18 - Camila mamãe de menino

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Uhum, eu sumi. Mas escrevi uma penca de recortes agora nesse feriado. 5 no mínimo.

Vamos começar com nossa Camila como mamãe de menino.

.

Pov Camila
.

Silêncio.

Isso era raro nessas últimas horas. Nunca achei que algo tão pequeno fosse me enlouquecer dessa maneira.

Respirei fundo. Era madrugada ainda, mas nem eu nem Lauren conseguíamos dormir, apenas ouvindo a respiração ruidosa de nosso filho.

Nunca pensei que fosse me sentir assim, tão preocupada ou seja lá como se chame isso que sentia.

- É mesmo normal esse barulho? - perguntei aos sussurros.

- Bebês recém-nascidos fazem esse barulhinho quando respiram - ela me disse pela milésima vez - eu também fiquei assustada quando Cake era bebê, mas está tudo bem.

Suspirei.

- Desculpe - pedi - eu não sabia que ia ficar tão...

Mas Lauren soltou um risinho.

- Camila, eu sei que é desesperador, mas isso é bom.

Senti uma careta que não seria vista no escuro, mas aparentemente Lauren sentiu.

- É bom porque demonstra o vínculo que tem com ele - explicou - parte do que é ser mãe é isso.

Suspirei pela milésima vez e como se despertado pelo meu desespero, o coisinho começou a resmungar e então a chorar.

Lauren e eu gememos, mas não da forma boa.

- Eu olho ele, Lern - disse, levantando e indo para o lado em que o bebê estava.

Tentava amenizar ao máximo os esforços de Lauren. Sabia como era o desconforto e o sangramento pós parto e podia entender como amamentar a deixava exausta.

O verifiquei e sua fralda estava suja.

- Hm... - não sabia exatamente o que fazer. Tinha medo de lidar com isso sozinha e apertar um botão errado que desse algum dano ao criaturo.

- É a fralda? - Lauren adivinhou corretamente.

- Sim...

Ouvi um risinho.

- Tudo bem, acho que depois de observar está na hora de colocar em prática. Vamos, eu te ajudo, mas dessa vez quem vai fazer é você.

Fiz uma careta. Não que eu não soubesse que teria que fazer isso, mas entre saber e fazer tinha um abismo consideravelmente longo.

- Vamos lá - balbuciei ainda assim.

Lauren deixou que eu o pegasse no colo e assim o fiz. Era estranho porque ele era tão quente e pesado de uma forma inesperada. Ainda assim era estranhamente reconfortante.

Era bizarro ter nas mãos alguém que dependia tanto de mim.

Por que eu havia concordado em ter um bebê?

Chegamos no quarto do coisinho e o coloquei no trocador. O encarei.

- Tire a roupinha enquanto eu pego uma fralda nova - ela disse, o que era estranho porque eu normalmente fazia esse papel.

- Licença, garotão, mas você precisa ficar pelado pra ser limpo - disse a ele como um hábito adquirido de Lauren.

Fiz o que ela falou, mas... minhas bochechas esquentaram.

- Lern... - tentei dizer algo, mas estava constrangida como Lauren falando de sexo.

Isso era raro.

- Hm? - Lauren indicou que estava me ouvindo.

- É que ele meio que... é normal ele...? bom não deve ser... ou sim... ele deveria...?

Lauren se aproximou e viu o que eu falava. Ela riu.

- Perfeitamente normal - ela disse - por que está tão constrangida? Você estava louca para ter um menino!

Senti meu rosto queimar.

- Eu só queria acertar - tentei dizer, mas era estranho demais.

Não sabia que a coisinha ficava ereta com ele tão novinho.

Então Bear simplesmente... bom, ele mijou em mim.

- Puta que pariu...! - foi minha reação.

Lauren olhou e riu do jato bem mirado em mim.

- Desculpe por isso, Camz. Eu devia ter avisado que o frio fora da fralda provoca isso.

Fiz uma careta. Primeiro o piu-piu do garoto fica em pé, depois eu viro deposito de urina. O que faltava agora?

De repente ser mãe de menino não era tão agradável assim. Não que eu tivesse algo contra... quer dizer, não sei.

Algo se passou por minha cabeça.

Se eu ficava tão constrangida e Lauren era pior que eu, como falariamos sobre intimidade com ele?

Lauren me trouxe o que eu precisava e comecei a fazer o que deveria com ela me auxiliando "faça isso, pegue assim, limpe dali para lá, passe esse negócio..."

- Lauren... - Comecei sem saber exatamente como prosseguir - como acha que devemos dar educação sexual para esse pirralho? Só em olhar me sinto constrangida, como se invadisse o espaço pessoal dele...

Lauren deu de ombros.

- Temos que estabelecer palavras seguras e confortáveis, mas que sejam claras - ela observou - o resto a gente fala com naturalidade... bom, para explicar você-sabe-o-que eu não sei como vamos fazer quando eles precisarem, mas acho que isso é um começo.

- Palavras seguras e confortáveis? Tipo o quê? Chamar de "coisinhas de menino" não parece tão certo.

Lauren concordou com a cabeça.

- Se Bear se identificar como trans ou... não sei, isso pode ser desconfortável, mas talvez devêssemos apenas chamar pelo nome, você sabe...

Seu rosto ficou muito vermelho.

- Tipo... "ei, isso aqui é seu pênis"? - senti meu rosto arder com a pergunta.

Lauren estava tão constrangida quanto eu, mas assentiu.

- Acho que precisamos nos acostumar com isso, Camz. São só crianças, mas faz muita diferença.

Concordei com a cabeça.

Quando me imaginei sendo mãe de menino, não tinha pensado nessa parte.

Sacudi a cabeça.

Era só uma criança.

Talvez eu estivesse ficando parecida demais com Lauren. Esse tipo de coisa não me constrangia, mas pensar em invadir intimidades era desconfortável. Lembrar que ele dependia de mim para sua segurança era ainda mais estranho. Não sei o que pensei exatamente, mas talvez cuidar de menina soasse mais próximo do natural por ser algo que meu corpo conhece na pele.

Homens em geral pareciam tão predadores que nunca parei e pensei como eles chegaram ali. Um dia todos eles foram bebês com coisinhas que funcionavam apenas de forma inocente e que precisavam da proteção de suas mães.

Encarei o trequinho rosado e pequeno que era meu indefeso filho.

- Vamos fazer o máximo possível por você, garoto - disse a ele - a Camila mamãe de menino vai estar bem aqui a seu lado para te proteger e ensinar a ser um bom rapaz e um homem incrível...

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Até mais pessoal. Quando me der na telha eu volto.

O placar Camila x Bear rolando a solta.

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