48 - Felicidade

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Feliz aniversário para mim!

Acho que vão gostar desse aqui.

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POV Cake

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Eu arfava. Talvez devesse parar de ser sedentária, mas dava tanto trabalho fazer exercícios físicos!

- Vamos, D! - Hilary me chamava - por que está tão lenta?

Lancei a ela meu olhar mais feio, coisa que a fez rir.

- Me lembre de novo por que estou carregando caixas? É meu aniversário! Deveriam me carregar em uma cadeira de rainha! - resmunguei.

- Estamos fazendo uma boa ação - a engraçadinha me disse - minha prima, Lili. Falamos sobre isso.

- Sim, ela engravidou - suspirei - ela tem quantos anos mesmo?

- Dezesseis - ela disse pacientemente - e meus tios a chutaram de casa. Agora ela só tem nosso apoio e da família do namorado. Sua mãe concordou em dar algumas de suas roupas de bebê e as de Bear, e coincidentemente minha prima pôde vir hoje.

- Não sabia que roupa pesava tanto - comentei.

Não sabia o que dizer sobre essa coisa de gravidez e bebê. Minha namorada não tinha um pênis para corrermos risco de gravidez e nem eu tinha planos de ter filhos. Crianças são estranhas.

- Só pesa porque você tem a resistência física de uma idosa de 95 anos com osteoporose - Hilary me criticou duramente.

Movi a caixa para o canto de seu quarto, onde estavam outras caixas.

Sentei em sua cama.

- Pesada essa história da sua prima. Não sei se isso soa indelicado, mas ela não pensou em tirar? - brinquei com minhas mãos ao perguntar.

Hilary sentou ao meu lado.

- Sei por que está perguntando isso - ela falou baixinho - mas não. As coisas são diferentes, D. A Lili não é como sua mãe. Ela não tem tantos traumas. E ela tem uma rede de apoio que não vai deixar que ela largue o futuro dela por isso.

Funguei. Imaginei se mamãe ficaria comigo se fosse nesse caso. Por mais que ela não quisesse ter filhos, se a situação não envolvesse tantos problemas quanto era o caso...

Suspirei.

Não gostava de ficar pensando nisso, mas fato era que nesse dia, dezoito anos atrás, mamãe estava me entregando para a mama. Algumas vezes eu tentava imaginar como tinha sido, mas não era uma situação fofinha e agradável e me sentia invadindo um trauma de mamãe.

E para que me enfiar nisso se eu tinha pessoas que me amavam? Mamãe me amava. Eu cresci em meio a muita felicidade.

- Eu sei - disse por fim - só é estranho. Quando vejo grávidas me pergunto porque querem ter um bebê.

Hilary riu. Achava cômica minha aversão a bebês. Nada contra eles, mas não quero um. Foi estranho demais ter um irmão, um filho passa bem longe do que quero para minha vida.

- Que bom que vamos dar esse monte de panos para alguém que os faça úteis então - brincou - nossos pais teriam um museu em casa se dependesse de nós.

Eu ri.

- Acho que Bear vai ser estranho como a mama e vai querer filhos, mas juro que não sei como ele tem aguentado o sermão de todos os dias sobre gravidez na adolescência e afins desde que seus pais falaram sobre essa prima.

- Nossa... já pensou na sua mãe como vovó? - eu nem precisava perguntar de quem ela estava falando.

Balancei a cabeça.

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