.


- Sim, esse é o meu quarto.


Eu digo, atraindo novamente a atenção de Hero, que olha para mim e então para o meu computador.


- E esse é o trabalho que está acabando com você a dois dias.


Hero diz, e eu solto um suspiro profundo porque ele tem razão, não sou eu quem estou acabando o trabalho é o trabalho que está acabando comigo.



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